CAPÍTULO TRÊS

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Eu estava tomando café enquanto ficava de olho nas meninas através da babá eletrônica, enquanto elas estivessem dormindo eu podia ir adiantando algumas coisas. Se bem que não sobrava muita coisa pra fazer, já que a moça que contratamos pra cuidar da casa deixava tudo impecável.

Meu celular começou a tocar e assim que atendi ouvi a voz da Mia, minha amiga e madrinha das meninas fez apenas avisar que estava vindo ver elas e que chegava em dois minutos. So tive tempo de autorizar a entrada dela no condômino antes de ouvir as gêmeas chorando.

Olhei no relógio e me dei conta de que eram quase onze da manhã, elas estavam com fome.

Subi depressa acompanhada da Lara e enquanto eu peguei a Helena, Laura estava nos braços dela. Fomos com as duas para o meu quarto e enquanto eu dava a mamadeira pra uma, Lara fazia o mesmo com a outra.

— Elas estão crescendo rápido, Sra. Gabrielle. — Lara comentou.

— Estão, não é?

A porta do quarto abriu e minha amiga passou por ela com um sorriso no rosto e quando viu as meninas surtou de vez, desde a primeira vez que Mia viu as meninas não consegue se conter. Ela sentou na cama ao meu lado e Lara colocou a bebê no colo dela, minha amiga ficou babona em questão de segundos.

— Acho que você é a tia mais babona que existe, Mia.

— Que bom, né titia? — falou com a Sofia. — E cadê o pai do ano? — ela me olhou.

— Hoje ele foi trabalhar. Convenci ele de que ficaríamos bem, foi difícil mas deu certo.

— Eu imagino....ainda mais ele sendo do jeito que é. — bufou.

Quando Laura começou a se irritar entreguei Helena para a tia e coloquei a mini versão do Nicolas em meus braços, às vezes olhar pra ela e ver a semelhança me deixava assustada.

Os olhos...idênticos.

— E como foi o jantar com os seus pais? — ela perguntou.

— Péssimo. Eu tentei, mas...não deu.

— Sabe bem que não precisa deles, Elle. Nós somos a sua família.

— Eu sei, mas o Nicolas quer que as meninas tenham contato com os avós — suspirei, me sentindo exausta desse assunto. — E você sabe que ele é muito bom convencendo os outros.

— O Nicolas precisa parar de querer melhoras as coisas que nunca foram boas. — brigou. — E eles nem são bons exemplos pra ficar perto delas!

— E nós somos? Porque honestamente....

Mia me olhou e ela parecia bem séria. E talvez possessa comigo.

— Eu acho que vocês são pais incríveis, e vão ser bem mais conforme elas forem crescendo.

— Eu só...tenho muito medo de falhar com elas. — murmurei.

— Você não vai, Elle. Você não é seu pai e nem sua mãe.

— E o Nicolas?

— O que tem ele, Elle?

— E se ele achar que não é isso que ele realmente quer? — perguntei, soltando aquele pensamento que ficava ecoando na minha cabeça noite e dia. — E se um dia ele achar que aquela vida é melhor?

Ela riu.

— Não existe um mundo em que o Nicolas queira viver se não tiver você. — Mia disse, na tentativa de me consolar.
.

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.

.

Eu estava quase pegando no sono quando ouvi a porta do quarto abrindo, quando me virei vi Nicolas entrando e percebi que ele parecia bastante cansado e frustrado. Sentei na cama e o moreno fez o mesmo, dando a volta para ficar ao meu lado. Olhei no relógio e vi que era quase meia noite.

— Tá tudo bem? — perguntei.

— Tá sim, amor. Pode voltar a dormir.

Me aproximei dele e fiz com que ele me olhasse nos olhos, nunca tinha visto Nicolas assim, cansado desse jeito.

Tinha alguma coisa errada com ele.

— O que falamos sobre não ter segredos?

— Eu sei...— respirou fundo, sentando na cama.

Nicolas ficou apenas me olhando nos olhos por alguns minutos como se estivesse tentando voltar pra nossa família, pra mim. De repente ele me puxou para seu colo e passou os braços em volta do meu corpo, me mantendo presa a ele.

— Como estão as meninas?

— Bem. Estão dormindo. E você, como está? — insisti na pergunta.

— Bem melhor agora.

Ele me deu um beijo calma e lento, tive tempo o suficiente para saborear os lábios dele antes que se afastasse.

— Vou tomar um banho. — ele disse, tocando minha bochecha.

Meu marido levantou e foi em direção ao closet, ainda sentada na cama ouvi o celular dele tocando sobre a mesa, assim que me aproximei vi um nome desconhecido. Na verdade, era o nome de uma mulher.

Carolina.

Quem é essa?

Deixei o celular novamente sobre a mesa e peguei uma coberta antes de sair do quarto, fui direto para o quarto das meninas e me tranquei lá, tínhamos decidido colocar um sofá cama lá pra quando precisássemos passar a noite com elas e aparentemente me cairia muito bem agora.

Entrei em silêncio pra não acordar elas e me deitei, mas aquela notificação inútil ainda estava ecoando na minha cabeça, a pior parte é por não saber algo sequer sobre como anda vida dele, porque ultimamente andamos tão ocupados com as meninas que esquecemos de nós dois.

— Elle? — ouvi a voz dele em alto e bom tom.

Assim que levantei me deparei com ele já dentro do quarto.

— Por que veio pra cá? — perguntou confuso.

— Elas precisam de mim. — respondi, ríspida.

— E eu não?

— Às vezes parece que não...

Ele respirou fundo e passou as mãos no rosto.

— O que foi dessa vez?

— Nada, Nicolas.

— O problema é que com você nunca é nada. Sempre tem alguma coisa.

— Se você falar alto de mais e acordar as minhas filhas eu juro que mato você! — sussurrei, irritada.

— Suas filhas? Nossas!

— Vai dormir, Nick. Sua vida já anda cansativa demais pra querer entrar em uma briga comigo.

— Que merda que você tá falando!?

Ouvi a Helena resmungando e começando a choramingar, só ai dei conta de que bebês sentem as emoções e que esse tipo era a última coisa que queria que elas sentissem.

Levantei da cama e saí do quarto puxando ele pelo braço pra que voltasse para o quarto.

Eu só precisava dormir.

Amor a toda prova ( Consequência - 2° livro)Onde histórias criam vida. Descubra agora