Not today I JINKOOK

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Amanheceu, e Jungkook permaneceu observando a estrada de cima dos muros da colônia, aguardando seu retorno.

Zumbis vagavam livremente, tornando o mundo além dos portões nada confiável.

Com sua rifle de longo alcance em mãos, Jungkook estava pronto para atirar a qualquer momento. Era o seu dia de vigília, e a tensão no ar era palpável enquanto ele se mantinha atento aos perigos que poderiam surgir a qualquer momento.

O café da manhã já estava pronto, Jungkook dirigiu-se para dentro da grande casa, fazendo a troca de vigília com outro morador. A casa grande abrigava apenas os fundadores, enquanto o café da manhã era servido para todos dentro dela. Os adultos faziam duas refeições, e as crianças faziam três. Era regra.

No total, aproximadamente 100 pessoas viviam no acampamento, um grupo selecionado de sobreviventes divididos entre fundadores e sobreviventes. Os fundadores eram aqueles que conquistaram o lugar e o mantinham. Uma comunidade em busca de sobrevivência em meio ao apocalipse zumbi.

Quando Jungkook tinha idade de 16 anos, foi resgatado das agruras de zumbi por Yoongi que o levou para a comunidade. Ao adentrar a casa grande, deu de cara com um elenco de apenas 10 sobreviventes. Namjoon, o líder, o recebeu com um abraço caloroso, provavelmente o abraço mais sincero que Jungkook já teve.

Então, lá estava Jungkook, entre a equipes de resgate e o líder da comunidade, tentando se adaptar ao mundo apocalíptico.

Mais tarde, Hoseok e Jimin se juntaram ao grupo, tornando-se os melhores amigos de Jungkook, uma vez que o casal estavam sempre com ele trabalhando. No acampamento, seus amigos tinham a tarefa de zelar pelas galinhas e porcos, mas Jungkook tinha tarefa de ser vigia noturno e construir barreiras contra os zumbis.

Nas tardes dedicavam-se a cavar buracos e forjar lanças para manter os mortos-vivos à distância, junto com seu amigo solteiro: Kim Taehyung.

— Treta com os zumbis nos sonhos de novo, né? Não teve uma soneca de manhã? — Taehyung se juntou ao Jungkook, notando sua expressão sonolenta com a foice de lado. Já estamos saindo pelos portões.

— Depois que o sol apareceu, meus olhos estão boicotando o descanso. Tô acordado desde então.

— Vou falar com Jin, ver se ele arruma uns remédios pra esse sono seu quando ele voltar.

— N-naão.. que dizer, não precisa abusar Jin Hyung, seu irmão é ocupado Tae-ssi.

— Me fale quando precisar de algo.

Caminharam juntos até as armadilhas, onde estima-se que 60% da população zumbi tenha sido aniquilada, já que os mortos-vivos só se atreviam a aparecer sob a luz lunar.

Quando o sol banhava o ambiente, eles se escondiam nos túmulos que haviam preparado, esperando pacientemente. À tarde, Taehyung e Jungkook assumiam o papel de incendiários zumbi, queimando os corpos dos não tão vivos.

A cada dia que passava, o número de mortos-vivos diminuía, mas eles continuavam vigilantes, sem espaço para vacilos. O apocalipse zumbi, agora mais uma rotina do que um caos total, ainda demandava cautela constante.

Quando baixaram a guarda, os mortos-vivos avançaram, dizimando mais de 60% da pequena cidade construída, deixando apenas 100 sobreviventes. Aquela tragédia ainda queimava na mente de Jungkook.

A memória persistia, como uma sombra constante lembrando que, mesmo após uma década, os zumbis ainda eram uma ameaça real. E o que ocorreu durante esse período intermédio era simplesmente inadmissível.

Então, sua rotina consistia em ser um vigilante incansável, queimando zumbis à tarde e armando armadilhas diariamente para conter os avanços.

Além de pensar em Seokjin.

Após 26 anos desde que Jungkook chegou à colônia aos 16 anos, sua paixão por Kim Seokjin permanecia inabalável. Um amor unilateral. Sim, ele sabia, mas não conseguia mudar.

Em meio às armadilhas, zumbis e desafios diários, Jungkook tentava  mudar seus sentimentos por Seokjin.

— Yeagum não está mais aparecendo no trailer? Eu percebi vocês meio distantes — Taehyung comentou.

— Não estamos nos encontrando mais.

— Terminaram?

— Só era sexo casual, Tae.

— Ah, entendi.

Jungkook e Taehyung, avançavam decididos em direção aos buracos escavados na terra. As lanças empunhadas por Jungkook e o machado afiado de Taehyung expressavam a determinação de eliminar morto-vivo.

Ao abrir os buracos, revelavam um macabro espetáculo. Mortos-vivos, antes escondidos do sol, estavam agora presos pelas lanças habilmente cravadas. Os olhos vazios e as mãos agarradas ao vazio testemunhavam o desespero dos zumbis ao serem expostos à luz do dia.

Com precisão, Jungkook e Taehyung acendiam o fogo e os queimavam os mortos-vivos presos.O crepitar do fogo misturava-se aos grunhidos agonizantes dos mortos-vivos.

Mesmo a comunidade sendo envolta por uma barreira alta e impenetrável, Jungkook e Taehyung, tinha um trabalho crucial reduzia a quantidade de zumbis nas proximidades.

Apesar da barreira segura, a dupla persistia em desbravar os arredores, mantendo a ameaça dos mortos-vivos sob controle. A comunidade destacava-se por sua estratégia defensiva eficaz do seu Líder Namjoon, proporcionando aos habitantes um refúgio seguro em meio ao caos pós-apocalíptico.

Jungkook e Taehyung voltavam para a comunidade após uma tarde de trabalho intensa, ambos exaustos, mas com sorrisos estampados nos rostos suados.

Ao entrarem nos portões, Taehyung não perdeu a oportunidade de provocar Jungkook com um sorriso malicioso:

— Ei, Jungkook, parece que os não só os zumbis estavam com saudades de nós, não é? — disse apontando para Seokjin que estava parado na frente da mansão onde estava seu irmão.

Taehyung sorriu radiante e correu para os braços de Seokjin, membro da equipe de resgate que estava fora há uma semana em busca de mantimentos. Jungkook sentiu seu rosto ficar levemente vermelho, talvez apenas pelo cansaço, ou talvez por outro motivo quando Seokjin o olhou de maneira peculiar ao retornar.

A verdade era que, às vezes, o olhar do mais velho tinha esse efeito inesperado sobre ele.

— Jin-hyung! Chegou bem?

— Jungoo-ah! Como você está? Eu trouxe um presente.

— E pra mim? — Taehyung perguntou.

— Yoongi tem um presente para você, eu só trouxe para o Jungkook.

— Nossa, e meu presente, irmão?

Os três sorriram.

— Depois do jantar eu te dou. Você está de vigília hoje?

— Não, hoje eu não estarei de vigília.

— Certo. Terei uma reunião agora, vejo vocês depois do jantar.

Seokjin entrou, e Jungkook tentou disfarçar o quão feliz ficou. Ele esperou a noite toda, ansioso pelo seu retorno.

Afinal, Jungkook era apaixonado por Seokjin desde que entrou na comunidade. Há 10 anos atrás.