Me deixa em paz

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Notas: Muito obrigada a todo mundo que deu uma chance pra essa história! Tô muito feliz em escrevê-la e espero que continuem acompanhando ❤️ Lá vamos nós para mais um capítulo de comunicação entre dois palhaços ~

Notas: Muito obrigada a todo mundo que deu uma chance pra essa história! Tô muito feliz em escrevê-la e espero que continuem acompanhando ❤️ Lá vamos nós para mais um capítulo de comunicação entre dois palhaços ~

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Há pouco mais de vinte anos, Zoro admite que talvez era um pouco idiota, embora apenas ele próprio possa dizer isso. Mas jamais se censuraria por festejar e beber muito, por sentir a adrenalina nas veias depois do cansaço de tantas lutas, o entorpecimento relaxante de se embebedar e sorrir até o rosto ficar dolorido ao lado de seus companheiros. E era sempre a mesma coisa, um a um sendo derrubados pela fadiga e pela bebida, restando Zoro de pé, surpreendentemente o último a dormir.

Eles haviam ganhado alguma luta contra um bando de Zé Ninguém naquele dia, Zoro nem conseguia se lembrar o nome do capitão, quando os membros do bando mal possuíam recompensas decentes pelas suas cabeças. Ainda se apertavam no Merry, Zoro e Sanji causando dores de cabeças imensas a Usopp toda vez que destruíam alguma parte do navio. E, mesmo assim, sempre punham saquê um para o outro em qualquer celebração, sorrisos idiotas nos rostos, uma trégua momentânea.

Talvez por isso tenha parecido correto o que Zoro fez aos dezenove anos, tendo como testemunha apenas um punhado de estrelas e a fogueira que haviam acendido mais cedo. Ele observou Sanji bebendo direto da torneira de um barril que haviam roubado e de repente sua garganta ficou muito seca. Sentiu tanta sede, como se também precisasse daquilo, uma necessidade fisiológica.

— Bebe também. — Sanji falou dando um soluço e Zoro disse para si mesmo que estava apenas seguindo o que o loiro falou. Que sua boca buscou a bebida, que ter encontrado a de Sanji no meio do caminho havia sido uma coincidência.

Zoro não tinha certeza se podia chamar aquilo de beijo. Se Sanji bebendo o vinho que jorrava do barril enquanto Zoro praticamente lambia todo seu rosto poderia remotamente ser qualificado como um. Era a única coisa que tinham no entanto. Zoro se lembrava daquele dia com muito mais carinho que dos outros, mesmo que ambos estivessem bêbados demais até para conseguir desafivelar o cinto de Sanji, cada um tentando até desistirem e caírem na risada, se dando por vencidos. Se contentaram em esfregarem-se um no outro ainda vestidos, como animais, ainda rindo.

Aquela foi a única vez em que viu Sanji tão despreocupado com o que faziam, no entanto. Todas as vezes que Zoro ia atrás, sim porque era sempre ele, Sanji parecia ter nojo dele, nojo do que faziam. Não admitia nada que não fosse completamente escondido, mal suportava olhar para ele, aparentemente.

Zoro buscava as íris azuis, mas elas fugiam, assim como o rosto de Sanji sempre se afastava quando a boca de Zoro cedia e buscava por um beijo. Zoro aprendeu a lidar com aquilo. A observar os lábios de Sanji, sendo mordidos com força para que nenhum som escapasse da sua garganta, e desejá-los inutilmente para si. Em pensar neles até em momentos completamente inapropriados, quando acabavam de vencer uma luta e os pensamentos intrusivos de Zoro o diziam que a melhor coisa seria comemorar tascando um beijo neles na frente da tripulação inteira.

Vinte Anos de Solidão - ZoSan Onde histórias criam vida. Descubra agora