「 COLETÂNEA DE CONTOS 」
Um amor romântico que existe entre mais de duas pessoas, que assumem uma relação casual ou até com comprometimento, pode gerar grandes histórias a serem contadas.
Aventure-se no paraíso do poliamor desta coletânea e desfrute...
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Em um universo tão gigante, é fácil sentir-se pequeno. Costumava sentir-me como um cometa disforme perdido e sem destino, presa num buraco negro infinito num loop ininterrupto, até encontrar meu sol e lua, que, dentre milhões de outras estrelas tão mais brilhantes, escolheram a mim para amar. O poderoso brilho que irradiava de Settrigh quando visualizei teu sorriso pela primeira vez cativou-me – e cativa-me –, era quente como um sol e eu inevitavelmente me senti atraída por aquele confortável calor. Era como se eu tivesse encontrado minha luz em meio a uma galáxia escura e recheada de astros, e independentemente de quais sejam esses astros que abandonei, escolher por admirar somente Sett nunca me pareceu um erro.
Isso, até conhecer Aphelios. Rapaz de beleza fria como a de uma lua, menos vívido que um sol, e tão necessitado de tua luz quanto um planeta. Aphelios era o melhor amigo de Sett, não nos demos bem logo de cara. Ainda me sentia inferior por ter chegado por último, aquela lua tão bela queria disputar atenção pelo sol, e quando menos esperei, não estava mais interessada em roubar o caloroso abraço do ruivo, e sim, de experimentar o sabor de um beijo de Aphelios.
Quão estúpida me senti por cultivar sentimentos por ambos, que além de lindos, já possuíam um ao outro. Minha mente transformou-se em uma nebulosa de poeira e assim ficou por muito tempo, não sabia mais o que fazer, porém, se afastar de qualquer um dos dois nunca fora uma opção pra mim. A necessidade de tê-los próximos a mim era mais forte do que a sensação de dissabor que me provocava quando pensava que era uma invasora de relacionamentos, uma intrusa.
Contudo, não estava certa sobre os sentimentos deles, como poderia ter adivinhado que a antipatia de Aphelios disfarçava seus desejos por mim? Tanto ele quanto eu ansiávamos um pelo outro, mesmo com o início conturbado de nossa relação. E o que mais me assustava era o fato de que, mesmo desejando atracar-me com a lua, ainda queria o sol para mim. Até perceber que não o queria apenas para mim, mas para nós. Descobrir os sentimentos de Settrigh, tanto por mim, quanto por Aphelios, fora um choque! Quem iria imaginar que o sol, em sua plena magnificência, concederia teu irradiante brilho para uma criatura ingênua e inferior como eu?
— Está bem claro que nos gostamos, então qual o problema?
Aphelios queria acabar logo com aquele jogo de incertezas. Eu também já estava farta da situação.
— Eu quero que isso funcione, Phel. Mas é uma decisão de nós três, não apenas de dois ou apenas de um!
Sett me encarou, segurando minha mão com delicadeza. Olhei para o moreno em expectativa, Aphelios hesitou por um momento, mas também direcionou seu olhar a mim, ansioso.
— Quero tentar isso.
Eu não sei dizer se almas gêmeas realmente existem, em um mundo tão complexo como o nosso, é mais fácil crer numa fantasia de contos de fadas do que na realidade. Mas, mesmo que não houvesse provas científicas ou concretas, acreditei e ainda acredito que nós três estamos ligados por uma força muito poderosa, cósmica. Sett e Aphelios são apaixonados por mim, ainda que eu não seja nada mais do que uma garota comum recheada de inseguranças e problemas de autoestima. E eu sou completamente apaixonada por esses dois idiotas que, depois de muita briguinha infantil e picuinhas, são a principal razão da minha vontade de viver um dia mais, todos os dias.
Se um amor tão genuíno como o nosso não está escrito nas estrelas, então faço questão de fazer do meu corpo, nossa estrela, e nele dedicar uma gravura que nos represente.
— Meu bem, não vai doer, é uma tatuagem pequena! — tranquilizei Settrigh, recordando-me do escândalo que ele fizera quando dei a ideia das tatoos.
— Tudo por você, minha estrela. Tudo por você! — dizer isso com essa careta de pavor era cômico, porém, pelo bem da integridade moral do meu namorado, decidi me calar e apenas sorrir.
Eu tenho uma amiga de confiança que trabalha num estúdio excelente, ela sabia da minha história com Aphelios e Settrigh e foi a primeira a me apoiar nessa ideia de fazermos tatuagens juntos.
— Ahri, por que decidiu tão de repente que deveríamos fazer uma tatuagem? — Aphelios pergunta-me. Era a vez de Sett fazer a sua, em seguida seria a minha.
— Significa muito pra mim. — respondo, fitando o desenho recém-marcado no pulso direito do moreno. Uma lua — Eu acredito que somos o mais próximo do conceito de almas gêmeas, e eu quero que isso seja lembrado.
Sett saiu da saleta com uma expressão engraçada e um pequeno sol no pulso esquerdo, Aphelios deu risada e eu não me segurei e ri junto com ele.
— Hahaha, muito engraçado, seus palhaços. É a sua vez agora, Ahri!
Fantástico como a vida pode nos surpreender das mais diversas formas. Antes, nunca cogitaria ter um relacionamento com duas pessoas ao mesmo tempo, ou de fazer uma tatuagem – decerto que essa é uma loucura muito maior que o poliamor –. Só que deixei de me importar com coisas tão pequenas quanto a estrela e o desenho que representava um eclipse que hoje marcam minha nuca. O que realmente me importa é ser feliz ao lado das pessoas que amo. Meu sol e lua, ambos gravados em mim, uma estrela que brilha intensamente por eles.
Porque um amor escrito numa estrela é o mais puro e fascinante da galáxia.
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N/A: Saudações!
Hoje eu estou publicando muitas coisas, né? Kkkkkkkkk
Pra começar essa nova coletânea, nada melhor do que algo levinho e fofinho como essa one-shot! Aguardem pelas próximas histórias (que vai repetir muito campeão, provavelmente. Mas, bem, o livro é meu e eu escrevo com os champs que me der na telha ashsahsh)
