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|| Aquilles Martínez Duncan ||

📍EUA | Flórida, Los Angeles, Sexta-feira, 18:00.

Fronteira do Céu com o Inferno. Astral imprevisível, como um ataque cardíaco no verso. Violentamente pacífico, verídico. Vim pra sabotar seu raciocínio. Vim pra abalar seu sistema nervoso e sanguíneo.

Encaro o céu alaranjado do pôr do sol da Flórida, e sopro o ar pelos meus lábios, enquanto o suor escorre pelas minhas costas. Resolvi sair pra correr antes que meu pai chegue da viagem de negócios que ele fez ontem, e comece com seu discurso interminável de me lembrar o quão irresponsável e inconsequente eu sou.

Digamos que eu seja o caçula de seis irmãos, então toda a pressão da perfeição, acabou caindo nas minhas costas, porque querendo ou não, sou o bebezão que ainda mora com os pais. E ainda assim, já tenho vinte e oito anos. Mas o que acaba não facilitando esse papel, é ser o único interessado em herdar toda a caminhada criminosa que minha família carrega.

Apolo, meu irmão mais velho já fez trinta e oito anos naquela carinha dele, estudou pra caramba e se tornou neurocirurgião. Saiu da casa dos nossos pais há quinze anos e atualmente vive seu próprio conto de fadas com a esposa e seus trigêmeos. Mau humorado, perfeccionista e arrogante definem bem meu querido irmão, mas não é como se eu pudesse culpá-lo.

Pandora é a segunda na linhagem Duncan, trinta e cinco anos de história, juíza na vara de família, saiu de casa super cedo com seus dezoito anos e é casada há dez com sua esposa Alanna, seu casal de filhos já deve estar pra fazer dez anos. Sistemática, manhosa e impulsiva ao extremo, mas tem um coração imenso pra ajudar quem precisa.

Depois dela vem o Ícaro, aquele ali é o orgulho do pai babão que nós temos (assim como os mais velhos), montou uma empresa de tecnologia com vinte anos, e desde então vem faturando milhões de dólares por ano com seus lançamentos futurísticos. Mesmo com seus trinta e quatro anos segue solteiro, já que o discurso que seu emprego é prioridade lhe cai como uma luva.

Selene é a quarta filha da família Duncan, trinta e dois anos, é tatuadora em Nova York, anos atrás brigou feio com nosso pai, por não se interessar por nada "digno" na visão dele, e se rebelou, saindo de casa e deixando todo o peso do nosso sobrenome pra trás. Ela tem com toda certeza do mundo, o espírito mais livre que eu já vi, é carismática, extrovertida e insanamente animada.

Adônis veio antes de mim, tem apenas trinta aninhos num rosto de vinte, o que eu acho extremamente ridículo. Nunca se interessou por nada além da sua beleza, dono da maior autoestima que eu já conheci, não é atoa que se tornou modelo aos quinze anos, e desde então roda o mundo desfilando, e tirando suas inúmeras fotografias.

E no fim da linhagem tem eu, Aquilles Martínez Duncan, filho da mulher mais doce e compreensiva do mundo inteiro, e do homem que quer a todo custo colocar um pouco de "juízo" na minha cabeça. Dono de um temperamento explosivo, e com certeza, um aventureiro por natureza, que com só vinte e oito anos de vida, acredita ter muito o que aproveitar antes de precisar colocar uma aliança no dedo.

Ísis Smith Martínez veio da Espanha com vinte anos, atrás de uma vida melhor. Órfã de pai e mãe, precisou lutar muito pra crescer em um país completamente desconhecido. O que ela não esperava era conhecer o amor da sua vida em uma partida de basquete que ela foi pra acompanhar uma amiga que era fã.

Hórus Duncan, carregou desde sempre o fardo de ser o único herdeiro vivo da família pra dar continuidade ao legado do nosso sobrenome. O mais engraçado é que o homem fechado, mal encarado e ridiculamente educado, acabou apaixonado pela mulher mais carinhosa, doce e extrovertida que o mundo já viu.

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