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Anos depois...

P.O.V.  Brayden Scott.

-Mano, vocês não podem ficar nessa pra sempre né! - Disse Dixon enquanto eu me concentrava em pegar o máximo de dinheiro possível.

-Quantos minutos faltam? - Pergunto

-1 minuto e 14 segundos. - Troy responde pela escuta. - Já estou entrando.

Troy entra pelos fundos como o combinado, passo os sacos de lixo lotado de malote para ele que vai jogando no caminhão. Por fim encho a última sacola e as sirenes da polícia já se aproximavam.

-ANDA, BRAYDEN! PORRA! - Grita Troy.

Saio correndo e consigo alcançar o caminhão.

-Porra toda vez a mesma coisa, seu animal! - Grita Dixon.

[...]

-Porra, olha essas belezuras...- Dixon cheira um dos malotes em sua mão. - Fazia tempo que eu não provava dessa adrenalina. Que delícia! - Joga os dólares para o alto.

Tínhamos assaltado outro banco central. Fazia tempo que não vivíamos essa adrenalina, voltas aos costumes é bom pra caralho!

-Se o Bruce tivesse aqui...

-Chega dessa porra! - O corto irritado. - Você gosta de me deixar puto né?

Troy e Dixon ri.

-Esse desgraçado conseguiu o que sempre quis desde quando Erica apareceu aqui. Ele queria ela tanto quanto eu quis...e agora ta la, vivendo com ela como se fosse a coisa mais normal do mundo. Porra, eu tive uma filha com ela! como esse desgraçado não sente peso na consciência? nós éramos irmãos! - Falo tudo com puro ódio e indignação.

-Calma irmão, você nem sabe se eles tão mesmo juntos. - Disse Dixon.

-Ah vai se fuder, Dixon! O cara praticamente largou os negócios aqui pra ficar por lá, mal trabalha mais, faz o básico, e ainda se acha no direito de participar das nossas reuniões através de vídeo chamada. Ele ta achando o quê? se ele quiser saber dos negócios ele que venha pra cá em todas as reuniões. Não vou facilitar pra esse arrombadinho, toda oportunidade que eu tiver de dificultar pra ele, eu vou! E se ele não gostar, pau no cu dele.

Troy e Dixon se acabam em gargalhada.

-Podem rir mesmo, dois viadinhos. - Reviro os olhos. - Anda, continuem contando a grana antes que eu perca ainda mais minha paciência. Boiolas.

Mesmo depois de 4 anos que tudo passou, ainda não supero a perca que tive. Não só perdi minha filha, como perdi de vez a mulher da minha vida...mas aprendi a lidar com isso. Não com o luto, e sim com o fato de que eu e Erica nunca mais seríamos nós.

Hoje me sinto um novo homem com o único amor que foi capaz de me renovar depois de tanta dor.

-Papai? - Mel coça os olhinhos, ainda com sono.

Ela. Minha cura.

-Leva tudo daqui, amanhã vejo vocês no galpão. - Falo de pressa. Eles rapidamente juntam tudo e levam, logo saindo.

-Oi, meu amor! - A pego no colo. - O que foi que acordou a essa hora? formiguinhas apareceram na sua cama? - Faço cócegas nela que gargalha.

-Tava com sodadi de voxê! - Disse abraçando meu pescoço com seus bracinhos curtos. Meu coração explodia de amor com qualquer gesto de carinho da minha pequena.

-Que tal você voltar pra sua cama e esperar o papai ir lá pra dormir com você?

-Vai demolar? - Cruza os braços me olhando incerta.

Nego com a cabeça.

-Papai jura que não! - Digo dando um beijinho em sua testa. - Vou só tomar um banho, botar o nosso pijama e ir!

Ela concorda.

-Então ta bom! - Concorda. A ponho no chão e ela sai correndo para seu quarto.

Mel só gostava de dormir ao meu lado, e quando não dormia comigo sempre acordava no meio da noite. Cassidy sempre tenta tirar esse costume dela, mas eu não me importo, na verdade eu amo dormir com minha pequena, combinar nossos pijamas como ela adora (eu nunca gostei de usar pijamas) mas de repente virou algo que eu gostava. Ela também adorava que eu inventasse essas historinhas doidas que saía da minha cabeça.

Sempre fico imaginando como seria se minha outra princesa tivesse aqui, seria sem dúvidas a vida que pedi a Deus, seria o homem mais completo e feliz do mundo com tamanha sorte...ainda é muito difícil entender os planos de Deus!

Eu não conseguia chamar a Mel de Mavie, mesmo esse sendo o nome dela inconsequentemente por culpa de Cassidy. A chamo de Mel desde sempre. E ela ama esse apelido, especialmente porque foi eu que dei. Cassidy não é muito fã, mas já se conformou que todos a chamem assim, o que me deixa bem mais aliviado.

Mel e Cassidy moram comigo. Minha relação com Cassidy é algo sem rótulos, eu não a quero como namorada nem nada, longe disso na verdade, ela é apenas mãe da minha filha. Mesmo que ela tente, nunca vai rolar nada mais que sexo.

Mas ainda sim, mesmo com todos os defeitos dela, ainda sim é uma boa mãe para Mel. E é isso, independente de qualquer coisa, somos uma família. Uma família meio torta, mas não deixa de ser minha família.

-Papai, ta demolando! - Ouço Mel gritar de seu quarto. Me apresso no banho, ponho o pijama igual ao dela e vou para seu quarto. - Finalmente!

Rio com seu jeito apressado.

-Filha, papai ta muito cansado e sem ideias para historinha hoje, tem algum problema da gente dormir rapidinho? - Pergunto me aconchegando em sua cama pequena e meio apertada. Ela pega sua coberta e nos cobre, deitando a cabeça em meu peito.

-Tudo bem papai, te amo ta?!

-Te amo mais, meu amor.

-Boa noite!

-Boa noite, querida. - Digo já sonolento e acaricio seus cabelos. Ela cai no sono rápido, ainda fico um tempo acariciando seus cabelos, mapeando cada detalhe de seu rostinho perfeito.

As vezes me acho louco, mas vejo Erica toda nela. Em cada detalhe.

Mas talvez nem seja tanta loucura, Erica é tia dela, então é comum parecer.

-Te amo filha. - Sussurro antes de cair no sono.

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⏰ Last updated: Jan 15 ⏰

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Reconstrução De Amor. Where stories live. Discover now