✁𝓙𝓸𝓱𝓷 𝓓𝓸𝓮 𝓾𝓶 𝓵𝓸𝓾𝓬𝓸 𝓭𝓮 𝓪𝓶𝓸𝓻 𓁹

Capítulo 8 • Realidades

Saio depressa de perto dele ficando no canto de uma parede sentindo meu coração acelerar desgovernamente por medo.

" meu amor?" Ele fala unindo as sobrancelhas com um semblante triste.

" meu amor?! Você tentou me matar seu doente!" Olho em volta procurando algo para me defender mas não avisto nada muito útil.

" me desculpe s/n, é que toda vez é da mesma forma, tudo recomeça e você está bem de novo mas as coisas saíram diferente do esperado dessa vez" ele fala pondo os cotovelos nos joelhos separados enquanto une suas mãos.

" mas do que caralhos você tá falando?!" Pergunto ainda com muito medo encostada na parede.

" eu posso explicar tudo mas preciso que se acalme ou não entenderá nada" ele pede.

" como posso ficar calma com o meu possível assassino no mesmo lugar que eu?"

" eu nunca quis a fazer sofrer assim, pelo contrário quero sua felicidade, seu amor, quero vê-la viva e bem" fala com a sobrancelhas juntas e um sorriso leve.

" então porque?" Relaxo um pouco meus ombros que antes estavam totalmente rígidos.

" eu te amei s/n, te amei desde o momento em que te vi naquela chuva, o seu sorriso para mim foi a confirmação de que eu estou aqui para estar com você. O mundo lá fora é cruel e eu não posso deixar que ninguém a tire de mim, então a trouxe para cá" ele fala tudo sem tirar os olhos dos meus, então realmente ele era aquela coisa que surgiu de suas cinzas, um arrepio percorre meu corpo pelo fato de ter feito carinho no meu agressor.

" como assim me trouxe para cá?" Falo me desencostando da parede mas ainda sim com medo de me aproximar.

" não estamos na realidade em que você sempre viveu, eu criei uma copia idêntica do mundo que você conhece e a trouxe para cá, para ficarmos juntos sem ninguém para nos atrapalhar mas sempre de alguma forma você acaba pálida me olhando com medo ou indiferença" ele fala novamente com um semblante triste.

" você falou que voltou várias vezes, ou recomeçou, oque quer dizer com isso?" Me sinto cada vez mais intrigada e não sei mais no que acreditar.

" nesse lugar eu tenho controle total sobre cada aspecto, e dentre isso o tempo, eu posso voltar no tempo ou avança-lo" fala com o olhar distante parecendo lembrar de algo doloroso.

" quantas vezes vivemos esses dias?"

" muitas e em todas elas você nunca me aceitou, eu até tentei induzi-lá a isso mas eu sabia que não era por sua vontade e isso me deixava mal então recomeçava" fala confessando parecendo realmente envergonhado.

" você me matou todas as vezes?" Pergunto receosa.

" sim...mas não porque eu queria!" meu coração bate forte temendo pela minha vida nesse momento.

" mas não precisei dessa vez, você até me deu carinho!" Diz se levantando animado do sofá.

" por favor não se aproxime" peço com calma para não o gatilhar a me atacar de novo.

" tudo bem, dessa vez eu quero que você saiba de tudo, quero viver sem ter que me esconder de você" fala pondo a mão no peito.

" tem como voltarmos para a minha realidade normal?" Olho em volta tentando perceber alguma diferença porém não encontro, se ele está falando a verdade então realmente é uma cópia idêntica.

" você prefere mesmo voltar para aquele lugar?" Pergunta unindo as sobrancelhas novamente.

" não quero viver em uma ilusão" Falo criando esperanças de poder me livrar dele ou desse lugar seja lá oque for.

" isso aqui não é ilusão você está aqui, eu estou, tudo é real" fala dando um passo a frente animado mas para quando me vê encostar na parede de novo.

" s/n eu não quero recomeçar de novo, poder contar tudo isso a você está sendo libertador, não quero ter mais um final onde você deixa de me responder" consigo sentir a angústia na voz dele, mas eu não posso deixar de temer pela minha existência mesmo que ele diga que eu revivo depois.

" você não precisa...só me leva de volta por favor" ele me olha e depois sua mente parece ir para longe, assim ficamos em silêncio por uns segundos.

" eu a levo porém você tem que me prometer que ficará comigo para sempre" fala com uma mão no peito enquanto se aproxima, eu não tenho saída estou presa em uma parede.

" mas eu mal o conheço..." meu corpo estremece.

" só precisa dizer sim e voltamos" meu coração acelera a cada passo que ele dá em minha direção.

" eu preciso pensar, isso não é uma coisa que posso dizer de uma hora para outra" ele fica a minha frente e põe os braços na parede ao meu redor me imprensando.

" então suponho que teremos que passar mais um tempo por aqui" fala em um sussurro.

" você é louco" ele põe um dedo em minha boca, depois desce segurando meu queixo com a mão.

" Eu estou além da sanidade s/n e continuarei do seu lado porque estamos destinados a estar juntos, não importa o quanto você tente resistir" fios de cabelo caem sobre o rosto de Doe enquanto ele me olha profundamente dando um sorriso de canto...