CAPÍTULO UM

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Eu estava na sala organizando algumas coisas da última viagem que fizemos quando ouvi um choro vindo do quarto das meninas, subi depressa e assim que cheguei vi que era apenas uma que estava chorando, a outra ainda estava dormindo. As gêmeas tinham temperamentos completamente diferentes e até mesmo complexos pro tempo quem ambas tem, uma se parecia muito comigo enquanto a outra puxou o Nicolas todinho, e claro que a que estava chorando era a que se parecia comigo.

Ela era a mais irritada.

— Calma, meu amor — falei, me aproximando do berço e pegando ela. — Mamãe tá aqui.

Peguei Helena nos braços e fiquei com ela no colo enquanto tentava acalmá-la, eu ainda estava me acostumando com a ideia de ser mãe em dose dupla e tentando por tudo não me desesperar quando uma delas chorava. Sempre que uma delas, ou as duas, chorava eu sentia meu coração se partindo.

Dei uma olhada na Laura e percebi que ainda estava dormindo tranquilamente, o que por um lado me deixou um pouco mais aliviada.

Nicolas entrou no quarto tão agoniado quanto eu, o que me fez rir, pela aparência e cara de assustado deduzi que ele estava quase dormindo, nunca em mil universos eu poderia imaginar ele sendo assim, um pai coruja e....sendo tão bom pra mim e para as meninas.

— Se acalma, papai do ano. — falei, querendo rir. — Elas estão bem.

— Sai do banho quando ouvi o choro.

— Eu acredito. — impliquei. — Ela só tá manhosa, não é meu amor? — dei um beijo na cabeça da Helena.

As meninas tinham quase seis meses e preciso admitir que eu não lembrava o que era dormir uma noite inteira, mas cada minuto com elas compensava.

— Acho bem impressionante que a Laura não liga pra nada. — ele disse, rindo.

— Claro. Puxou pra você, queria o que?

O moreno pegou a bebê dos meus braços e se sentou na poltrona no canto do quarto, era engraçado ver um homem do porte dele com algo tão pequeno nos braços. Quase todos esses momentos me faziam lembrar de tudo que passamos todos esse tempo pra poder chegar até aqui.

Nicolas levantou a cabeça para me olhar e vi um brilho diferente nos olhos dele.

— Elle?

— Oi.

— Você me proporcionou uma das melhores experiências que eu podia ter na vida.

Senti meus olhos ficando marejados e desde o parto minhas emoções estão totalmente descontroladas, mais do que o normal.

— Vou deixar vocês a sós antes que eu chore. — avisei, saindo do quarto.

Fui para o nosso quarto e tratei logo de tomar um banho pra trocar de roupa, já era quase duas da manhã e eu queria, pelo menos, algumas horinhas de sono.

Assim que saí do closet e fui para o quarto me deparei com Nicolas sentado na beira da cama, mexendo no celular, mas assim que me viu deixou o aparelho de lado.

— Ela dormiu?

— Sim. — me mostrou a babá eletrônica.

Ele se levantou e veio na minha direção, os lábios dele tocaram os meus lentamente, passei meus braços em volta do pescoço dele aproximando nossos corpos.

— Eu te amo. — ele disse.

— Sinto sua falta...quanto tempo eu vou ter que me segurar?

— Eu só me preocupo com você, Elle.

— Eu sei. — dei um beijo nele. — Mas não quero você reclamando quando eu te atacar por ai. — brinquei.

— Eu vou ser o homem mais feliz quando isso acontecer.

Ele franziu o cenho.

— Pelo que eu me lembro, eu que era o tarado dessa relação. — lembrou.

— Às vezes os papéis se invertem. Ainda mais que eu tô há quase um ano sem.

Deitei na cama ao lado dele e Nicolas me puxou pra perto, e me abraçou.

— Tá preparada pra amanhã? — perguntou, beijando meu pescoço.

Senti algo dentro de mim sentir medo.

— Pra ser sincera, nem um pouco.

Amanhã seria o dia em que meus pais conheceriam as gêmeas e talvez isso fosse um desastre total, mas ainda tinha esperanças de que fosse um momento bom onde minha mãe esqueceria toda a raiva que tinha pelo meu marido. Pelo pai das minhas filhas.

— Não pode ser tão ruim, amor.

— Até parece que você não conhece eles. — resmunguei.

Me virei e fiquei de frente pra ele, meus olhos encontraram os dele e era incrível como a sensação de quando olhei assim pra ele pela primeira vez ainda estava presente em mim.

— Eu só queria que os problemas acabassem...— continuei. — E com nossos pais por perto é impossível.

— Esquece eles, Elle. Você têm as meninas e a mim, o resto foda-se.

Por mais que ele falasse isso eu sabia que o moreno também pensava sobre o pai dele, se ele tentaria algo contra mim ou até mesmo contra as meninas.

Mas independente disso eu tinha toda certeza de que Nicolas nunca, em hipótese alguma, deixaria barato algo pro próprio pai se envolve nós três.

Amor a toda prova ( Consequência - 2° livro)Onde histórias criam vida. Descubra agora