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Realmente era uma manhã como outra qualquer na mansão borboleta. Não muito turbulenta, com o cheiro de flores cercando a residência, os funcionários andando de um lado para o outro e o trio de caçadores treinando sob supervisão de Naho, Sumi e Kiyo.

O treino era o mesmo que o de costume. Treinavam a respiração, para que pudessem dar múltiplos ataques antes de seus pulmões arderem. Treinavam os movimentos com as katanas, para uma melhor mobilidade na hora do combate. E, por fim, faziam um pequeno duelo para aperfeiçoarem suas táticas de batalha.

Nada muito fora do comum.

Depois do treino, Aoi sempre os recebia com uma cesta cheia de bolinhos de arroz recheados com carne de porco, mochis com recheio de doce de feijão e um pouco de chá verde. Nesse dia não foi diferente.

Obrigado, Aoi! — exclamou Tanjiro com um sorriso, enquanto limpava sua testa suada.

—  Sem problemas. Apenas limpem tudo depois de comer. — ela disse, colocando as mãos na cintura fina, mirando seu olhar para o caçador de cabelos tingidos de azul. — Ouviu, Inosuke?

Tá, tá. — resmungou, colocando um bolinho inteiro na boca.

A pequena bufou e se dirigiu ao varal onde estava estendendos os lençóis. Tinha de terminar o trabalho.

Tanjiro sorriu novamente e abocanhou um dos bolinhos, segurando com cuidado para não desmanchar.

Que delícia! — seus olhos brilharam por uns instantes. Aoi, além de boa lutadora, prestativa e trabalhadora, nunca decepcionava na cozinha.

Porém, além do cheiro do arroz fresco e do suor exalando dos corpos do trio, o Kamado sentiu um cheiro diferente, um cheiro que comumente não sentia. Fechou os olhos buscando saber de onde vinha, e não estav muito longe, aliás, estava perto demais.

O cheiro vinha do seu lado.

Tanjiro abriu os olhos e mirou uma figura loura cabisbaixa, que apenas sorria triste enquanto mirava o chão de madeira envernizada.

Zenitsu... não vai comer? — perguntou o jovem camado, com olhos curiosos.

Inosuke mirou Zenitsu também. Sua boca estava cheia de arroz, por dentro e por fora. A cabeça de javali estava pousada ao seu lado e também estava suja, mas com um pouco de doce de feijão dos pequenos mochis.

Ah! Não estou com fome agora... — ele apertou os olhos, em busca de convercer a dupla de que aquele era um sorriso verdadeiro. O cheiro agora ficara mais perceptível para Tanjiro.

Pêssegos estragados. Um odor raro, que apenas sentira uma vez, quando Zenitsu, junto de Tanjiro e Inosuke, testemunhara a morte do tão admirado pilar das chamas, Kyojuro Rengoku.

Então eu vou comer a sua parte. — disse Hashibira, voltando a comer como se não houvesse amanhã.

Agatsuma deu de ombros e se levantou, pedindo licença. Kamado o perdeu de vista quando o viu virando em direção ao corredor de dentro da mansão.

O cheiro foi logo ficando cada vez mais distantes, indicando que Zenitsu já não estava mais muito próximo da dupla. Tanjiro suspirou pesado e voltou a comer.

O que será que ele tem hoje... — murmurou para si, enquanto mordia um pequeno pedaço de um dos últimos saborosos bolinhos de arroz.

Alguns instantes depois, Inosuke arrotou como sinal de que estava satisfeito e energizado, pronto para cortar a cabeça de qualquer oni que visse pela frente. E, aparentemente, esse desejo seria concedido em breve, pois, algumas horas mais tarde, o Hashibira fora chamado às pressas para a sala do mestre.

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⏰ Última atualização: Feb 09 ⏰

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