*Este é um conto erótico sobrenatural. Se você gostar, por favor, deixe seu feedback no final!
Boa leitura! ;)***
Os dias em Neverland são frios como o inferno congelado. É como viver dentro de um imenso iceberg, eu diria. Nuvens de hálito morno condensam diante do meu rosto à medida que respiro cada vez mais superficialmente. Minhas botas afundam na neve e tudo o que preciso fazer para morrer é arrancar os três casacos pesados que estou vestindo e esperar alguns segundos enquanto meu sangue para de circular. Sou pega no meio da Rua dos Pesadelos por uma rajada de vento que me faz lembrar de um fato intrínseco à minha espécie: eu deveria gostar do frio.
E gosto, até certo ponto. É certamente melhor que o a luz do sol, que embora não nos mate instantaneamente, deixa feridas tão dolorosas que às vezes parecem mesmo fatais. Não ajuda que a pele dos vampiros seja mais sensível, mais alerta às variações do ambiente e, portanto, nos obriga a viver nas sombras, como os morcegos chupadores de sangue que somos.
Pelo menos, em Neverland, a vida noturna e longe dos raios solares costuma ser bem agitada. Em grande parte pelos vampiros, é claro, mas os humanos também se reúnem em seus pubs enquanto nós nos reunimos em seitas. Há uma regra intrínseca entre humanos e vampiros no que diz respeito aos seus respectivos espaços, e ela menciona basicamente que interpelar o caminho um do outro não é uma boa ideia. As bolsas de sangue estão aí para isso, afinal, e a maioria dos pescoços estarão seguros caso permaneçam escondidos.
Além disso, há outra questão bem mais delicada que nos separa em grupos distintos. Em relação aos vampiros de Neverland, os humanos são uma espécie muito mais doutrinada por questões sociais e religiosas, e, portanto, não compreendem ou aceitam o modo de vida vampiresco. Há alguns humanos - geralmente os mais fanáticos -, que dizem que somos criaturas devassas, como demônios libidinosos saídos direto dos braços do inferno. Dizem que não temos alma, pudor ou remorso; que matamos e fodemos e nos embebedamos em sangue sem nos importar com as consequências.
E, no fim das contas, as pessoas ainda ficam chocadas quando constatam que estão quase certas, exceto por essa coisa de termos saído do inferno. Embora a ciência tenha atestado que vampiros e humanos possuem um longínquo ancestral comum, ambas as espécies evoluíram para direções diferentes. E não só no que diz respeito às presas afiadas e à alimentação, mas principalmente ao estilo de vida - e se quer saber minha opinião, o nosso é muito mais divertido.
Serpenteio pela Rua dos Pesadelos e me apresso a subir os degraus de mármore da Catedral Vermelha. Constato logo de cara que o Rito começou há algum tempo, pois da fonte de cristal erguida no centro da imensa catedral, gorgoleja o mais vermelho dos sangues frescos, fazendo o cheiro metálico delicioso pairar no ar como um convite a um banquete saboroso. Olho para o alto e avisto vampiros aristocratas observando dos mezaninos com cálices de sangue nas mãos enquanto outros vagueiam pelo piso térreo entre seus grupos de interesse.
Ninguém parece notar minha presença quando entro pelas portas gigantes da catedral e sigo para a primeira porta menor à esquerda, onde encontro uma antessala vazia. Em geral, não costumo participar ativamente do Rito, mas hoje é sábado de lua cheia - o que, para os vampiros, é o equivalente ao Sabbat das bruxas de Salém. Não que eu já tenha ido a Salém ou frequentado uma daquelas reuniões estranhas que somente as bruxas têm acesso. Mas, se os boatos forem verídicos, o Sabbat é certamente uma festa na qual eu gostaria de ir. Dizem que as bruxas sabem dar uma festa tão bem quanto sabem estripar um homem.
Há um espelho rente à parede, para onde me encaminho já desenrolando o cachecol do pescoço. O frio já não me aflige. A Catedral Vermelha foi construída há quase trezentos anos, tendo como matéria prima um mármore vulcânico raro que cobre do chão ao teto ornamentado, cujo intuito é armazenar calor o suficiente para que os vampiros possam circular - mesmo desnudos - sem ter as peles sensíveis congeladas pelo clima hostil de Neverland.
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CONTOS ERÓTICOS LÉSBICOS
ContoContos eróticos lésbicos autorais. Histórias com contexto e ambientação. Cenas de sexo explícito não recomendadas para menores de 18 anos. - Sexo com uma prostituta - Sexo com a professora ‐ Sexo entre vampiras - Sexo com a madrasta - Sexo com a s...