Um caminho para a cura e superação emocional se abre para uma pintora com transtorno de personalidade antissocial e um enfermeiro psiquiátrico que se conhecem por acaso.
"Sabe... Borboletas costumam pousar em flores"
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ɴɪᴋɪ
Após a saída da Srta. Lee, enfrentei uma reprimenda de meu superior que resultou em minha demissão. Surgiu em minha mente a ponderação sobre se ela teria agido intencionalmente para provocar esse desfecho. Agora, a caminho de casa, o sobretudo branco exibia manchas de café em meu braço direito, uma peça que parecia ser de marca, e a limpeza disso certamente custaria uma fortuna.
Ao adentrar meu apartamento, desbloqueei a porta e fui recebido por Bisco, meu fiel cachorro, cujo rabo abanava em sinal de alegria. "Filho, será que você pode me animar?", comentei enquanto pegava o animal em meus braços e seguia em direção ao sofá, lançando o sobretudo manchado sobre ele. "Tive um dia difícil hoje", confessei, me acomodando no sofá com Bisco ainda em meus braços.
Olhei para o sobretudo ao meu lado e depois para Bisco. "O que faço com isso?", perguntei a ele, que me encarou inclinando a cabeça para o lado, lambendo suavemente meu rosto. "Está bem, eu já entendi, vou limpá-lo", anunciei afastando-o de meu rosto.
"Filho, agora me dê licença, irei para uma batalha sangrenta", falei, tirando Bisco de meu colo e pegando o sobretudo, dirigindo-me à minha área de limpeza.
Com o celular em mãos, busquei informações sobre como remover manchas de café de roupas brancas. Contudo, arrependi-me assim que comecei, pois acabei gastando todos os meus produtos e, para minha consternação, ainda manchei minha blusa favorita com cloro.
Após finalmente superar a obstinada mancha de café, estendi o sobretudo na varanda para secar e retornei à sala, jogando-me exausto sobre o sofá.
"Finalmente", resmunguei, vencido pelo cansaço, enquanto ponderava sobre os desafios que aguardavam não apenas na limpeza das manchas, mas também na reconstrução de meu caminho profissional após um dia tão tumultuado.
...
A manhã no hospital psiquiátrico desdobrava-se como qualquer outra, com Niki percorrendo os novos corredores com a seriedade habitual de seu uniforme de enfermeiro. Seu rosto impassível escondia os vestígios do dia anterior, quando seu encontro tenso com Emily na galeria e na cafeteria deixara uma marca em sua mente. Ele seguia a rotina com uma precisão mecânica, mas a sombra da rivalidade pairava.
Do outro lado do hospital, Emily caminhava com determinação, carregando sua maleta de arte como uma extensão de sua própria existência. Sua missão de disseminar a terapia artística estava prestes a encontrar um novo desafio na forma de Niki.
As circunstâncias os forçam a se encontrarem no corredor, o olhar deles cruzando como lâminas afiadas. "Bom dia", cumprimentam-se, mas a tensão entre eles é palpável. A rivalidade se manifesta em um silêncio carregado de hostilidade não dita.
