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O Diego não disse uma única palavra até chegarmos ao meu apartamento e ao ouvir a porta bater com força e ser trancada, sabia o que estava por vir e tentava achar o meu telemóvel dentro da carteira porém ela é atirada para o outro lado do corredor.

- Não tem como te salvares dito, Bê. Encara o que fizeste como mulher e não como uma vadia. - ele diz enquanto eu fecho os olhos e sinto o primeiro soco me atingir.

- Não vais reagir? Tu sabes o que eu quero saber então é melhor falares!

Mantenho-me em silêncio mesmo sabendo que isso não me vai ajudar e sinto o próximo soco me atingir. Recenando o que viria depois na sua punição, decidi que iria responder à sua próxima pergunta.

- Quem era aquela mulher Bê? Eu vi como olhavas para ela. A mesma maneira como olhavas para mim. Então querida... quem é ela? - Respiro fundo antes de responder.

- Ela não é ninguém, ela não é nada Mestre. Apenas uma aluna nova da França.

-E o que estavam a fazer juntas? - Diz enquanto o vejo perder os limites da sua paciência.

- Estava apenas a mostrar-lhe os lugares que os alunos mais frequentam, Mestre.

- Muito bem... estás perdoada mas, fostes muito lenta  linda...

-Não, por favor não! Diego, por favor!!

Imploro enquanto ele me olha cada vez mais sério e acende um cigarro. Sabia que não havia para onde fugir.

-Tira a camisola Bella! -  ele ordena.

Os meus olhos que antes estavam secos de raiva começam a marejar por saber o que iria acontecer.

Assim que tiro a camisola ele solta a fumaça na minha cara e leva o cigarro para a pele pero meu sutiã e apaga-o ali. Uma lágrima escapa dos meus olhos por causa da dor que me é provocada. Sinto essa dor encher todo o meu corpo e ele muda de sítio infringindo cada vez mais dor. Após ter a minha pele queimada em mais três sítios ele tira uma navalha do bolso e antes de começar a nova onda de dor ele diz:

- A culpa é tua Bella, eu não queria fazer isto mas tu obrigas-me... Eu não sou um monstro, tu é que és!

Assim que ele acaba de falar sinto o gume da faca resgar a minha pele queimada de uma vez. Um corte fino e profundo que assim como os outros, deixaria uma cicatriz.

Quando ele acaba vira-se e sai do meu apartamento. Assim que ouço a porta fechar, desabo.

Será que eu realmente merecia isto?

Será que falar com as pessoas era algo pelo qual eu devia ser punida?

Será que me sentir atraída por raparigas era algo pelo qual eu devia ser punida?

Talvez devesse, talvez eu seja um monstro, talvez eu deva ser punida por ser tão inocente, por pensar que alguém para além do Diego poderá me amar...

Uma sensação enorme de cansaço toma conta de mim e sinto que toma conta de mim e sinto que vou desmaiar, tento chegar à minha carteira para finalmente me livrar desta dor mas os meus olhos fecham-se contra a minha vontade.

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Acordo desnorteada até a dor me atingir e flashes do que aconteceu virem á minha cabeça. Afasto essa nova memória e chego à minha carteira para ver que horas são, 6:30h, o que significa que ainda tenho algumas horas até à festa. Quando estou para desligar o telemóvel recebo uma mensagem no intagram.

"@solleil.l

Eu disse que eu era do FBI nas horas vagas cherry! ;)"

E o meu sorriso voltava no meio da dor por me lembrar que não estaria à mercê do Diego naquela festa.

Blind FateOnde histórias criam vida. Descubra agora