Burn The X-File

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25/04/2024 05:33a.m
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— Certo, hm... Eu tenho algo a dizer. — Miyeon se sentou no tapete da sala e encarou suas cinco amigas. Eram cinco da madrugada e o sol ameaçava raios fortes entrando pela janela. — Não sei como falar, estou envergonhada.

— Nós estamos literalmente todas nuas e suadas por causa de uma orgia que nunca vamos nos esquecer, provavelmente essa foi a coisa mais íntima que já fizemos, não precisa ter vergonha de mais nada. — Yuqi disse de olhos fechados, aproveitava o cafuné que recebia de Soyeon, essa que fazia movimentos lentos entre o cabelo loiro quase dourado da chinesa. Sua cabeça apoiada no peito da mais velha, sentia a respiração ir e voltar e estava quase dormindo pelo cansaço de quatro orgasmos.

— Certo. — Respirou fundo antes de falar. Cho não tinha certeza se deveria, tinha medo de perder suas amigas mas algo lá dentro insistia em liberar. Todas elas de alguma forma estavam fodidas aquela noite e apenas Miyeon não tinha um problema aparente.

A situação piorava quando as cinco seriam as primeiras a saber sobre isso.

Era maio de cinco anos atrás quando Miyeon encarava o doutor em frenesi, chacoalhando seu pé incansavelmente esperando uma resposta do velho que, devido a sua idade (ou talvez a ansiedade da mulher), parecia demorar uma eternidade procurando seus dados no computador tão antigo quanto o homem. Havia uma semana desde que Cho procurou o médico alegando estar com enjôos e dores no corpo, seu óbvio palpite era uma gripe ou no máximo uma virose, mas começou a se preocupar quando foi receitado uma bateria de exames um pouco complexos.

Ela claramente desistiu da hipótese de estar com virose.

Achei! Cho... Miyeon, certo?

Sim, senhor.

Seu estômago revirou e ela se segurou ao máximo para não vomitar de nervoso na mesa do médico. O seu maior medo era estar grávida.

Sua mente criativa logo pensou num futuro de mãe solo, onde ela perdesse todos os seus dias de festa para cuidar de uma criança. Se imaginou toda destruída mental e fisicamente entanto corria atrás do bebê e também se viu com a criança urinando em seu rosto enquanto trocava sua fralda. Teve calafrios.

Você quer que eu os imprima e te explique ou posso dizer o que está escrito no computador?

Tanto faz, só preciso saber se estou grávida.

O doutor mostrou um sorrisinho sapeca e Miyeon quis enforcá-lo pela demora. Ele a entregou todos os exames necessários em folhas impressas e grampeadas, com o documento em suas mãos correu para a página de seus exames de sangue e quase desmaiou quando viu a palavra "positivo" em negrito.

Ela logo deduziu o pior, sem ao menos terminar de ler o resto do papel. Seus olhos se encheram de lágrimas e seu chão caiu.

E-eu estou grávida?

E então mais uma vez o velho riu, Miyeon realmente cogitou trucidá-lo pelas risadas infames. Porém ele ao menos deu a resposta que ela esperava.

Não senhorita, você não está grávida.

O que eu tenho então? Por que isso está positivo? — tendo um pingo de compaixão pela primeira vez, o velho respirou fundo para dar uma notícia não muito boa. Mas não foi preciso suas palavras porque Miyeon procurou respostas rápidas lendo o resto do exame. Suas duas mãos cobriram sua boca em choque e por um instante pensou que era melhor uma gravidez.

Alcoholic LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora