𝓒𝓪𝓹𝓽𝓮𝓻 𝓯𝓸𝓾𝓻 🦋

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O vento frio sussurrava segredos sombrios enquanto Emily, em sua cama, revivia pesadelos há muito enterrados. As sombras do passado dançavam ao seu redor, revelando fragmentos de uma história tão dolorosa que parecia ter sido trancada em uma gaiola sombria.

A cena se desdobrava em sua mente como um filme distorcido. A sala estava impregnada de tensão, o silêncio apenas quebrado pelas vozes abafadas de seus pais. Emily, ainda uma criança, espreitava-se no corredor, escondendo-se da tempestade que se formava em sua casa.

"Sua mãe é um monstro, Emily. Um monstro que não merece continuar respirando o mesmo ar que nós", disse o pai, sua voz carregada de amargura.

As palavras atingiram Emily como punhais afiados. Ela sempre soubera que algo estava errado, mas nunca imaginara que a verdade fosse tão sombria. Sua mãe, uma figura que ela admirava, estava envolvida em um crime que nem mesmo sua mente infantil conseguia compreender completamente.

A mãe, por sua vez, olhava para o pai com olhos calculistas. "Você não ousaria fazer algo contra mim. Sabe que a verdade seria sua ruína também", disse ela, um sorriso perverso nos lábios.

O pai, porém, não era um homem de se acovardar diante da ameaça. "Prefiro enfrentar as consequências do que permitir que você destrua ainda mais vidas", afirmou, sua determinação parecendo quase heróica aos olhos de Emily.

Aquela noite tornou-se um ponto de virada. O pai, consumido pelo desejo de proteger sua filha do mal que a mãe representava, tomou uma decisão terrível. Emily assistiu em choque enquanto seu pai, enredado por uma raiva justificada e desespero, tomou medidas extremas.

"Você vai pagar por tudo o que fez", gritou o pai, avançando em direção à mãe com um olhar desumano nos olhos.

"Você não teria coragem", provocou a mãe, sua confiança vacilando pela primeira vez.

O confronto atingiu um clímax chocante. Emily, incapaz de desviar o olhar, testemunhou seu pai, consumido pela fúria e pelo medo, dar um fim à vida de sua mãe. O ato de violência deixou Emily atordoada, mas o pesadelo estava longe de terminar.

A tensão no quarto transformou-se em uma onda de desespero. O pai, agora um homem quebrado, virou-se para Emily com olhos desvairados. "Você é o próximo, Emily. Não posso arriscar que se torne como ela", disse ele, sua voz carregada de paranóia.

Emily, sem tempo para processar o que estava acontecendo, viu seu pai avançar sobre ela. Ele agarrou-a enquanto ela tentava lutar, mas sua força era esmagadora. O quarto ecoava com os sons abafados de sua luta.

"Você não vai destruir minha vida também", sussurrou o pai, seus olhos refletindo a insanidade que o consumia.

Emily, em um ato desesperado, conseguiu se soltar por um momento. Correu para a porta, mas antes que pudesse escapar, sentiu seu pai agarrar seu pescoço, sufocando-a com uma força terrível. O quarto girava ao seu redor enquanto ela lutava pela respiração, os olhos do pai vazios de qualquer humanidade.

"Farei isso por você, Emily. Para protegê-la do mal que está dentro de você", murmurou ele, a voz distorcida pelo desespero.

O mundo de Emily se estreitou enquanto a escuridão a envolvia. No último instante, antes de perder a consciência, ela viu os olhos de seu pai, uma mistura de desespero e remorso, como se ele estivesse sacrificando tudo por um amor distorcido.

E assim, a noite terminou em silêncio. O quarto estava agora impregnado com a tristeza da tragédia e o segredo obscuro que iria assombrar Emily por anos a fio.

