Nosso mestiço

05

Minerva sorriu ao encontrar o mestiço tão comentado pelos dois vampiros.

O pequeno a encarou com olhos arregalados como se não tivesse notado a presença dela.

"Olá Harry."  Cumprimentou suavemente." Sou Minerva e vim verificar sua saúde tudo bem?"

O aceno dele foi o suficiente para ela se aproximar e colocar sua maleta em cima do cômodo.

"Eu não tocarei em você ok?" Disse ela." Só vou pedir que retire sua camisa."

"P-Por que?"

"Para ficar mais fácil eu saber o que ocorre com você ok? Prometo que nada de ruim acontecerá aqui." Falou.

Assentindo depois de pensar um pouco,ele retirou a blusa revelando seu torço magro demais.

Minerva olhou para as manchas que havia no braço dele.

"Essas manchas aqui no seu braço." Disse apontando." Tem em outros lugares?"

"No quadril." Falou baixo.

Assentindo,ela abriu sua maleta onde tirou uma borboleta azul cintilante.

Harry encarou o bichinho colorido com curiosidade principalmente pelo fato da mulher sussurrar algo em outra língua que ele não entendeu.

A borboleta começou a bater suas asas e a se multiplicar deixando o mestiço de olhos arregalados com aquilo.

Várias borboletas voavam ao seu redor o deixando maravilhado com aquilo.

Ele nunca tinha visto tais criaturinhas assim no antigo lugar que morava.

Um biquinho se formou em seus lábios ao que uma borboleta pousou em seu nariz o deixando vesgo.

Minerva pegou uma folha onde várias informações foram sendo colocadas a medida que as borboletas circulavam o menor.

Sua feição foi mudando conforme foi lendo.

Desnutrição severa. Era a primeira coisa da lista.

Falta de vitamina sanguínea.

Disfemia. Problemas de fala.

Problema nos ossos entre outros que a assustaram.

Com todos os seus anos nesta área,nunca viu alguém com tanto problema assim.

Aonde esse garoto estava enfiado para ter tudo isso em um corpo tão pequeno?

Olhando para o mestiço, o viu concentrado na borboleta que pousou em seu dedo.

Abrindo um sorriso,ela se aproximou dele sendo pega pelos olhos atentos.

"Querido posso ver o estado de suas presas?" Perguntou com carinho." Vai ser rapidinho,eu prometo."

Recebendo permissão,ela se aproximou mais o vendo abrir a boca.

Afastando o canto da boca,pode ver que as presas que deveriam ser afiadas estavam desgastadas ou quem sabe quebradas.

Não havia ponta,apenas um fantasma do que deveria ser uma ponta.

Diferente dos puros que conseguiam projetar suas presas por serem longas,os mestiços tinham uma pequena presa que ficava visivel o tempo todo porém ela não se desgasta mesmo se houver um uso prolongado.

Então como aquele mestiço possuia presas quebradas?

Ele não conseguiria caçar com elas daquele jeito.

"Obrigada querido." Disse se afastando." Você foi um bom garoto."

Levando a mão até os fios longos,ela levantou as sobrancelhas ao ver o recuou brusco dele assustando as borboletas pousadas nele.

Estreitando os olhos ao ver o assombro no verde ali presente.

"Maltratos?" Perguntou Lucius a vendo assentir.

Depois da consulta,Minerva saiu deixando o mestiço distraido com as borboletas e foi até Lucius que esperava do lado de fora.

"Sim. A lista dele é grande o suficiente para ficar internado a vida toda só para recuperar o dano." Falou com um suspiro." As presas danificadas,ossos com problema,falta de vitamina,desnutrição. Se ele fosse um humano,com certeza não teria resistido a tudo isso."

Estalando a língua, Lucius encarou a folha medicinal do mestiço.

"Acha que dá para recuperar?" Perguntou.

"A falta de vitamina e melhorar a destruição sim." Respondeu." Mas a disfemia dele vem do psicologico,afinal não sabemos como e aonde ele foi enfiado."

"No relatório dizia que ele vivia nos subúrbios." Comentou.

"Para ter tantos problemas,acho que a pobreza não era o único problema dele." Falou." Ele vai precisar de um copo de sangue todos os dias e não pode comer muito,seu estômago é pequeno então precisa ir aos poucos para conseguirmos fazer ele engordar nem que seja um pouco."

"Recomendação de alimentos?"

"De carne e frutas como morango,maca,melancia." Comentou. "Ele também vai precisar de Sol mesmo sendo vampiro."

"Severus não vai gostar muito disso." Falou analisando a lista." Afinal ele foi quem mais fez questão de achá-lo. "

"Ele também vai precisar desenvolver paciência." Comentou Minerva.

"Por que? O que aconteceu?"

"Harry vai recuar em qualquer avanço considerado perigoso ou estranho para ele." Explicou." Eu fui tocar no cabelo dele e ele recuou assombrado. Não acredito que ele saiba o que é um carinho."

Passando a mão pelo rosto,Lucius teria que conversar com Severus depois que chegasse.

Aliás ele nem sabia aonde ele tinha ido.

O barulho do fogo parecia música em seus ouvidos enquanto lá de dentro de podia ouvir os gritos desesperados.

Enquanto observava tudo pelos seus óculos escuro,seus homens executaram muito bem suas ordens.

Engatilhado sua arma, ele a encostou na cabeça daquele mestiço choramingou.

"Por que está fazendo isso?!" Questionou aos gritos." Eu te dei minha mercadoria mais valiosa."

"Um mestiço que tem coragem de vender alguém da mesma espécie  só merece a morte." Declarou.

A risada do homem o fez arquear a sobrancelha.

"E quem compra só para ter uma bolsa de sangue?" Questionou. "Merece ir para o inferno."

"Claro,mas você vai primeiro." Falou Severus. "De oi para ele por mim."

Apertando o gatilho,ele viu o corpo cair em um baque surdo.

Tomando um suspiro,ele guardou sua arma e se aproximou do carro.

"Vamos embora." Declarou ao seus homens antes de entrar no carro.

"Sim senhor." Disseram em uníssono.