Fratello?

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Vincenzo estava imerso em papéis e documentos em seu escritório quando ouviu três batidas distintas na porta. Ele ergueu o olhar, reconhecendo a silhueta feminina que adentrou a sala.

Levantando-se, Vincenzo dirigiu-se em direção à mulher que, até então, permanecia em silêncio.

-A ligação que você recebeu ontem à noite parece ter alterado seu humor. Algo de ruim aconteceu?

-Alguns problemas surgiram na máfia, mas não quero que você se preocupe.

Ela, olhando fixamente para ele, optou por ignorar os sinais de preocupação em seu rosto.

-Você sempre resolve essas coisas, eu confio em você. -Disse ela com um sorriso tranquilo.

Ele concordou, apreciando a confiança dela, mas seu olhar ainda denunciava inquietação.

-Preciso organizar alguns papéis, não é nada demais.- Tentou tranquilizá-la.

-Posso te dar uma mão com isso. Às vezes, duas cabeças são melhores que uma.

Vincenzo hesitou, mas acabou aceitando a oferta dela. Enquanto organizavam os documentos, ele segurou a mão dela suavemente.

-Senhorita Hong, prometo que nunca deixarei que te machuquem. Se alguém tentar, eu acabo com eles.

-Somos parceiros. Se você está lidando com algo, quero estar ao seu lado.Se você estiver correndo perigo, então nós dois vamos correr juntos.

Vincenzo suspirou, sua expressão carregada de preocupação.

-A máfia é cruel e perigosa. Você não deveria se envolver tanto nisso. Você não merece nem um porcento do que a máfia é capaz de fazer.

Ela apertou sua mão ainda mais forte.

-Eu escolhi estar ao seu lado. Se é para enfrentar os perigos, farei isso contigo. Não importa o quão cruel seja, não vou recuar.

Ele a encarou sério.

-Se perceber algo errado, qualquer sinal de perigo, me avise imediatamente. Prometo que cuidarei de você, mas você precisa ser cautelosa.

Ela assentiu.

-Por que você é tão imprudente, Chayoung? Não quero te ver correndo riscos desnecessários.

- Não mudarei de decisão. Prometo que serei cuidadosa, mas não vou retroceder.

Vincenzo, com uma expressão preocupada, concordou ao ouvir a determinação de Chayoung. Enquanto ela lia um dos papéis, sua expressão mudou ao se deparar com uma ficha informativa.

-Paolo Cassano? -Ela perguntou se era algum parente, buscando esclarecimentos. -É algum parente?

-Infelizmente, sim. Paolo é o meu irmão, mas nossos caminhos se cruzam de maneiras que eu preferiria evitar.

-Um irmão? Vincenzo, por que nunca mencionou que tinha um irmão?! -Vincenzo tentou explicar, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, ela deu um soco em seu ombro. -Você poderia ter me contado, Vincenzo! Isso é importante!

Ele tentou acalmar as coisas.

-Sra.Hong, eu não queria envolvê-la nisso. Paolo é complicado, e eu pensei que protegê-la seria o melhor.

Ela cruzou os braços, ainda irritada.

-Proteger? Vincenzo, somos parceiros, e isso significa compartilhar as coisas, mesmo as complicadas. Não faça isso de novo!

Ele suspirou, compreendendo a decepção dela. Antes que pudesse se desculpar, Chayoung deu outro soco no ombro dele.

-Não aceito desculpas fáceis!

-O que preciso fazer para você me perdoar?

Ela olhou para ele, pensativa, e então sorriu.

-Você acha mesmo que vai escapar com um pedido de desculpas? Estou falando sério, Vincenzo.

Ele franziu a testa.

-O que quer dizer?

Ela riu.

-Quero que fique um mês sem escutar ópera. Aí sim, talvez eu considere perdoá-lo.

Vincenzo arqueou uma sobrancelha.

-Você está falando sério?

Chayoung assentiu com seriedade.

-Sim, é necessário. Considere como um castigo por esconder algo tão importante de mim.

-Que tipo de castigo é esse?

-Um mês sem ópera pode ser o suficiente para refletir.

-Prometo que vou compensar de alguma forma.

Ela sorriu levemente, mostrando que apreciava o esforço dele.

Chayoung, suavizando seu olhar, puxou Vincenzo para fora do escritório.

- Não quero tomar café da manhã sozinha. Temos algumas coisas para resolver, mas podemos começar por compartilhar uma refeição.

- Compartilhar um café da manhã parece um bom começo.

Vincenzo pegou leite e cereal na cozinha enquanto Chayoung organizava tigelas. Ele serviu cereal e leite em ambas.

Enquanto mexia no celular, Chayoung mostrou a notícia de um político assassinado a tiros, com a letra "C" marcada em sangue no chão. Ela olhou para Vincenzo com preocupação.

-A letra C é da família Cassano, certo? Isso tem algo a ver conosco?

-Sim. Fui informado da morte, mas foi Paolo quem causou isso.

Chayoung, indignada, expressou sua repulsa.

-Paolo matou aquele homem na frente de uma criança. Isso é desumano! Como ele pode ser tão cruel?

Ele permaneceu encarando a tigela de cereal com uma expressão pensativa, parecia desconfortável. Ela o observou por alguns segundos antes de perguntar diretamente.

-Você já fez algo assim?

-Prefiro não comentar sobre isso. -Ele tentou mudar o clima tenso, indicando as tigelas de cereal. -Vamos, coma o cereal.

Ela o encarou por alguns segundos, ponderando sobre as palavras não ditas, mas decidiu seguir em frente. Ela pegou a colher, começou a comer o cereal e optou por não aprofundar o assunto naquele momento, focando em saborear o café da manhã.

Entre uma colherada e outra de cereal, ela percebeu que havia mais camadas em seu parceiro do que as que estavam visíveis. E ela sentia uma determinação crescente em desvendar os mistérios que envolviam o homem ao seu lado.

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⏰ Última atualização: Jan 07 ⏰

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