-- Não acredito que ela não deixou você mandar seu número - Millie disse indignada --
-- Acredite. Eu estou tão surpresa quando você - confesso - estava até esperando sair meu nome em páginas de fofoca --
-- Imagina - ela riu - "Sadie Sink passa número para anônimo e ela vaza na internet" ou "Sadie Sink curti foto de anônimo e ela a faz de trouxa" --
-- Ok - disse - esse último me pegou --
-- Não se sinta mal --
-- Ajudou muito - fiz joinha --
-- Vai mandar a mensagem.. ou vai fingir que a amiga delx não pediu pra tirar foto com a gente? --
-- Tem isso também --
-- Pois é --
-- Não tem como fingir que não aconteceu --
Peguei meu celular, anotando o número delx na minha agenda.
Notei a expressão concentrada no rosto de Millie.
-- O que foi? - perguntei --
-- O que você está digitando com tanto empenho aí? Algum segredo? --
Olhei para ela com um sorriso travesso.
-- Algo assim. Acho que é hora de enviar a mensagem e ver no que vai dar. --
Ao enviar a mensagem, senti uma mistura de nervosismo e empolgação. Millie, percebendo minha ansiedade, como sempre, provocou.
-- E aí, mandou? O que você escreveu?
Eu, curiosa, também aguardava a resposta. Olhei para o celular, hesitei por um momento e disse:
-- Bom, algo como "Oi. Foi ótimo te conhecer hoje na cafeteria. Por mais que você não tenha dito nada. Quer sair para tomar um café algum dia?"
Nos trocamos olhares cúmplices antes de Millie comentar com um sorriso.
-- Acho que você tem futuro como roteirista de romances. --
Ri e Millie acrescentou:
-- Boa sorte, espero que ela aceite. E se não aceitar, pelo menos teremos uma história para contar. --
-- Claro, vou adorar dizer: "curti a foto de uma pessoa anônima. Por acaso do destino, encontramos ela na cafeteria e ela negou oque aconteceu mais cedo. Depois chamei a garota pra sair e ela super recusou."
-- É - Millie disse - Algo assim --
-- Preciso de um banho - disse me levantando --
Entrei no chuveiro, deixando a água quente relaxar meus músculos. Enquanto a água caía, em minha mente divagava para a mensagem que eu havia enviado. Eu logo passei o sabonete, perdida em meus pensamentos, imaginando como seria o encontro.
A ansiedade começou a borbulhar em meu peito, misturada com uma empolgação palpável. O som da água caindo encobriu o suspiro nervoso que escapou dos meus lábios. Eu me peguei sorrindo ao pensar na possibilidade de algo especial surgir desse convite para um café.
O som do meu celular vibrando na pia interrompeu meus devaneios, e eu apressadamente desliguei o chuveiro para conferir a mensagem. A ansiedade persistia, mas agora era acompanhada por uma esperança vibrante.
Ao pegar meu celular, vi a resposta:
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