✁𝓙𝓸𝓱𝓷 𝓓𝓸𝓮 𝓾𝓶 𝓵𝓸𝓾𝓬𝓸 𝓭𝓮 𝓪𝓶𝓸𝓻 𓁹

Capítulo 42 • É melhor assim

Não entendo porque o mundo é tão cruel comigo, eu não posso ao menos ser feliz? Suspiro ainda nos braços do Doe, eu não tinha noção de que essa história de ele me proteger poderia chegar a esse ponto, um ponto onde ele possa sair machucado e eu me recuso a ter que suportar essa dor também, então como já está tudo desmoronando na minha vida é melhor que eu acabe logo com isso também. Após um tempo assim me afasto limpando os rastros das lágrimas do meu rosto.

" John eu..." meu peito aperta e sinto novas lágrimas se acumularem, mas respiro fundo tentando me manter.

" oque foi meu amor?" Pergunta preocupado tentando se aproximar novamente mas eu me afasto.

" não- não podemos mais continuar com isso" me recuso a encará-lo.

" do que está falando?"

" Doe você não pode mais me proteger" cruzo os braços e finalmente levanto a cabeça dando de cara com o olhar surpreso dele.

Ele me encara e depois vira o rosto suspirando enquanto põe as mãos no bolso.

" e porque não?" Volta a olhar para mim de uma forma indecifrável.

" porque eu não quero" ele não precisa saber talvez seja mais fácil assim.

Seu olhar continua impenetrável quando ele de repente agarra meu braço e começa a me puxar.

" oque está fazendo?!" Tento me soltar mas fracasso.

Paro de tentar e só deixo que ele me guie entrando na floresta atrás da loja. Ele parece conhecer os caminhos dessa floresta na palma da mão, em algum momento seu aperto no meu pulso afrouxa e desce para segurar minha mão. Eu não quero isso mas eu preciso, não quero perder mais alguém importante para mim por ser uma humana fraca. Acabo me perdendo em pensamentos enquanto seguimos mas sou tirada deles quando o Doe para na minha frente sem soltar minha mão.

" foi aqui que você fez sua escolha" Sua voz é séria porém suave.

" oque?" Franzo o cenho e olho em volta dando de cara com o lago o qual viemos duas vezes.

" você escolheu que ficaria comigo para sempre" seu olhar finalmente encontra o meu.

" John eu..." minha linha de raciocínio é cortada quando ele põe as mãos gentilmente no meu rosto.

" mesmo que não queira s/n eu sou incapaz de deixá-la, quando vai perceber que eu existo por você? Que eu dependo totalmente de você?" Ele penetra minha alma com seu olhar escuro, posso sentir o peso e a veracidade de cada palavra dele me causando mais sentimentos confusos.

" então não me diga que não posso protegê-la, isso é impossível" ele tira as mãos do meu rosto e põe na minha cintura, meu coração parece que vai saltar para fora de tão acelerado.

Não consigo falar nada, nem ao menos sei oque falar mas isso não tem importância porque ele logo sela nossos lábios me deixando mais atordoada. Eu não quero te deixar, eu não quero, e com esse pensamento me entrego ao beijo passando os braços pelo seu pescoço o puxando mais para mim mas então as lembranças dele sendo agredido pelo Maison surgem como flashs em minha mente me fazendo parar bruscamente, eu não posso mais ficar aqui.

" por favor Doe, eu...preciso ficar sozinha" peço ofegante enquanto me afasto do seu toque.

Após um suspiro pesado ele levanta a cabeça com um sorriso fraco.

" estarei esperando" apesar do sorriso é possível ver toda a tristeza por trás dele.

Com lágrimas querendo sair eu me viro e começo a correr para fora dali, ainda bem que decorei o caminho de volta para o meu prédio. Saindo da floresta já consigo vê-lo e ando devagar até as escadas ofegante, quando entro sinto a tensão se esvair um pouco e me deixo cair sentada contra a porta fechada. Abraço meus joelhos e fico assim por um tempo pensando em tudo que aconteceu hoje, porra quase fui engolida por uma casa que dia foi esse?! E ainda por cima estou desempregada e sem meus documentos pois estavam na minha bolsa que provavelmente foi digerida ou sei lá, que desastre. Escuto o telefone tocar e atendo sem ao menos ver quem era.

" oiiiieee" a voz alegre da Nanda me assusta.

" oi Nanda" estico minhas pernas e apoio minhas costas na porta.

" nossa que voz é essa, aconteceu algo?" Pergunta claramente preocupada.

" não, eu tô bem e você porque ligou?" Tento melhorar meu tom.

" bateu saudade de falar com você, acha que pode me encontrar no bar da esquina?" Apesar de gostar da campainha dela acho que eu deveria ficar sozinha agora.

" Nanda olha..." na verdade porque eu deveria? Se eu ficar aqui dentro vou acabar me afundando mais e mais.

" hm?"

" está bem vamos lá" Falo decidida já me levantando.

" Okay! Te vejo daqui a pouco" sorrio com o entusiasmo dela e assim desligo indo me arrumar...