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Se há alguma coisa que eu não consigo entender em festas é  a quantidade de coisas ilegais que estão à vista como se fossem algodão-doce! Não é como se eu fosse santa, muito pelo contrário! Mas a probabilidade de mais de metade das pessoas que aqui estão seriam presas se a polícia batesse à porta...

Enfim, quando dou mim estou sozinha no meio da multidão. De novo o Diego deixou-me sozinha... Suspiro tentando me acalmar e dirijo-me para a cozinha da casa em questão sentindo olhares das pessoas à minha volta me atingirem, é a minha dopamina, a minha droga. Sentir-me admirada por alguém em festas era a minha droga, aquilo pelo qual eu ansiava a semana inteira. A adrenalina subia pelo meu corpo quando encarava alguém que eu não conheço e vejo ânsia no eu olhar.

Não tem como explicar corretamente porque gostava disso, talvez porque não tinha esse tipo de atenção do Diego, ou de qualquer pessoa na minha vida na verdade, ou talvez eu apenas seja mimada...

Quando chego à cozinha deparo-me com uma garrafa de Jacks Danniels, BINGO! O meu companheiro da noite foi escolhido. Quando estou para por o líquido no copo, ouço uma voz melosa e aguda atrás de mim, ai Dionísio, se puderes ajuda-me por favor, porque senão ainda desperdiço o meu rico uísque nesta rapariga!

- Olha quem decidiu aparecer... a vaca do Diego. - apresento-vos a Rory, a patricinha da faculdade de arquitetura e uma das amigas do Diego.

- Bem, eu posso sim ser uma vaca Rory, mas sou eu que sou fodida por ele e não tu. Sou eu que uso o número dele nos jogos de hóquei então... guarda o teu ciuminho para as tuas cachorras ok?

- Que baixaria Bella, o Diego não merece um lixo como tu! - eu sorrio sarcasticamente.

- Talvez seja ele que seja o lixo, Rory... - pisco o olho enquanto levanto o copo como se fizesse um brinde e vou-me embora dali.

Fico perdida no meio de tanta gente e a música no meio de tanta gente e a música estava a rebentar os meus ouvidos, então decido ir para o quintal onde está uma enorme piscina e decidido me sentar numa das espreguiçadeiras, já que havia uma garrafa de uísque perto dela e o meu estava a acabar, então...

Sabia que em algum lugar naquela mansão estaria a Solleil, mas não encontrava forças em mim para me mexer, então aceitei que não a iria ver esta noite...

Enquanto estava sentada, via aquilo que considerava ser o puro espírito de universitários: num canto um grupo de amigos que faziam pouco dos bêbados que estavam a nadar nus na piscina, numa espreguiçadeira do outro lado da piscina estava um casal que sinceramente devia arranjar um quarto, numa mesa da lado direito tinha um grupo a fazer carreiras, se é que me entendem...

Algo neste ambiente caótico fazia-me sentir simultaneamente extasiada e sufocada.

Fechei os olhos e respirei fundo, "apenas mais 30 minutos e depois vamos",  dizia a mim mesma.

De repente sinto uma mão no meu ombro e imediatamente abro os olhos, assustada.

- Pardon, não era a minha intenção te assustar. Eu estava à tua procura... - ela parecia triste por eu não a ter ido procurar.

- Está tudo bem , Solleil. Eu tentei te procurar mas fiquei sufocada com a quantidade de gente lá dentro.

- Oh, sim realmente é estranho...

- O que é estranho?

- A quantidade de gente que a parece, nunca pensei que fosse algo tão grandioso, e trombei com uma rapariga que era tão estranha... qual era o nome dela mesmo.... acho que começava com R.... - no momento em que ela diz isso eu quase desato a rir.

-Trombas-te com a Rory?

- Sim esse era o nome dela! Menina insuportável ela...

- Senta aqui que não sabes nem da metade!

Abro espaço para ela se sentar ao meu lado e sirvo-lhe um copo de uísque e pelas próximas horas ficamos ali só nós as duas a falar sobre tudo e nada.

Tudo naquele momento parecia feito de magia, tão fina que se eu respira-se demais ela se extinguiria à minha frente. Os meus olhos estavam constantemente colados no corpo dela e na maneira como os olhos dela brilhavam quando falava de Paris. Estar simplesmente ao lado dela fazia-me sentir aquecida pelo próprio sol, calma e quente, algo que eu nunca senti com o Diego...

Sabem quando os malucos apaixonados vos dizem que quando estão com a pessoa que amam nada mais importa porque estão dentro da sua própria bolha?

É exatamente assim que eu me sentia com a Solleil, o que me assusta, não só porque eu só a conheço à um dia, mas também porque é extremamente errado!! ELA É UMA MULHER!

Ai Afrodite, o que raios estás a fazer comigo? É só uma pergunta!

Blind FateOnde histórias criam vida. Descubra agora