Capítulo 2

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Acabou que a conversa com a diretora e a coordenadora com a presença também do professor não deu em nada. Só pediram pra  gente não interagir pra não levantar mais suspeitas e fofocas mas acho que vão mudar ele de turma.

Voltei pra sala, nem bati na porta e sai entrando. Era aula de literatura, a professora estava passando a matéria no quadro, só olhou pra mim e voltou a escrever na lousa. Por outro lado a sala inteira me encarava e eu senti um leve desconforto naquilo. Já até imaginava o que estavam pensando ao meu respeito, eles possivelmente ouviram vários absurdos que aquele idiota inventou sobre mim.

Caminhei rápido até minha mesa e me sentei pegando o caderno e o estojo na mochila, ainda sentia algumas pessoas me olhando e podia até ouvir alguns cochichos.

- E então o que se resolveu lá? - Perguntou Luiza bem baixou chegando a cabeça perto da minha.

- Nada né. - Respondi abrindo o caderno. - Eu e ele negamos tudo e só nos aconselharam a não ficar interagindo muito pra não levantar suspeitas.

- Mas assim parece até que vocês realmente estavam tendo alguma coisa.

- Pois é. Essa escola é meio maluca. Mas essa história não vai longe não como a própria diretora disse, inventaram um monte de coisa uma hora vão perceber que é tudo mentira.

- Tomara né.

- Mas tô achando que vão mudar ele de turma. - Alguém bateu na porta da sala chamando nossa atenção, era somente o faxineiro que queria pegar uma pá que ele havia deixado no fundo da sala. Continue escrevendo a matéria no caderno até que Luiza retoma o assunto.

- Você tava falando aí que vão mudar o professor de turma né?

- É. - Respondi pegando o corretivo dela. - Elas não falaram nada na hora mas ficou essa hipótese no ar.

- Poxa, eu gosto dele. Se ele sair é provável que quem entre no lugar dele seja aquele velho chato que dá aula pra Isa. O...

- Francisco.

- Ele mesmo. Ele é muito chato. Outro dia eu fui só levar um caderno pra Sarah e ele ficou implicando comigo dizendo que eu tava atrapalhando a aula dele sendo que ele nem tava explicando a matéria ainda.

- Aí verdade, ele é muito chato mesmo. No outro dia eu fui beber água e encontrei com Isa no bebedouro né, e a gente começou a conversar, tipo nem dois minutos. Aí ele apareceu e ficou mandando a gente ir pra sala porque estava em horário de aula, dizendo pra gente conversar na hora do intervalo. Velho chato, quase xinguei ele aquele dia.

- imagina trocarem um gostoso simpático por um velho chato? Vai ser muita ruindade. - olhei pra ela rindo e ela riu de volta.

Continuamos escrevendo e logo a professora começou a explicar a matéria. Era sobre o romantismo como em todos os anos. Eu achava  engraçado como parecia que em algumas matérias aprendiamos a mesma coisa todo ano, como no inglês com o verbo to be. Após uns 10 minutos explicando a matéria a professora apagou o que estava no quadro e começou a escrever as questões.

- Sabe que por diversas vezes eu peguei o Renato sorrindo pra mim de um jeito...- Decidi comentar enquanto copiavamos as perguntas

Luiza me olhou surpresa.

- Sério? - Perguntou num tom meio incrédulo

- Sim, várias vezes. Até hoje mesmo na verdade. - Falava com olhos no quadro ainda. - Eu até comentei com a Isa. Teve uma vez que eu encontrei com ele no corredor e eu juro que ele sorriu pra mim e deu uma piscada. Eu fiquei sem acreditar e quando eu olhei pra trás pra tipo confirmar se aquilo realmente tinha acontecido ele tava parado na frente da porta que ele aí entrar me olhando e deu outra piscada e eu não sei se devo tá maluco mas eu juro ele me mandou um beijo. Eu virei pra frente e até andei mais rápido.

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