CAPÍTULO VII: CEGO DE MIM MESMO

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CEGO DE MIM MESMO


《Samira Narrando》

Eu não queria que aquilo chegasse a aquele extremo. Não pude controlar a emoção sentida naquele momento e nem evitar as imagens que passavam pelos meus pensamentos.

Eu estava completamente frágil, mas a minha emoção me fazia acreditar que sim, eu podia me controlar. Não foi feito pelo amor tal como devia ou se calhar ele queria, mas fora por uma brecha que eu mal podia ter deixado se abrir.

Era suposto ser perfeito e maravilhoso, mas para mim não passou de uma simples noite de pura diversão e satisfação das minhas emoções.

Eu esperava se sentir completamente satisfeita e com um sentimento totalmente diferente do que sentira, me deitar com o Fred me fez perceber que por mais que eu me deitasse com quem fosse, a dor que carregava nunva ia desaparecer.

No momento do prazer a dor até atenuava, mas bastava terminar que tudo retornava e era como se nada tivesse acontecido. Naquela noite eu percebi que não podia se livrar da minha cruz mas podia em curto espaço de tempo fugir dela na esperança de que um dia tudo permaneceria no passado onde fora o seu devido lugar.

Eu não queria que o Fred notasse que eu não estava bem e que ele acabava de ser usado feito um objecto de pura satisfação.
Eu tinha que vestir uma máscara que nunca mais poderia tirar.

A mudança não está centralizada nos actos que a pessoa colhe ou faz, mas a mesma está intrinsicamente centrada no coração de quem de facto decide mudar.

Não mudamos porque nos é dito que temos que mudar, mas mudamos porque sentimos que de facto temos que mudar.

Eu tive que mudar, pois não podia mais viver como se nada estivesse acontecendo sendo que em minha mente tivera achado a solução para os meus problemas. Era só uma questão de me deitar com o Fred que tudo ficaria bem, nem que fosse por um momento só.

Fred: - O que foi isso que aconteceu aqui?

Samira: - A condição que tu devias ter escolhido...

Fred: - E olha que não precisei escolher desta vez...

Samira: - Do mesmo jeito que não precisou escolher para ter mas se quiser continuar a ter deverá se manter com a boca fechada!

Fred: - Nem está aqui quem falou...

Samira: - Melhor que seja mesmo!

Ao me levantar para ir tomar um banho, percebi que já havia passado da hora e que devia voltar para casa o mais rápido possível.

Samira: - Tenho que ir para casa!

Fred: - Essa hora?

Samira: - Claro, eu preciso dormir em minha casa!

Fred: - Não não, você não vai a lugar algum a essa hora! (Afirmou).

Samira: - Não posso dormir aqui, eu trabalho amanhã!... aliás, hoje mais cedo!

Fred: - Está bem, toma banho que eu lhe acompanho para casa...

Tomei o meu banho e como não tinha roupa para trocar ele me deu a sua camisa. Me acompanhou para casa e eu podia ver a alegria em seu rosto como quem tivesse conseguido alcançado o seu trofé. Todavia nem sequer a batalha havia iniciado ainda.

O despedi e entrei em casa indo diretamente a cama pois teria que acordar bem cedo para o trabalho.

《Fred Narrando》

- Que dia! (Afirmei).

Não esperava que fosse tão rápido, que fosse tão simples e que não precisasse de um pedido de namoro ou uma carta de lobolo para no mínimo lhe ter em minha casa. Não esperva que não precisaria de um pedido de casamento para ter uma lua de mel tal igual aquela. Confesso que se dependesse de mim aprenderia em minha cama e jamais a deixava escapar dos meus lençóis. Ela é como um doce que não causa diabetes, um açúcar mais branco que a neve. Desejável da cabeça aos pés, tão linda, mais tão linda que nem um troféu.

Alguns se apaixonam sem precisar de um momento com a pessoa, mas comigo fora diferente, mais do que um simples momento, eu tive o melhor momento de todos os tempos. Foi o momento que me concebeu a paixão, mas mais do que a paixão, foi o momento que abriu o meu coração.

Do caminho para casa não parava de pensar nela, de pensar em seus beijos, de pensar em seus abraços, de pensar em qualquer coisa que me lembrasse dela. Ela sim, era uma dama que merecia ser lembrada.

Merecia ser venerada e talvez até merecesse ser exaltada. Era um lindo troféu em minhas mãos e um lindo amor em meu coração. Eu amaria essa mulher até ao resto da minha vida e mesmo que morresse eu juro que a amaria, a amaria loucamente, perfeitamente e até eternamente. Pois só quem ama é que sabe qual é o sentido de amar.

Não amamos pelo o que são, mas amamos pelo o que somos. Somos amadores, e, ou talvez amantes do amor, amamos o que supostamente não se ama, mas na real só o amor é que sabe o que realmente sente pelo o amado. Pois quem ama não sabe o que literalmente faz, mas faz porque ama.

Eu faria tudo para estar com ela de novo e até dei férias as férias que a mim haviam dado, não conseguia mais ficar um segundo sequer longe do seu lado.

A noite passou, mas pela manhã me arrumei e fui ao trabalho. Tudo bem que estava de férias, mas na real, o que um homem apaixonado não faz por uma garota?

Ao chegar na empresa e subir o elevador me encontrei com o meu chefe.

Chefe: - Você por aqui?

Fred: - Pois é Chefe, tenho algo por fazer!

Chefe: - Ohh, está bem! - Mas que tal, como vão as investigações sobre os fundos de empresa?

Fred: - Houveram grandes avanços Chefe, todavia o Senhor mais do que eu sabe muito bem que não podemos falar sobre esses assuntos nesse lugar, as paredes ainda tem ouvidos e as pessoas ouvem por intermédio delas...

Chefe: - Claro meu jovem, ao sair passe da minha sala tenho algumas recomendações!

Para muitos a minha relação com o boss nunca pareceu das melhores, mas a verdade é que ele havia me contratado como um espião para descobrir as brechas da sua empresa que lhe podem levar a falência e mostrar quais as possíveis soluções. O facto dele me ter tratado mal no início da minha estadia, era simplesmente tudo uma insinuação com fins de confundir a mentalidade de todos da empresa evitando possíveis desconfianças.

Logo pois a conversa meticulosa com o meu Chefe, o elevador abriu e logo de cara me avistei com ela. Sim, era a doce Samira, a mulher que mexeu com os meus pensamentos.

Ela caminha em direção a máquina de café que se encontrava próximo do elevador. Ao me ver piscou o seu olho e saudou o nosso Chefe. Retribui da mesma forma por consideração a mera saudação que ela havia me dado e segui a minha sala como se tivesse de facto algo por fazer.

Micael: - Bom dia Sr.Fred, como está? (Saudou-me educadamente).

Fred: - Bom dia Micael, estou bem e você?

Micael: - Estou bem Sr.Fred, só queria avisar que a Sra.Samira no dia de ontem o procurava de forma inconsolável e agradeceria se tiver um tempo em sua agenda a procurasse de volta...

Fred: - Muito obrigado pelo o recado Micael!

Micael: - Não tem de quê Sr.Fred, as ordens!

De seguida entrei em minha sala com um sorriso no rosto e com brilho em meus olhos pois havia visto a mulher dos meus sonhos em carne e osso. De corpo e alma.

A paixão nos coloca cegos de nós mesmos.

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