My Little Hazzy | Larry | Shortfic ✔

09. Sophia

Narração

— E como vai a faculdade, filha? — A mulher perguntou enquanto mexia na comida com um garfo, fingindo interesse.

— Está sendo cansativa, mas acho que vale a pena. — Sophia deu de ombros e colocou um pedaço de carne na boca, se sentindo deslocada na casa da mãe.

— Estou orgulhosa de você. — Disse e a lançou um sorriso falso, um sorriso que Sophia conhecia bem.

— Você não queria que eu fizesse faculdade, queria que eu arranjasse um emprego de período integral e permanecesse na sua casa... Não sei se está feliz ou orgulhosa, mas se está dizendo... — Raspou a garganta e se ajeitou na cadeira. — E os meninos? Como eles estão? Por que não me manda notícias sobre eles?

— Já devem estar descendo. — Deu de ombros. — Não mando pois quando mandei você me ligou para reclamar.

— Eu não disse para parar de me mandar muitas notícias sobre eles, liguei para pedir que parasse de reclamar sobre eles e parasse de me pedir dinheiro. — Bufou audível e tomou um gole de suco. — Estão dando muito trabalho?

— Na verdade não, eles são uns amores, são a alegria desta casa depois que você foi embora. — Arqueou uma sobrancelha. — Não é porque não queria ter essa responsabilidade que não os amo.

— A questão é que você não precisava pegar essa responsabilidade, só pegou por conta do dinheiro. Me emociona o fato de tentar esconder de sua própria filha. Convivi com você todos os anos antes da faculdade.

— Então não pergunte. — Colocou mais comida no prato e evitou contato visual. — Que bom que desceram, o que vão querer? — A tia perguntou e os dois se entreolharam.

— Eu não quero comer. — Louis resmungou.

— Mas tem que comer, isso vai fazer com que vocês tenham bastante energia para continuar brincando. — Forçou um sorriso para a criança.

— E do que vocês estavam brincando quando eu cheguei? — Sophia puxou Harry para seu colo, apertando suas bochechas de leve.

— Brincadeira boba, nada de muito interessante. — A tia cortou a fala de Harry e indicou o prato com a cabeça. — Coma.

— Casei com o Lou. — Harry sorriu e mostrou o anel improvisado em seu dedo.

— Vocês o quê?! — Riu alto e intercalou o olhar entre os dois.

— Casamos. — Louis deu de ombros e se sentou na cadeira ao lado de Sophia.

— Essa era a brincadeira? — Sorriu simpática.

— Mas não é brincadeira! — Louis formou uma carranca no rosto. — Hazzy é meu agora. Fiz tudo direitinho, igual nos filmes.

— Felicidades!

— Sophia! — A mãe repreendeu.

— Agora só falta construir uma casa bem bonita. — Louis sorriu grande para Sophia, sentindo-se feliz por estar tendo sua atenção. — Casa não... Castelo! Um igualzinho o da Bela e a Fera.

— E suponho que Harry seja a Bela. — Fez cócegas na barriga do mesmo, que se contorceu e assentiu.

Louis empurrou o prato que a tia havia colocado em sua frente e a mesma respirou fundo, tentando acalmar os nervos. — Harry é a Bela porque é muito bonito.

— Sim, ele é. — Sophia sorriu para as crianças. — Você também é muito bonito, Louis.

— Obrigado. — Abriu um sorriso envergonhado.

— Sei que apareço apenas de seis em seis meses mas... Poderiam ter me esperado chegar. — Disse em um falso tom magoado e beijou a bochecha de Harry, achando divertido assistir a carranca no rosto de Louis. — Só estou me sentindo excluída do casamento, poderiam ter me esperado chegar.

— Mas o Lou disse que tinha que casar antes de... — Louis levantou abruptamente e abraçou o mais novo, pressionando seu rosto contra seu ombro, para que saísse abafado.

— É segredo, Hazzy. — Sussurrou no ouvido dele.

— Não gostei desse papo de casamento. São crianças pequenas, não deveriam pensar nessas coisas... Ainda mais dois meninos. Andem! Se não querem comer então não comam! Subam para o quarto! — A tia bateu palmas, os apressando a sair da cozinha.

— Eles são apenas crianças, mamãe. Os deixe brincar, hum? Não é como se fosse mudar algo na sua vida. Não é como se fosse de verdade.— Sophia deu de ombros e deu uma garfada da comida.

— Eu não perguntei. Já disse para subirem! — Gritou mais uma vez e os dois subiram as escadas correndo.

— Estou tentando não me estressar, mamãe, estou tentando não discutir. — Sophia resmungou.

— Não é você que tem que aguentar. Eu só estou com eles porque Carolina era minha querida irmã e eu não teria coragem de deixar os dois no orfanato. — Soltou os talheres no prato, desistindo de comer.

— Você nem ao menos se esforça para se dar bem com eles... E sabemos que não é só por esses motivos. É muito dinheiro?

— Já dou comida e um teto, é mais que o suficiente. Louis está sempre dizendo que Harry é dele, então que o carinho entre eles seja suficiente. — Pegou o prato e levou até a pia. — E eu não vou responder a sua pergunta.

— Não acha que Carolina iria gostar de ver que pelo menos cuida deles com amor? — Seguiu a mulher e se colocou ao lado dela. — Ou um pouco mais de paciência?

— Não são meus filhos. Você é minha filha e sabe muito bem que não sei lidar com crianças. Não é como se você tivesse tido muito de mim.

— Também não são os meus, mas mesmo assim tenho um carinho por eles. São apenas crianças inocentes. Crianças inocentes que perderam a mãe muito cedo. Você não pode ser mais empática? Estão tentando se consolar!

— Os leve com você. Não está tão preocupada? Leve os dois com você! Eu não vou contra e até mando um pouco do dinheiro... Tudo pela minha paz e a sua. — Entregou o pano de prato para a filha e saiu rapidamente da cozinha.

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