Capítulo 1

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5 anos depois

Jeongsan estava chorando há, pelo menos, quarenta minutos. Ele estava lindo em seu primeiro uniforme escolar, com sua mochila jogada no chão ao seu lado e seus tênis novinhos que eu comprei para esse momento que deveria ser tão especial. Afinal, era o seu primeiro dia de aula e o meu primeiro dia em um emprego novo.

Quando eu o encontrei em minha porta, eu fiquei desesperado. Desesperado mesmo, a ponto de me sentar no chão e começar a chorar assim que consegui o fazer dormir. Fiquei agoniado de pensar que ele podia ter parado na porta de alguém com más intenções, angustiado por saber que a própria mãe o renegara – algo comum, mas sempre doloroso para mim – e preocupado com o pai alfa que sequer teve oportunidade de ver um filho que, aparentemente, ele tanto queria.

Nos dias seguintes, eu fiz o que tinha que fazer: fui para a justiça em busca de o registrar e cuidar como meu filho. E eu consegui, sem nem precisar de muito esforço.

Na época eu trabalhava como assistente administrativo de casa, então tudo facilitou para que eu conseguisse cuidar do meu bebê e o dar uma boa vida. Nada cheio de luxos, mas confortável o suficiente para alguém que pouco entendia sobre o mundo até então. Eu o mantinha quentinho, alimentado e, o mais importante, sempre com fraudas limpas, brincadeiras à parte.

Eu pude acompanhar de perto seus primeiros passos, primeiros resmungos e primeiras palavras. E eu chorei em todos esses momentos, inclusive no nascimento do seu primeiro dente, que eu só descobri porque levei uma mordida no dedo. E depois ouvi a risada mais gostosa do mundo, então a mordida até valeu a pena.

Eu fui demitido há poucos meses por corte de custos na empresa e estive em busca de um emprego desde então, e foi quando consegui uma oportunidade de um cargo melhor, com um salário melhor, para trabalhar em uma empresa de família. Não é uma empresa enorme, mas eles são do ramo imobiliário e possuem um bom nome no mercado.

Mas meu querido filho estava irredutível quanto a ir para a escola, porque ele não conseguia ficar longe de mim sem sentir saudade.

— Amor, olha para o papai. — Pedi pela milésima vez, enquanto ele chorava e chorava. — O papai também precisa ir, eu tenho que trabalhar e não posso me atrasar, bebê.

— Não. — Jeongsan gritou, quase esperneando. — Meu papai.

Quando ele correu até minhas pernas e as agarrou, eu quase chorei junto. Eu sempre o incentivei a brincar com outras crianças no parquinho, sempre tentei que ele conversasse com os vizinhos, mas ele criou um apego por mim que simplesmente não consegue. Eu até tentei levá-lo em um psicólogo infantil, temendo que isso gerasse algum desconforto futuro nele e nada resolveu.

Ficava notável que ele teria muita dificuldade em se adaptar.

— Bebê, a escola é muito importante para você. — Tentei dizer, secando seus olhinhos cheios de lágrimas. — E no final do dia eu vou estar aqui de braços abertos para segurar você.

— Você promete, papai? — Ele ergueu seu mindinho, como se toda a cena já não estivesse me doendo a alma.

— É óbvio que eu prometo, meu neném.

Ele riu baixinho quando baguncei seus cabelos e finalmente aceitou que eu fosse embora. Ele segurou a mão da nova professora e foi com ela para dentro do colégio. E eu olhei meu relógio, sabendo que mesmo correndo e de táxi, eu ainda chegaria atrasado no meu primeiro dia.

Meu filho é minha prioridade, no fim das contas.

O caminho todo foi uma tortura. Eu fiquei preocupado e pensando se daria ou não tempo de chegar no trabalho antes de estar devidamente atrasado, mas não consegui. Não deu tempo.

Connected by Love | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora