Tom Kaulitz
Acordo com um sobressalto e os braços com câimbra.
Acabei dormindo na mesa da cozinha. Olho no relógio e são 5:30 da manhã. Fiquei até tarde fazendo uma surpresa para Kenna, que aparentemente deu certo.
Está amanhecendo e provavelmente daqui a pouco ela estará aqui e Ivy deve acordar já já.
Guardo tudo o que sobrou e limpo as bancadas e utensílios.
Pego uma embalagem metalizada dourada que estava dentro do armário, parece que nunca foi usada. Lavo e guardo as coisas dentro.
Vou para meu quarto e tomo um banho e fico arrumado.
Hoje é aniversário de Ivy, e Bill está todo serelepe com as decorações da festinha que vamos fazer pra ela.
De repente um estalo na mente.
Me sinto um merda! - Porra! Porra! Porra! - dou com a cabeça na parede. Como pude esquecer?
Não é só o aniversário de dois anos de Ivy, mas também, o aniversário de morte da minha mulher.
Meu humor que já não estava dos melhores, agora tá abaixo de zero.
Respiro fundo.
Hoje Ivy merece toda a positividade e felicidade ao seu redor. Mas sempre, o fantasma da morte de sua mãe estará próximo.
Ao invés de eu preparar algo para levar ao túmulo de Heidi, comprei presentes para Kenna.
- Que você possa me perdoar, amor. - balbucio enquanto me olho no espelho.
Me encaro e não sei quem sou.
Uma citação do livro É assim que começa paira em minha mente.
"Às vezes, uma pessoa acha que, se amar alguém destruído, se amá-lo o bastante, ela pode afinal conseguir consertá-lo. Mas o problema disso é que ela acaba se destruindo também."
E isso faz tanto sentido agora. Porque não quero destruir Kenna. Não quero que ela se sinta assim. Mas também não sei o que fazer para mudar isso.
A maior parte de mim foi enterrada junto com Heidi. Hoje, eu sou só os escombros do que sobrou. Ivy é minha âncora. Bill é meu porto seguro e Kenna é a flor que desabrochou em meu jardim morto.
Sinto que, em minha alma morta e meu coração empedrado, Kenna é uma rosa, um broto na verdade, que foi crescendo dentre as rachaduras procurando lugar para fincar.
Coloco a imagem como meu papel de parede. Ninguém além de mim, sabe o significado.
Um resquício de esperança brota em meu peito.
Hoje pode ser um dia bom, apesar de tudo.
Algum tempo depois, terminei de organizar uma papelada em meu escritório e Sra Pipper (Minha "governanta") bate a porta.
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Uma segunda chance - Tom Kaulitz
FanficTom Kaulitz Ela cuidaria da minha filha, daria aulas de Ballet e prepararia algumas refeições. Era um acordo simples, por uma boa quantia em dinheiro. Porém, com o passar do tempo, está se tornando tudo, menos simples. Tenho que parar de olhar pra...