O passado turbulento de Emily ecoava em sua mente como uma sinfonia distorcida, levando-a a um abismo de memórias traumáticas. As sombras da noite ganhavam vida ao seu redor, tornando-se testemunhas silenciosas das tragédias que a assombravam. Emily, encurralada pela intensidade de suas lembranças, sentiu o ar rarefazer-se ao seu redor, e uma onda avassaladora de pânico tomou conta de seu ser.

O estúdio, outrora um refúgio para sua expressão artística, tornou-se uma prisão de recordações indesejadas. Emily tremia, seus olhos dilatados refletindo o horror do passado. As mãos trêmulas buscavam algo para se segurar, mas nada podia proporcionar o conforto que ela ansiava desesperadamente.

Niki, cujo espírito extrovertido geralmente preenchia os espaços com alegria, chegou ao estúdio de Emily para entregar a ela algo que ela havia esquecido no hospital. Mas logo sentiu uma mudança no ambiente. Uma tensão pesada flutuava no ar, indicando que algo estava profundamente errado com Emily. Ele, como sempre atento às nuances ao seu redor, dirigiu-se ao estúdio.

Ao entrar, Niki percebeu imediatamente a angústia que consumia Emily. Seus olhos, normalmente tão frios e distantes, agora expressavam uma dor intensa. Ela estava de pé, trêmula, presa em um torvelinho de memórias que a haviam assombrado por tanto tempo.

"Emily", chamou Minho suavemente, sua voz carregada de preocupação.

Emily, no entanto, mal conseguia reagir. O pânico tinha a firmeza de suas garras, e ela estava perdendo o controle. Cada batida do coração ressoava como um eco da noite fatídica que a assombrava.

Niki, sem hesitar, aproximou-se lentamente. Ele viu a dor nos olhos de Emily e entendeu que este era um momento frágil. Com delicadeza, ele estendeu os braços, oferecendo o único conforto que poderia proporcionar naquele instante.

"Emily, estou aqui. Você não está sozinha", murmurou ele, os olhos transmitindo compaixão genuína.

A resistência de Emily cedeu, e ela se entregou ao abraço de Niki. Seu corpo tremia violentamente, e as lágrimas, por muito tempo contidas, agora fluíam livremente. Cada soluço era um eco da dor que ela carregava silenciosamente por tanto tempo.

Niki segurou-a com firmeza, mas com suavidade, como se quisesse absorver a dor dela para aliviar o fardo que carregava. Ele permaneceu em silêncio, compreendendo que as palavras eram inadequadas naquele momento. O abraço era um elo silencioso entre eles, um gesto de solidariedade em meio ao caos emocional.

O estúdio, antes palco de batalhas internas, tornou-se agora um santuário de compaixão. Niki, com sua natureza extrovertida, revelou um lado mais gentil e compassivo. Ele não tentou consertar Emily, sabendo que algumas feridas eram profundas demais para serem curadas instantaneamente. Em vez disso, ele ofereceu o apoio silencioso de sua presença.

À medida que os soluços de Emily diminuíam, Niki afastou-se gentilmente para olhar nos olhos dela. "Você não precisa enfrentar isso sozinha, Emily. Estou aqui para você, sempre que precisar", disse ele, sua voz suave como uma brisa tranquilizadora.

Emily, embora ainda frágil, assentiu lentamente, reconhecendo a oferta sincera de conforto. A noite que começara com um redemoinho de lembranças dolorosas agora transformava-se em um momento de conexão humana, onde as cicatrizes do passado eram tocadas pela compaixão presente.

O estúdio, outrora um palco de conflitos internos, tornou-se agora um testemunho da vulnerabilidade compartilhada. Enquanto a escuridão da noite desvanecia, a luz da compaixão começava a raiar, lançando uma promessa de cura no horizonte incerto que se estendia diante deles.

 Enquanto a escuridão da noite desvanecia, a luz da compaixão começava a raiar, lançando uma promessa de cura no horizonte incerto que se estendia diante deles

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O capítulo ficou curto porque foi feito de última hora 🥺🥺

Shadows Of The Soul - ɴɪᴋɪ ɴɪꜱʜɪᴍᴜʀᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora