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Capítulo 2

Eu odeio não ser capaz de cumprir uma promessa, especialmente uma que fiz ao meu próprio filho. Por isso, notar que estava quase atrasado para buscá-lo me fez arrumar minhas coisas de qualquer jeito e literalmente sair correndo de dentro do escritório.

Nada no mundo é mais importante para mim do que Jeongsan.

— Você parece com pressa, Sr. Park. — Me assusto ao ouvir a voz de meu novo chefe atrás de mim.

Entrei no elevador tão focado no meu filho, que não o percebi ali, no cantinho ao fundo. Eu já vi muitos alfas bonitos ao longo da vida, mas me sinto incapaz de não declarar a beleza dele. É diferente. Ele é diferente.

— Desculpe minha falta de respeito, Sr. Jeon, estou quase atrasado para buscar meu filho na escola. — Declaro, respirando fundo após o susto. — E conseguir um táxi a essa hora é difícil.

— Para qual lado é a escola dele? — Me pergunta, e eu o explico rapidamente. — É no caminho para a minha casa, eu posso levar você.

— Isso não seria um incômodo? — Me preocupo.

— Se é no meu caminho, por que eu me importaria? — Jungkook dá de ombros, saindo no andar do estacionamento e me convidando a o acompanhar. — Sei que nos conhecemos hoje, mas vamos trabalhar juntos agora.

— Tudo bem, acho que posso aceitar hoje. — Decido, entrando quando ele gentilmente abre a porta de seu carro para mim. — Você é muito gentil, Sr. Jeon.

— Me chame de Jungkook, por favor. Pelo que vi no seu arquivo, você é mais velho que eu, Jimin hyung.

Uma risada me escapa involuntariamente ao ouvi-lo me chamar de tal forma. E mesmo que seja de modo mais discreto, ele também ri, o que devo dizer que é muito adorável. Ele não parece ser uma pessoa muito aberta, mas o alfa que cheira a menta é muito fofo e educado, ainda assim.

E apesar de que educação deveria ser uma obrigação do ser humano, todos sabemos que não funciona desse jeito sempre.

— Acho que gostei de ser chamado assim pelo meu próprio chefe. — Faço brincadeira, percebendo que ele não cessa o sorriso. — E me sinto grato por você não ser como outros chefes que eu já tive.

— Arrogante, presunçoso e hostil? — Ele usa um tom sério, mas vejo que não é grosseiro. — Todos pensam que eu sou assim quando me conhecem agora, mas quem está na empresa há mais tempo pode contar outra história a você. Talvez um dia eu mesmo possa, ainda que apenas uma pessoa lá dentro saiba. Enfim, eu não gosto de falar sobre a minha vida pessoal, especialmente alguns assuntos em específico, mas gostaria de lhe dizer que Taehyung é meu melhor amigo, quase um irmão, por isso o deixei nas mãos dele.

— Porque ele talvez seja o único que não vai me fazer ter uma imagem errada de você? — Digo, o vendo dar de ombros.

— Eu não me importo realmente com o que pensam sobre mim, Jimin, com todo o respeito. — Ele dá de ombros outra vez. — Desde que entenda que está trabalhando em uma empresa familiar e que estaremos aqui por você na mesma medida que você estiver aqui por nós, nos daremos bem.

— Acho que eu gostaria de ter conhecido você sob outras circunstâncias. — Ouso dizer.

— Você está flertando comigo? — Me encara ao estacionar o carro.

E eu não sei, de novo, de onde tiro coragem. Mas acabo por dizer:

— Eu quis dizer que poderíamos ser bons amigos, Jungkook. — Digo rindo, mas abro a porta do carro antes de assumir um tom mais sério e dizer a ele: — Se eu estivesse flertando, sua mão já não estaria mais no volante há um bom tempo.