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O DIA finalmente chegou ao fim. Depois do almoço, eu passei a tarde lendo na varanda. Até o jantar. Mas eu não estava afim de comer, então tomei um banho, coloquei meu pijama e fui para o sótão, que era praticamente meu quarto, e fiquei lá vendo série no celular. Minha mãe subiu e foi dormir.

Depois de um tempo, a fome começou a bater. O relógio do celular marcava 00:38, então eu achei que todos estavam dormindo. Desci todas as escadas e fui até a cozinha. Tava tudo escuro, então utilizei a lanterna do celular. Liguei a luz da cozinha e optei por fazer o bom e velho pão torrado.

Peguei o pão e coloquei na torradeira. Coloquei um pouco de limonada no copo. Logo escutei a torradeira apitar, indicando que o pão estava pronto. Comi tranquilamente.

Até que eu ouvi alguém entrando em casa. Fiquei com medo e peguei qualquer coisa que eu vi pela frente. Uma colher. Sério isso? A silhueta da pessoa estava cada vez mais perto e eu percebi que era um homem. Tava quase me cagando. Até que ele apareceu e eu levei um puta susto.

— Porra, Isaac! Que susto. – Falo largando a colher na bancada e ele olha estranho.

— Se fosse um ladrão, você iria se defender com uma colher? – Ele acha graça.

— Foi a única coisa que eu vi pela frente. – Volto a comer e ele rouba um pouco da minha limonada. – Ei! –

— Só um pouquinho, princesinha. – Ele se senta ao meu lado. – Tá fazendo o que acordada essa hora? – Pergunta

— Não jantei e me deu fome. – Respondo simples. – E você, tava na rua esse horário fazendo o que? – Acabo com o pão. 

— Tava sem sono e fui "falar" com os cavalos no estábulo. – Explica e toma o resto da minha limonada.

— Tem uma jarra cheia de limonada na geladeira, sabia? – Pego o prato e o copo e começo a lavar.

— Sei, mas é mais fácil beber do seu copo. – Diz e chega perto de mim.

— Tá olhando o que? – Pergunto nervosa com a proximidade que ele estava.

— Nada, princesa, nada. – Ele dá um sorriso de canto.

— Por que me chama de princesa? Mal te conheço. – Pergunto depois de acabar de lavar e seco minha mão no pano.

— Porque você parece uma princesa, ué. – Ele diz sem vergonha nenhuma e eu fico tímida.

— E você parece o shereck! – Digo pra disfaçar e saio de perto dele. Ele ri.

— Quando ele vira homem, né? – Ele pergunta e pega meu celular em cima da bancada.

— Por que pegou meu celular? Devolve! – Tento pegar enquanto ele faz várias fotos dele. – Isaac! – Ele estende o celular para cima e eu chego mais perto. Muito perto. Consigo sentir a respiração dele.

— Só pedir por favor, princesa. – Ele sussurra se aproximando. Olho nos seus olhos castanhos. Muito perto. Minha barriga começa a se remexer, como se eu estivesse enjoada.

Mas a gente se afasta quando o celular apita. O que acabou de acontecer?

— Toma. – Ele entrega o celular pra mim e dá um sorrisinho. Maldito sorrisinho. – Boa noite, princesinha. – Ele diz subindo as escadas.

Depois dessa eu vou até dormir.


Acordo com o sol entrando pela janela, esqueci de fechar a cortina ontem, porcaria. Percebo que minha mãe já levantou.

Enrolo um pouco na cama e levanto. Pego um short jeans e um cropped preto, simples, e sigo para o banheiro.

princess - isaac garcia Onde histórias criam vida. Descubra agora