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Mina suspirou pesado depois que finalmente entrou em seu novo dormitório. Tudo aquilo era tão estranho, haviam perdido colegas e agora tinham que ficar escondidos e só poderiam saber o que fazer a partir de agora depois que lhes fossem explicado mais sobre os zumbis lá fora.

Ela estava preocupada. Todos estavam, na verdade. Era evidente, eles estavam abatidos, haviam visto mais corpos do que conseguiam contar e perdido pessoas, amigos próximos, família.

Sequer podiam voltar pra onde moravam, e era óbvio que todos ali haviam perdido os familiares que não tiveram a sorte de serem resgatados como eles. Os mais esperançosos tinham fé de que suas famílias estavam conseguindo persistir até que os encontrasse.

Era estressante, eles estavam assustados, com medo, tristes, confusos e com raiva. Tudo misturado. E com razão. Uraraka finalmente deixou que as lágrimas que tanto segurava saíssem e molhassem suas bochechas ainda com gordura de bebê.

- Uraraka-chan... - Momo chamou, aproximando-se da menina.

A acastanhada finalmente soluçou, agarrando-se a amiga. A visão de sua namorada sendo atacada e devorada por três zumbis nunca sairia de sua mente. De nenhuma delas.

- Porra, a Tsuyu ela... - Murmurou, sentindo Mina colocar uma mão em suas costas e fazer carinho.

Jirou próxima, ela nunca foi muito boa com toques, mas estava lá.

- E-eu a amava tanto...tanto. Ti-tínhamos tantos planos juntas! Iríamos ajudar nossas famílias assim que nos formássemos, iríamos ser heroínas juntas! Porra, eu a perdi! Eu a perdi Momo! Perdi minha família também! - Falava com a voz falhada pelo choro.

As garotas se aproximaram ainda mais da amiga, sem saber o que dizer em uma situação assim. Não se sabia ao certo se Tsuyu havia virado um zumbi ou não, e era quase certo de que as famílias de todos eles tiveram problemas com toda a comoção.

Elas abraçaram-se ainda mais forte, deixando que suas próprias lágrimas também caíssem. Seus amigos, suas famílias, haviam perdido muito em um só dia.

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Monoma caminhava para seu dormitório em silêncio, o que era incomum para o copiador loiro. Ele dividiria o quarto com mais três garotos da 1-A, mas nem isso parecia tirar uma reação do menino que tanto competia com a primeira classe.

Era compreensível, a situação que todos eles estavam não era nada agradável. Em um território novo, com pessoas desconhecidas dando-lhes ordens, e acima de tudo haviam visto algo horroroso enquanto tentavam sobreviver mais cedo.

O garoto loiro sentia seu estômago embrulhar só de lembrar de Pony sendo atacada e seu grito horrendo e brutal de dor quando foi mordida, e a culpa parecia o consumir por dentro ao lembrar de Jurota e de como seu amigo se sacrificou só pra impedi-lo de ser mordido também.

Neito nem percebeu que estava chorando até que sentiu uma mão levemente em seu ombro. Era o garoto do rabo, Ojiro se não lhe falhava a memória, e o garoto fazia um péssimo trabalho em conter suas próprias lágrimas.

Em dias normais, Monoma zombaria de sua tentativa falha de conforto. Mas, esse não é um dia normal. Não, é o primeiro dia do apocalipse. O primeiro dia em que perdeu oito colegas de classe para aquelas coisas lá fora. O primeiro dia em que separou-se e perdeu sua família pra sempre.

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