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Pov Hailee

A sala estava mergulhada na penumbra, apenas a luz fraca da TV desligada lançava sombras pelas paredes. O silêncio era ensurdecedor, ecoando minha própria confusão interior. Meus pensamentos giravam em torno do beijo impulsivo que compartilhei com S/n, um momento que, de alguma forma, misturou alegria e culpa em proporções desiguais.

A luz do luar se filtrava pelas cortinas entreabertas, criando um cenário contemplativo. A imagem da expressão surpresa nos olhos de S/n após o beijo persistia em minha mente. Ela correspondeu, mas o que aquilo significava? Uma onda de incertezas e autocrítica me envolveu.

"Hailee, o que você está fazendo?" sussurrei para mim mesma, sentindo o peso da minha própria impulsividade.

Não me arrependia do beijo, mas a culpa se infiltrava como uma sombra indesejada. Sabia que S/n estava com Luisa, e eu estava prestes a atravessar fronteiras que não deveria. A confusão em meu peito era um tumulto de emoções, um terreno desconhecido onde as regras pareciam indefinidas.

Levantei-me do sofá, caminhando pela sala como se a movimentação pudesse afastar os pensamentos intrusivos. Cada passo era um eco das perguntas sem resposta que pairavam no ar. O que aquilo significava para S/n? E Luisa? As respostas pareciam distantes, evitando-me como sombras esquivas.

Afundei-me novamente no sofá, refletindo sobre o amor complexo que nutria por S/n. Era um sentimento genuíno, uma atração que transcendia rótulos. Entretanto, a vida de S/n estava entrelaçada com a de Luisa, e eu hesitava em ser a perturbação nessa harmonia delicada.

A televisão desligada servia como uma tela vazia para minhas reflexões tumultuadas. Meus pensamentos se tornaram uma sinfonia de dúvidas e desejos inexpressos. Perguntei-me se havia espaço para mim na vida de S/n, se o que compartilhamos era apenas um breve lampejo de algo maior.

As horas passaram lentamente, a noite se estendendo em um silêncio que parecia amplificar minhas próprias indecisões. A realidade era que, apesar de minha confusão, eu amava S/n. A questão era como lidar com esse amor complexo sem causar estragos irreparáveis.

O som insistente da campainha interrompeu meu mergulho profundo nos pensamentos. Levantei-me, uma sensação de urgência se apoderando de mim enquanto eu me dirigia à porta. A noite já estava envolta em uma penumbra profunda, e a luz da varanda iluminava um visitante inesperado.

Ao abrir a porta, deparei-me com Niall, sua expressão carregada de determinação. Uma mistura de surpresa e desconforto me invadiu, enquanto eu tentava processar por que ele estava ali.

"Hailee," ele começou, buscando meus olhos com os seus, "precisamos conversar."

Senti um misto de frustração e exasperação. "Niall, não há nada para conversarmos. Já falamos o suficiente."

Ele suspirou, parecendo persistente. "Eu sei que cometi erros, Hailee. Mas também sei que o que tínhamos era real. Não posso simplesmente desistir de você."

Cruzei os braços, minha paciência sendo testada. "Niall, o que tivemos acabou. Você precisa aceitar isso e seguir em frente."

Ele recuou por um momento, mas a determinação em seus olhos permaneceu inabalada. "Eu não posso simplesmente esquecer. Você significou muito para mim, Hailee."

A exasperação cresceu dentro de mim. "Niall, você não entende. Mesmo quando estávamos juntos, havia algo faltando. Algo que eu não podia nomear na época, mas agora sei o que é."

Ele franziu o cenho, confuso. "O que você está querendo dizer?"

Respirei fundo, preparando-me para expressar verdades incômodas. "S/n sempre foi a peça que faltava, Niall. Meus sentimentos por ela eram mais profundos do que eu imaginava. O que tivemos foi importante, mas não era suficiente. Eu o via como um substituto, uma tentativa de preencher um vazio que só S/n pode ocupar."

Segredos do Coração - Hailee e S/n(G!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora