Bela Arma Skvader (Izuku/deku)

35- Anjos da Guarda

. Aviso no final do capítulo.

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Já se passou uma semana desde que os estágios começaram e Izuku Midoriya e Shouto Todoroki já melhoraram.

Enji Todoroki consegue notar as diferenças, consegue ver como o passado mudou, tornando-se o presente. Ele pode ver como será o futuro, no ritmo em que os dois estão se movendo, e não está, no mínimo, insatisfeito.

Afinal, se ele estivesse insatisfeito, eles não estariam aqui.

Porque Enji é o herói número um e, como tal, seu tempo é valioso. E talvez ele nunca tenha pensado que chegaria a este ponto e pode admitir que acreditou em tal pensamento, porque é por isso que trabalhou tanto para criar um legado, um sucessor perfeito destinado a derrotar o único desafio que Enji nunca poderia superar.

Aquele que Enji nunca conseguiu superar, nem seu legado, seu filho que herdou tanto suas chamas ardentes quanto o gelo frio de sua mãe, infernos e geleiras entrelaçados, uma tempestade perfeita da criação de Enji. Porque o número um do passado foi tomado por uma explosão de glória, desceu aos gritos de vitória e às lágrimas de alegria.

All Might se aposentou, vivo, contente, ainda o Símbolo da Paz que todos adoravam.

E Enji simplesmente avançou na linha, preenchendo a lacuna.

Ele não ganhou o título. Não alcançou a vitória que tanto almejava, não superou All Might de uma forma que o deixasse satisfeito, cheio de orgulho. Ele estava simplesmente... ali.

Ele estava lá e está aqui. O herói número um do Japão, o topo da classificação, a estrela resplandecente.

E de alguma forma, ele está preso com dois pirralhos heróis.

Esse pensamento é enganoso e Enji sabe disso. Afinal, um é filho dele, e Enji brigou com o menino por muitos anos por causa do uso de seu fogo, mais especificamente, pela falta dele no menino. Seu filho percebeu sua teimosia, e Enji teria ficado orgulhoso de seu filho por ser como ele, se isso não resultasse em cabeçadas deles com mais frequência. Em vez de um garoto que o idolatrava, Enji acabou com uma criança que idolatrava All Might.

O destino o odiou, certamente. Mas o mesmo aconteceu com a maior parte do mundo, vendo-o como demasiado grosseiro, demasiado indiferente. Ele não fingiu um sorriso e cuspiu frases cafonas como All Might, porque era inútil desperdiçar energia com falsas sutilezas. O sorriso de um civil não era tão importante quanto sua vida, e Enji só conseguia se concentrar em algumas coisas ao mesmo tempo. As gentilezas simplesmente não eram prioridade.

O mundo não gostou das suas prioridades, excepto aquelas que gostaram, as poucas que o favoreceram por ser brutalmente honesto, por assumir o heroísmo e fazer disso o seu trabalho, e não um espectáculo para os outros clamarem. Afinal, ele é um herói, não uma celebridade.

Afinal, as classificações não têm a ver com ser querido. Eles são simplesmente um sinal de quão útil é um herói. Quanto mais alto for, melhor eles serão em seu trabalho.

E por enquanto, Enji é o melhor em seu trabalho.

Isso é o que importa, que ele seja bom, não, ótimo, no que faz. Ele é o melhor, e as classificações provam isso, declaram isso à nação. Faz com que os cidadãos olhem para ele e esperem grandeza, faz com que os vilões o vejam como um desafio a vencer ou um inimigo a temer.

E talvez tenha sido a sua classificação que trouxe Shouto de volta para mais uma rodada de estágios.

Enji não esperava por isso, não totalmente. Porque quando ocorreu a primeira rodada de estágios, Shouto apenas cedeu, apenas se juntou a ele, porque havia acabado de começar a usar o fogo mais uma vez pela primeira vez em anos. E Shouto era talentoso, o treinamento que Enji o fez para ter certeza disso, pois Enji não teria um filho que não estivesse preparado para o mundo que tem pela frente, não esperaria nada além do garoto, mas Shouto não havia treinado seu fogo daqui a algum tempo.