Milhares de coisas passavam pela minha cabeça. Muitas perguntas sem respostas. As lembranças de todas as vezes que implicamos um com o outro e nada me levava a razão daquilo que havia acabado de acontecer. Por que ele me beijou? Por que eu não o empurrei? Por que meu coração bateu forte e pareceu que milhões de borboletas voaram na minha barriga?
Talvez tenha sido 2 minutos mas pareceu que fiquei parado naquele banheiro durante horas, como se estivesse num transe e só fui despertado pelo toque do sinal que anunciou o fim das aulas daquela semana.
Sai do banheiro e encontrei Isabela juntamente com Sarah descendo no corredor, assim que me viu Isa andou mais rápido na minha direção.
- O que aconteceu Luiz? - Ela analisava meu rosto. - que cara é essa? Foi o Guilherme? O que ele fez dessa vez?
- Não… - Ainda dava pra sentir o gosto das lágrimas. - Eu… é…
- Fala logo Luiz. - Ela estava ficando mais nervosa percebi assim que aumentou o tom de voz. - Quer saber eu mesma vou atrás desse garoto e vou botar ele no lugar dele. - Ela se virou indo em direção ao pátio mas antes que desse algum passo a segurei.
- Não foi nada com o Guilherme não. - Menti. - Eu descobri quem espalhou a fofoca sobre mim e o professor . - isso era verdade.
- E não foi ele? - Sarah perguntou.
- Não. Foi a Talita da minha sala.
- E quem é essa? - Isa pôs a mão na cintura.
- É aquela menina que a língua é maior que a boca, foi ela que espalhou também que a Vitória do primeiro ano tinha perdido a virgindade com um bandido, lembra?
- Ah, ela… meu Deus! Essa garota não cansa de fazer fofoca da vida do outro não? A vida dela deve ser uma merda né, já que só sabe tomar conta das dos outros.
- Não, mas ela vai ser ver comigo segunda-feira. Parece maluca, sai inventando um monte de coisas de um negócio que ela nem sabia se era verdade. É muita falta de noção.
- Isso aí amigo, ela tem que parar com isso. Se eu fosse você levava ela pra diretora e contava que foi ela quem inventou tudo. Ela tem que ser responsabilizada pelas coisas que fala.
- Não, eu mesmo vou me resolver com ela, essa piranha vai ouvir poucas e boas. Ah se vai.
[...]
Bati no portão da casa de Isa. Sua casa ficava umas duas quadras de distância da minha, o portão menor era de madeira assim como o de garagem sendo o último automático. Tia Leila, a mãe de Isa, foi quem atendeu com um enorme sorriso como sempre. A cumprimentei com um abraço e entrei já indo direto para o quarto da minha amiga, a encontrei deitada em sua cama mexendo no celular. Batemos altos papos sobre algumas coisas que haviam acontecido no bairro, tia Leila levou alguns lanchinhos para gente e depois decidimos ver um filme.
Eu ainda não havia contado pra ela o que tinha acontecido no banheiro com o Guilherme, na verdade eu até menti pra ela coisa que eu não costumo fazer mas aquilo… eu mesmo ainda estava tentando digerir tudo aquilo. Mas eu tinha ido para casa dela nesse intuito de contar para ela, porém toda vez que tentava contar algo dentro de mim não me deixava, não sei se era vergonha ou receio, sei lá mas nunca conseguia. Mas Isa me conhecia talvez até melhor que eu mesmo, por isso no meio do filme assim que voltei para o quarto depois de ter ido ao banheiro ela começou com o interrogatório.
- Quando você vai me contar o que aconteceu, Luiz? - ela estava sentada do meu lado direito com as pernas cruzadas. - E não adianta me dizer que não é nada que eu te conheço. E nem falar que foi por causa da Talita que eu sei que não é só por isso. Então desembucha.
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Frutos da Imaginação
Romansaalgumas curtas histórias que surgiram na minha mente enquanto eu pensava na vida. Se prepare para se emocionar. EM BREVE !!!