Varnia, os contos esquecidos

Ao Cair Da Esperança

(Swan Lake Extended - Tchaikovsky)

-O céu está lindo hoje - disse Samanta olhando alegremente ao céu negro com tons de vermelho de Lochetre- É tão revigorante acordar e vê esta linda paisagem.

Depois desse momento apreciativo e silencioso, Samanta com toda sua classe vai em direção a sua mesa de cabeceira e pega sua xícara de chá.
Mas como um mosquito no ouvido, o silêncio é quebrado por um goblin minúsculo com uma bandeja.

-Vossa diabolinecidade, senhora, trouxe o que havia me pedido ontem senhora. - Disse o goblin tirando o que parecia ser uma varinha com um rubi no topo de sua sacolinha de moedas - Deu trabalho achar uma coisinha tão pequena como essa. Por que precisa dela senhora ?

Samanta com os olhos brilhando e o coração ainda mais quentinho, antes de pegar o objeto, olha para o goblin e diz:

-Não me pergunte bichinho insignificante, dei-me isso é caia fora.

O goblin retrocedeu sua expressão, e calado se retirou da sala com um olhar pensante.

Samanta se dirige novamente à varanda com o objeto na mão e, olhando para o horizonte escuro, vermelho e quente ela riu dizendo:

-Os habitantes de Varnia conhecerão o meu poder e domínio, eles verão minha glória. - sorrindo mais ainda e com um brilho diabólico no rosto completou - Se curvarão diante de mim, da minha legião demoníaca e principalmente da minha soberania.

Alguns dias antes de Samanta sair para dominar o primeiro reino de seu roteiro cruel, Lithan, uma luz aparece em meio às labaredas de fogo, uma calmaria em meio ao caos do inferno eminente. Duarda, generala do batalhão angelical, aparece entre as chamas com um ímpeto e raiva. Com um salto e uma acrobacia ela mata um grupo de demônios fortemente armadurados e com um treinamento militar acima da média.

Escutando a quebradeira e os gritos, Samanta sai de seus aposentos até a parte externa de seu quarto e viu uma garota com um brilho sobrenatural arrebentando seus guerreiros.
Com uma raiva na voz ela gritou para a garota:

-Sua menina petulante, deve ter acabado de se tornar cadete e acha que pode vir aqui quebrar tudo?

Duarda respondeu na mesma entonação:

-Era você que eu estava procurando. Samanta, não é?

Samanta responde com raiva e ironia:

-Para você, passarinha, Rainha Samanta... Me entendeu?

Samanta sentindo-se ameaçada, impulsiona para um salto e gritando com um esplendor digno de uma rainha diz:

-Eu sou o fim... o fim da sua carreira militar, passarinha.

O sangue de Samanta borbulhava como água fervendo, porém não foi o suficiente para destruir o forte escudo que Duarda, até então desconhecida por Samanta, carregava.
Levantando do chão duro, onde foi jogada pelo impacto do salto de Samanta contra o escudo, ela vai em direção a Rainha de Lochetre batendo suas asas e com ímpeto dizendo:

-E eu sou Duarda... a origem da paz e capitã do batalhão angelical!

Enquanto ela acabava de falar, uma legião de luz, vinda do buraco das enormes nuvens negras de Lochetre, surgia e a acompanhava como se fosse um único corpo... um único anjo, todos eles cantavam hinos de batalha de Zelfrin.

Uma luz cegante chegava nos olhos de Samanta, que sem nenhuma cortesia desvia seu olhar penetrante do exército angelical e se volta a visitante indesejada que outrora tinha quase quebrado seu salto. Com sapiência e velocidade ela puxou seu arco das costas e criou uma flecha de fogo ali mesmo. Ergueu o arco... engatou a flecha... e com maestria no que estava fazendo, Samanta atira a fatídica flecha que mudaria o rumo da história de Duarda para todo o sempre.

"Duarda!?" , era a única coisa que a capitã de Zelfrin ouvia em sua mente estilhaçada e seu coração quebrado pela sombria flecha de fogo e escuridão que Samanta a alvejou.
Enquanto Duarda se encontrava no chão sendo socorrida pelas clérigas angelicais de campo, o batalhão de anjos estava lutando contra uma legião de demônios que se encontravam do lado de Samanta, que com proeza e determinação, acertava todos os anjos daquela linha de frente.

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"O fogo é intenso e doloroso, porém é tremelusante e manipulável"
-Livro do combate de Lochetre-
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