UM JANTAR OU UM RECADO?Porquê que temos que mudar se podemos ser nós mesmos? Porquê que temos que aceitar que não somos perfeitos e buscar uma perfeição que ninguém antes alcançou? Ou ainda mais, será que a mesma existe?
Já estava mais que na hora de ir para jantar em casa do boss tal como havia se marcado.
Ao chegar me deparei com tanto luxo que me fizera acreditar que realmente neste mundo existem pessoas que estão a viver de verdade. Fomos muito bem recebidos com o seu protocolo e nos sentimos muito confortados até que o rei do jantar apareceu com seu comentário sarcástico.
Chefe: - Então é ele quem você escolheu para ser sua companhia não é?
Samira: - Nada melhor que uma ótima companhia! (Respondeu).
Chefe: - Chama isso de companhia?
Fred: - Eu estou ouvindo... (Fui ignorado).
Chefe: - Eu não falei com você!
Samira: - Calmem meninos, a festa só está iniciando...
Por um momento a ficha caiu, ela só me convidou por não ter acompanhante e não porque eles realmente me queriam ver em naquele jantar.
Fred: - Que papo é esse Samira? (Perguntei chateado).
Samira: - Fica calmo Fred! (Me respondeu de forma dispensada).
Fred: - Como ficar calmo em um lugar onde eu para iniciar não sou bem-vindo e ainda por cima com essa gravata que parece jardim dos namorados, porra! (Já estava muito chateado).
Samira: - Controle o linguajar e essa gravata que parece jardim dos namorados combina sim com a ocasião...
Fred: - Que ocasião Samira, eu já estou farto dessa toda suspense...
Samira: - Devias ter escolhido uma boa condição então e vê se pare de querer estragar tudo novamente!
Os convidados foram chegando e tudo estava acontecendo conforme o previsto. No meio ao jantar um acontecimento inesperado, o meu Chefe decidiu fazer um brinde e eu ainda parvo sem saber o que estava acontecendo na verdade.
Tim Tim tim... (batia em sua taça com uma colher)
Chefe: - Eu gostria de fazer um brinde especial, apesar da festa ser minha eu gostava de presentear o meu filho Eugénio com um dos melhores cargos da minha empresa... Hoje, eu o coloco como o nosso novo Director e pretendo me aposentar, mas jamais largar a minha sala que eu sei que muitos lutam para tê-la, não é Samira? - Eu me aposento do meu cargo, mas não da minha empresa.
《Samira Narrando》
Não acredito que o maldito do Fábio acabou de colocar o imbecil do seu filho Eugênio como o novo Director. Acredito que ele tivera feito aquilo de propósito. Contudo, como ele foi capaz de colocar o seu filho junto comigo mesmo sabendo que eu e ele já tivemos um caso e que eu já não queria mais nada com ele.
《Fred Narrando》
Todos comemoravam, mas eu podia ver o desespero se espalhar pela face da mulher que me pareceu dominadora e inabalável quando entrara na minha sala e posteriormente na minha casa. Foi notório o seu descontentamento, mas eu sabia que havia algo muito mais superior por detrás daquela promoção inesperada.
《Eugênio Narrando》
E ela achando que podia se livrar de mim assim do nada. Ninguém me larga e pensa que pode viver livre como se nada estivesse acontecendo. É claro que eu pedi para o meu pai me colocar como o Director, principalmente agora que ela teve a ousadia de trazer para dentro dessa casa um simples novato só para me causar ciúmes.
Ela acha que ainda mexe comigo por isso tem feito todas essas coisas só para me provocar, mas o que ela não sabe é que não se pode jamais terminar um namoro comigo, eu é que termino com todas elas e não elas é que terminam comigo!
《Fred Narrando》
Samira: - Vamos para casa! (Ordenou).
Fred: - Porquê, a festa está só começando!
Samira: - A festa acabou de terminar...
Fred: - Como assim Samira?
Enquanto a Samira tentava me levar para casa o Eugênio se aproximava com um sorriso sarcástico e disse:
Eugênio: - Já está de saída Samira?
Samira: - Conforme você vê! (Respondeu de forma rude).
Eugênio: - Mas a festa acaba de iniciar...
Samira: - Para mim acabou!
Levantou-se da mesa, mas Eugênio pegou a sua mão apertando-a com muita força e falando em seu ouvido disse:
Eugênio: - Porquê, ele não te deixa se divertir como fazíamos quando estávamos juntos?
A Samira o empurrou e saiu da festa, porém eu ainda permanecia sentado sem saber o que realmente estava acontecendo naquele lugar.
Eugênio: - Vai ficar aí sentado e nem se quer vai sair correndo atrás dela que nem um cachorrinho esfomeado com essa sua gravata cheia de flores murchas? (Falou irritado).
Fred: - (Sinceramente, eu até quis o responder, mas por vezes o silêncio também é uma resposta).
Me levantei e fui atrás da Samira que já estava aproximava do estacionamento.
Fred: - Samira, ESPERA! (Gritei).
Ela parou próxima do carro e eu me ofereci para conduzir, pois ela não estava bem e isso era notório.
Fred: - Eu posso conduzir, se você quiser...
Samira: - Você tem carta de condução? (Pergintou).
Fred: - Sim, claro!
Samira: - Cuida bem do meu bebê...
Fred: - Pode deixar comigo...
Abri a porta para que ela entrasse e de seguida pegamos a estrada rumo a sua casa. Foi uma viagem cheia do silêncio estrondoso, pois apesar de eu não ter tirado nenhuma palavra se quer sobre o que acabara de acontecer, eu podia ver ela tentando se justificar por tudo e por nada.
Samira: - Para o carro! (Ordenou-me).
Parei sem dizer nenhuma palavra sequer.
Samira: - Me desculpe por hoje cedo, por hoje em sua casa, me desculpe por não ter batido e nem fechado a porta e me descul... (A interrompi).
Fred: - Você pode muitas desculpas...
Carregado de atitude e achando que aquela fora a melhor oportunidade para dar um passo, segui sem pensar duas ou mais vezes no que poderia dar errado, eu virei e tentei beija-lá e com um toque do seu dedo em minha boca ela me impediu de beija-lá dizendo:
Samira: - Devias ter escolhido a melhor condição!
E sim, doeu sim, doeu mesmo. Eu não acreditava que no calor do momento que havia entre a gente lhe podia ainda dar-lhe forças de impedir que algo entre nós muito mais além do que o silêncio estrondoso que nos assolava durante o percurso todo surgisse.
Todavia, mais do que um dedo na boca, fora um balde de água fria que acabou com todo o calor que ali se fazia sentir.
Samira: - Acho que já estou melhor, pode me devolver o meu bebê?
Fred: - Com certeza...
Desci do seu carro e ela passou para o banco do motorista.
Samira: - Pode entrar, irei lhe deixar em casa!
Fred: - Não precisa, vou andando, conheço uns caminhos...
Samira: - Mas já está tarde para andar sozinho? (Insistia).
Fred: - Eu disse não precisa!
Dessa vez nem poude ir contra a minha vontade, eu estava magoado e ela também estava, mas ambos precisávamos de um espaço e não de um beijo tal como eu havia interpretado.
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DESTINOS QUE NOS IMPEDEM DE SONHAR 1
RomanceDestinos Que Nos Impedem De Sonhar Uma reflexão profunda sobre os caminhos que escolhemos para alcançar o destino. O livro nos trás a história da Samira, uma jovem aprisionada a um passado castigado e um presente desprovido da verdade. Ela vê em sua...