Capítulo 5

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Felicidade.

Severus Snape não achava que tinha sido tão feliz antes como era agora tendo a ruivinha como sua amiga. Ela era doce em ingênua, mas tinha um gênio forte, Lily era alegre, o que contrastava com a personalidade reservada e jeito fechado do seu amigo.

"Severus, Severus! A garoto corria em sua direção enquanto segurava um sapo boi maior que suas mãos. "Olha o que eu achei no quintal de casa." Ela sorria alegre enquanto erguia o sapo na direção do rosto do amigo, e Severus por sua vez se afastou da criatura verde e melequenta.

"Credo, Lily! Livre-se desse sapo." O moreno não iria admitir o seu pequeno pavor de sapos para a amiga, sabendo que ela iria rir da sua cara até ele fazer o "beicinho" que ela tanto o acusava de fazer quando estava estressado.

"Seu chato!" A ruiva mostrou a língua, mas logo devolveu o sapo para uma moita que estava ali perto. "Adeus, senhor sapo!" Severus deu uma pequena risada nasal com as palhaçadas de sua amiga, ela era tão boba.

Os dois ficaram lá no pequeno bosque, sentados ao redor do lado conversando até o final da tarde, quando a irmã mais velha de Lily veio busca-la com uma carranca. "Vamos Lilian, você sabe que a mamãe não gosta que você fique até tarde fora de casa." Ela olhou feio para o pequeno beta ao lado da irmã.

Petunia Evans era no mínimo desagradável. Era uma beta de 15 anos, alta, com um pescoço longo e bem magricela. Ela era totalmente o oposto de sua irmã, enquanto Lily era uma menina doce e gentil, Petunia sempre estava com um olhar esnobe no rosto, sempre se dirigindo as pessoas em um tom soberbo.

Lily se levantou de onde estava, mas antes de se dirigir até onde sua irmã estava o chamando, ela virou-se para o melhor amigo. "Sev, meu aniversário de 11 anos é semana que vem, você vai falar com seus pais para poder ir?" Ela parecia suplicante, querendo muito que o amigo fosse no dia de sua festa, comer muito bolo e se divertir no pula-pula que seus pais iam alugar.

"Eu vou falar com eles, Lils."

○●○

Severus não falou com seus pais, ele realmente queria ir, mas ele sabia que além dele, Lily teria muitos outros amigos na festa para se divertir, e ele não queria invergonha-lá chegando lá com seu cabelo sujo e roupas velhas e remendadas.

E obviamente seu pai não permitiria. Tobias não tinha realmente motivos para proibir o filho de tais eventos, ele só fazia. Excursões escolares, festas de aniversário, até eventos que a igreja organizava para as crianças mais pobres do bairro se divertirem. Ele proibia tudo.

Severus tinha a impressão que seu pai não gostava de ve-lo se divertindo, isso parecia lhe causar certa raiva, ele percebia.

Bom, ele já estava acostumado.

Nesse momento o menino estava ajudando a mãe a montar a mesa, Tobias estava sentado no sofá com um cerveja já mão enquanto via o noticiário. Na televisão estava passando um caso de ômegacidio. Um alfa tinha matado seu ômega após tentativa de divórcio, o ômega já tinha feitos muitas queixas na delegacia, mas todas as vezes só o mandaram para casa.

"Bem merecido, ômega idiota..." Tobias murmurou, o tom dele era embriagado, ele já tinha tomado várias cervejas, aproveitando sua folga daquela forma.

Severus suspirou. Seu pai era um idiota.

Ele continuou na cozinha ajudando sua mãe, mas um barulho chamou sua atenção, eram bicadas. O beta de agora 11 anos olhou para a janela.

Era uma coruja marrom, em sua perna era visível um envelope. Ele sabia que esse momento ia chegar, sua mãe já tinha comentado com ele algumas vezes, era sua carta para Hogwarts. Finalmente tinha chegado, ele estava esperando por isso ansiosamente há muito tempo. "Mãe-"

"Shiii!" Fique quieto!" Ela sussurrou, parecendo meio desesperado. A mulher foi até a janela, tentando a todo custo espantar a coruja que se recusava a ir para longe.

"O que você está fazendo? É minha carta!" O menino falou severamente. Sua mãe não ia estragar sua chance de ir estudar lá, principalmente sabendo que iria com sua melhor amiga.

A mulher não pareceu dar ouvidos, ainda tentando fazer a coruja ir para longe.

"O que significa isso?" Severus congelou com a voz de seu pai, Eileen virou-se para seu marido com os olhos arregalados.

"É uma carta, é só uma carta que chegou." A mulher tentava explicar enquanto seu marido se aproximava lentamente, ele todo exalava bebida, seus feromônios tinham ficado mais fortes, era raiva.

"Eu falei para você que eu não queria esse tipo de coisa na minha casa!" Ele gritou enquanto agarrava a mulher pelos cabelos para sair de sua frente.

A mulher caiu no chão, e Severus apenas a observou apaticamente, isso não o afetava mais, mas ainda assim ele estava preocupado com o destino da correspondência que era destinado a si.

O homem tirou a carta bruscamente da perna da coruja, mas ainda assim ela continuou por lá, apenas esperando uma carta de resposta.

O garoto não se importava de apanhar, ele já tinha apanhado muitas vezes, mas ele queria sua carta que agora estava na mão do homem.

"É minha."

O alfa olhou para o filho que o encarava ferozmente. "O que você disse?" Sua voz era baixa e perigosa, seus olhos o encaravam mais ferozmente ainda, mas ainda sim o menino não desviou, mesmo com medo.

"Eu disse que a carta é minha. Ela é endereçada à mim, pai." Ele foi firme. O clima estava tenso, Eileen não tinha se levantado ainda, ela estava alternando o olhar para os dois que estavam se encarando em silêncio.

A mulher tinha explicado para o homem sobre Hogwarts quando ele percebeu que o filho era igual a ela, ele não tinha ficado feliz, aquela tinha sido uma das piores surras, mas desde então ele tinha ficado ciente que esse dia iria chegar, para sua fúria. Ela torcia para que a carta chegasse em algum momento que ele não estivesse em casa, o que não foi o caso. Seu plano era fazer tudo de forma discreta para o marido não descontar nela e no filho, ele não era um homem paciente.

Para surpresa do menino e principalmente de Eileen, o homem simplesmente entregou a carta bruscamente para ele, virando-se para sair de lá.

Ele pegou um casaco marrom que tinha e saiu sem falar uma palavra, sua esposa sabia que ele não voltaria até o outro dia, provavelmente bebendo até cair em algum bar ou se entretendo com algumas prostitutas.

Severus não deu importância para a saída do pai, ele estava mais entretido olhando aquele envelope em sua mão, tinha um brasão legal, contendo 4 animais distintos, mas o que mais chamou sua atenção foi a cobra.

"Severus, precisamos ter uma conversa séria." Sua mãe agora estava novamente em pé, sua expressão nunca esteve tão séria, o que era estranho de se olhar quando estava acostumado com aqueles olhos sempre baixos e abatidos.

Ele não tinha um bom pressentimento.

Como eu falei, hoje tô inspirada, tô escrevendo um capítulo atrás do outro 🫣



Angel [Snupin, Snack]Onde histórias criam vida. Descubra agora