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Quero que esse texto seja um dos mais sinceros que já escrevi até hoje, porque meu coração chama por atenção.

Qual é o meu verdadeiro problema? Sabe, aqueles que vem lá do fundo da alma mas que não transbordam por nada. Qual deles é meu verdadeiro problema?

Gostaria muito de saber qual deles é o certo para falar na hora que sentir que estou verdadeiramente morrendo por dentro.

Minha consciência vem se misturando com minha mágoa e já não sei mais discernir o que é certo ou errado.

Me lembro de falar que seria o porto que minha irmã pudesse recorrer quando as coisas ficassem difíceis. Mas agora... Agora ela olha nos meus olhos apenas esperando a próxima explosão emocional que será jogada para cima dela.

Como pode uma pessoa só ter que sentir tantas coisas com um curto período de tempo para aprender como lidar com isso?

Uma coisa que me faz debater muito sobre minha personalidade é sobre minha tendência a ser possessiva com as minhas coisas. De onde exatamente veio isso? Será que veio da criança que sempre deixava as amigas estragarem suas coisas só porque elas achavam divertido? Ou será que eu só sou louca mesmo?

Apesar das muitas coisas que passam pela minha mente, a escrita vem me ajudando cada dia mais, e eu não sei, me deixando mais leve.

Mas eu ainda quero a leveza que dias de coração calmos me trazem, porque não importa se eu estou bem hoje, amanhã eu vou estar pior.

Por que eu sempre encontro a mesma energia, só que em pessoas diferentes? Por que, me diga oh divindade, eu estou sempre fadada ao fato de sempre gostar de pessoas tão iguais que nunca faram o mesmo por mim? Por que isso soa tão injusto? Deveria ser assim?

Será que o fato de eu ser lésbica está ligado ao fato de que eu sinta que nunca vou viver um romance adolescente tranquilo, e passarei todos os meus dias na Terra...sozinha?

Eu sempre fui inteligente, mas nunca a mais inteligente.

Sempre fui a amiga boba, nunca a especial.

Sempre fui a filha terapeuta, nunca a ouvida.

Sempre fui a medrosa, nunca a que toma um passo a frente.

Sempre fui a criança quieta, nunca a interessante.

Sempre fui e infelizmente sempre serei só eu. Eu, a pessoa que não consegue mais sair de casa sem antes chorar.

Meu cérebro ainda é chorão e complicado demais para mim, mas mais do que tudo, eu só desejo entender o que se passa sobre ele.

Serei a terceira pessoa a me perguntar isso, mas....
            Qual é o seu problema, Dah?

Escritora de papelOnde histórias criam vida. Descubra agora