Angel [Snupin, Snack]

Capítulo 4 [Alterado]

Oi gente, desculpa pela cara de pau de sumir por 2 meses e voltar do nada 👀

Aviso: mudei todo o capítulo glr

☆

Severus Snape sempre foi a ovelha negra.

Uma simples criança beta magricela da Rua da fiação, Severus Tobias Snape, filho da moribunda Eileen Snape e do bruto Tobias Snape.

Severus era magro e um pouco alto para a maioria das crianças, ele era pálido e seus cabelos pretos e longos cobriam quase sempre o seu rosto, dando-lhe um ar retraído, a sua voz era baixa e sempre calma, seu olhar era sério e sempre desconfiado.

As crianças agiam como se ele fosse uma praga, o evitando a todo custo, os vizinhos e professores ignoravam-o, não realmente preocupados com a exclusão ou com os sinais de abuso.

Hematomas sempre eram vistos em seus braços, marcas de que alguém o agarrou muito forte, as vezes seus lábios apareciam cortados, mas como muitos vizinhos diziam:

Não se deve opinar na criação que um pai dá para seu filho.

Tobias era uma homem grande e forte, tinha músculos definidos por seus anos de trabalho em uma fábrica de construção. Ele era bem ameaçador em questão de aparência, ninguém ousava questionar o jeito que ele lidava com sua família.

Em seus sonhos infantis Severus sempre quis que seu pai usasse sua força para proteger a família ao invés de ser a pessoa que os ameaçava, mas mesmo antes dos 10 anos ele sabia que isso nunca iria acontecer.

Ele era devoto, extremamente católico, e o menino tinha certeza que um dos motivos que o revoltava era o fato de que sua esposa e filho iam totalmente contra sua crença, sendo impuros e pecadores.

Aberrações.

Ele era tradicional, sua esposa o obedecia, seu filho deveria seguir seus passos sendo um alfa forte e procriar pra seguir seu legado, mas estava tudo errado.

Sua vida o frustrava, e a única coisa que ele poderia fazer era lidar com isso com bebidas e noites fora de casa, talvez as vezes ele ficasse meio agressivo demais depois de um longo dia de trabalho e algumas cervejas, mas era seu direito, não era?

Um alfa não podia ser sempre perfeito, mas ele botava comida da mesa, e ele não achava que era sua culpa que sua esposa inútil não sabia como ser uma ômega de casa.

O alfa não achava que tinha que mudar, e Severus tentou amar seu pai, ele realmente tentou, mas depois de anos ele percebeu que amor não adiantava, os sentimentos de raiva do seu pai não eram algo que iria mudar,.

Sua mãe insistia que se ele tivesse perseverança as coisas iriam melhorar, mas ele não acreditava nisso. Pra ele sua mãe se apegava nas lembranças que tinha de quando ele não era nascido, quando Tobias era um alfa charmoso e carismático, que prometia o mundo para ela. Ela sempre contava para ele como era quando se conheceram, talvez já esperança do filho sentir a mesma esperança que a dela. Que bobagem, ele achava.

Ele não entendia como ela aguentava aquilo, omissa e obediente ao seu marido, só aceitando o que ele tinha para dar, sendo dor ou migalhas de atenção. Tobias não iria voltar a ser como antes, ele não iria fugir com ela para alguma casa no campo e ser o marido carinhoso que ela tinha em suas fantasias de adolescente.

"Mamãe..." Seu filho de 9 anos a chamou. Ela no momento estava lavando a louça enquanto a criança estava sentada em um banco velho de madeira, sua cabeça estava escostada na parede e seu olhar era pensativo.

"Sim, Severus?"

O garoto hesitou um pouco, mas ainda sim perguntou;

"Se a senhora diz que o papai nos ama, por que ele é tão mau com a gente?"

Sua mãe que até então não tinha tirado os olhos de sua tarefa olhou de canto pra ele, então deixou sua tarefa de lado enquanto virava-se para seu filho. Sua expressão era séria, suas palavras eram ríspidas. "Seu pai não é mau Severus, ele faz o que pode por nós, ele trabalha até tarde e bota a comida que você come na mesa."

O pequeno beta se calou e olhou para o chão, mas ele ainda não estava satisfeito com a resposta. "Estão porque ele nos bate?" Suas palavras foram quase um sussurro, mas naquele momento ele sentiu que tinha gritado na cara de sua mãe.

Um tapa, ela lhe tinha dado um tapa. Eileen Snape nunca em sua vida tinha levantado a mão para seu filho, mas naquele momento seu impulso foi puni-lo por sua insolvência.

Severus por sua vez apenas encarou sua mãe friamente. A expressão em seu rosto não combinava nem um pouco com uma criança de 9 anos, mas talvez ele não fosse uma criança de 9 anos comum, ele não podia se dar ao luxo de ser.

Naquele dia qualquer esperança ou sonho de uma família feliz se foi, até então ele ainda botava certa fé que sua mãe algum dia iria abrir os olhos, pegar ele e ir para algum lugar bom, talvez o mundo mágico que ela tanto contava para ele quando o botava para dormir, quando menor.

Aquela mulher preferia se cegar à realidade, era iludida e fraca, uma grande tola, e Severus não queria ser como ela, ele não IRIA ser como ela. De jeito nenhum ele iria aceitar que as atitudes de seu pai eram aceitáveis, ele odiava seu genitor, odiava aquele alfa álcoolatra e agressivo, ele odiava Tobias até o fundo de seu âmago.

Ele odiava a sua mãe covarde, que se importava mais com suas fantasias do que ele próprio.

Ele odiava ser pobre, odiava suas roupas rasgadas de segunda mão, odiava os olhares de julgamento e a vergonha que sentia olhando outras crianças com seus trajes novos e bem arrumados.

Ele odiava seus vizinhos inúteis que viam o que acontecia naquela casa mas preferiam ser omissos.

Ele odiava as crianças da escola que agiam como se ele fosse um uma praga, quando ele era muito melhor e mais inteligente do que qualquer um de lá.

Ele odiava a sua vida, odiava sua aparência, odiava sua pobreza, odiava não poder ser uma criança normal.

Mas por trás de toda sua miséria, aos 10 anos veio um ponto de luz na sua vida.

Lily Evans, a menina que morava logo após o lago. Seus cabelos eram ruivos e longos, sempre com pequenas trancinhas, seus olhos eram de uma verde vivo e único, e seu sorriso...

Seu sorriso era o próprio sol.

Para ele, ela era como a terra, e ele a lua que girava ao seu redor.

Ela era pura como uma pequena ovelha que seguia logo atrás do pastor, guiando-a para o caminho certo, e ele...

Bom, ele continuava sendo a ovelha negra, sonhando com o dia que poderia ter pelo menos um terço daquele brilho e pureza.

***

Eu alterei muita muita muita coisa, mas eu gostei. Além disso eu alterei muitas falas do Sirius no capítulo anterior pq tô tentando fazer um meio termo de maturidade e imaturidade, apesar dele ser naturalmente imaturo, o sirius nessa fanfic ja tem uns 26 anos, então eu não vou fazer ele falar "ranhoso" no final de cada frase que ele fala pro nosso sev como se ele ainda tivesse 16 anos né KKKKKK enfim, quero muito a opinião de vocês sobre as alterações e esse capítulo que eu considero basicamente um novo capítulo ao invés de uma alteraçãozinha igual os outros