Já estava perto da hora do lanche 16:30pm e por esta hora o meu irmão devia estar a chegar a casa. Abri a janela do meu quarto e saí para a varanda, sentando-me na cadeira que lá estava.
Olhei em volta enquanto a brisa suave proveniente do vento fraco embatia contra a minha cara. Observei a nossa casa da árvore, na verdade, eu nunca fora capaz de destruir aquele pequeno espaço que tanto me fez sorrir, eu havia sido apenas uma criança que se apaixonou por um rapaz com lindos olhos verdes. Sempre me haviam chamado a atenção aqueles olhos tão vivos e brilhantes, e nunca pensei que alguma vez sequer, esse rapaz pudesse ser meu amigo. Na verdade, ele era amigo do meu irmão, 2 anos mais velho que eu, agora a diferença não parece muita mas quando somos pequenos parecemos tão superiores quando somos mais velhos que os outros, nem que a diferença seja de apenas um mês. Ele tinha 12, eu tinha 10, passamos tanto tempo naquela casa da árvore, era apenas eu, ele e o Brandon, o meu irmão. Ele foi o meu primeiro beijo e o meu primeiro amor. Mas passado uns 4 anos, o meu irmão veio com a noticia que ele havia mudado de casa. Para uma criança, adolescente nessa altura, essa notícia veio como uma bola demolidora mas as crianças são rápidas a esquecer a dor, pelo menos, eu fui. Nunca me esqueci dele e gostava que pudéssemos agora ter uma relação de amizade, afinal o primeiro amor nunca se esquece mas nunca mais soube nada dele, apenas fiquei com duas lembranças dele, a casa da árvore e o seu nome que havia sido dado pelo meu irmão, Ed e o resto? Bem, o resto são apenas memórias.
Ouvi a porta do meu quarto ser aberta, raptando toda a minha atenção para esta, e observei o Brandon entrar juntamente com Emma. Eles estavam tão diferentes, o meu irmão estava mais homem do que me lembrava, os seus abdominais suficientemente definidos faziam-se notar na T-shirt branca e o seu cabelo estava bastante bonito, dava-lhe um ar mais masculino, eu gostava deste novo estilo do meu irmão e a Emma? Bem a Emma sempre foi bonita, sempre havia despertado em mim aquela pontada de inveja pelo facto de tudo nela se conjugar perfeitamente, os seus olhos verde vivo com os seus lábios carnudos faziam a cabeça dos rapazes dar uma volta de 360 e a sua responsabilidade? Bem isso era insuperável, não invejava isso, não de todo, sou suficientemente responsável, mas a Emma ultrapassava de todo o máximo de responsabilidade possível por pessoa, acho que poderia partilhar um pouco com o meu irmão, pois esse aí precisava mesmo dela. Se havia melhor termo para substituir a palavra irresponsável, seria 'Brandon', a descontração do meu irmão em relação ao mundo sempre foi preocupante para todos em seu redor mas ele não muda e segundo ele, não tem intenções disso. Mas depois de tudo, o que mais adoro nestes dois seres diante de mim, é o facto de se tornarem algo que não são para me protegerem, eu sou como uma boneca de porcelana para eles, não me podem deixar cair para não me partirem e por isso estão sempre à minha beira para me levantarem nos momentos mais difíceis.
Senti os braços da minha melhor amiga rodear-me o pescoço e apertar-me fortemente, mas aquilo estava longe de me incomodar, eu precisei disto, do apoio dos que me amam, mas em vez de dar valor a isso, decidi baixar os braços enquanto cada dia da minha vida era desperdiçado a chorar dentro de um quarto.
-tive tantas saudades tuas- chorou Emma no meu ombro
- eu também- uma lágrima escorreu na minha face mas logo a limpei e tomei uma atitude- não vamos chorar, quero que me contem as novidades- sugeri entusiasmada
- bem, tu saíste do quarto- o meu irmão nomeou como novidade, sorrindo
-bem, eu ainda não saí literalmente do quarto- sorri vitoriosamente vendo que tinha apagado aquele sorriso de gozo da cara dele mas logo ele o recuperou, deixando-me confusa
- então esta noite dormes na varanda- sugeriu- tendo em conta que ainda estás dentro do quarto
Revirei os olhos, as tentativas falhadas de humor do meu irmão permaneciam intactas

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Obsession
FanficO sofrimento conduz ao desespero. A felicidade conduz aos bons momentos. Mas as nossas escolhas, independentemente de boas ou más, conduzem ás consequências. Alguém tem uma missão, outro alguém é a razão dessa missão. Qual será a missão e qual será...