04.

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Como imaginou, o apartamento de Yeonjun não tinha tudo o que precisava, quase o enlouquecendo ao notar a ausência de um kit de primeiros socorros, como se Beomgyu não tivesse insistido várias vezes para comprar um.

Sem muita opção, dobrou um pano úmido, deitando o tecido frio na testa de Yeonjun, ouvindo o rapaz soltar um suspiro breve de alívio, mesmo que inconsciente. Beomgyu o observou durante alguns minutos, esperando alguma reação adversa, somente se tranquilizando ao ouvir o som da respiração nivelada.

Não poderia deixar o rapaz sozinho no estado febril que se encontrava e ir até a farmácia, seria irresponsável da sua parte.

A contragosto abriu o contato de Kai, enviando uma mensagem rápida pedindo algumas coisas.

kai-yah
é pra já capitão :emoji-de-saudação:

Enquanto esperava o amigo chegar, concluiu que era melhor tentar cozinhar algo leve para quando Yeonjun estivesse mais consciente. Não era um dos melhores quando o assunto se tratava de cozinhar, mas conseguia ter alguns momentos inspirados quando seguia instruções.

Usando uma receita de sopa que encontrou na internet, Beomgyu picotou os poucos legumes que sobraram na geladeira de Yeonjun e complementou com o resto de arroz armazenado na panela elétrica.

Ao escutar o eco do interfone Beomgyu saltou no lugar, se deparando com a figura alta e mascarada de Kai estendendo a sacola branca na sua cara ao destrancar a porta.

- Como ele está? - O brilho suspeito nos olhos de Kai indicaram que não era a única coisa que queria perguntar.

- Dormindo. Tá tudo aqui? - O outro acenou. - Obrigado. Espero que o Taehyun não fique bravo comigo por te roubar por alguns minutos. - Kai balançou com a cabeça e abanou a mão.

- Ele também tá preocupado. - Beomgyu achou por alguns segundos que poderia se despedir e encerrar a conversa por ali, fechando a porta lentamente, mas Kai conseguiu ser mais rápido. - Você já falou com ele? - Beomgyu quase revirou os olhos, deixando um suspiro escapar junto ao arrependimento de desabafar suas preocupações por ligação para Taehyun.

- Não, a gente mal teve tempo de respirar.

- Pois esse é o momento perfeito, onde o casal de protagonistas aproveitam a adversidade de um deles estar doente, criando um momento de vulnerabilidade e expondo seus... - Cansado de escutar as besteiras melodramáticas de Kai, o manager fechou a porta em sua cara sem hesitação. Ignorando sem esforços a onda de xingamentos que se seguiu.

Cauteloso, caminhou até o quarto, dedos firmes no pote quase transbordando, desejando que Yeonjun comesse o máximo possível. O barulho insistente de plástico anunciou sua presença, graças à sacola pendurada em seu braço.

- Beomgyu? - A voz de Yeonjun estava meio rouca, a garganta arranhada pela falta de uso. Com os olhos entreabertos e o cabelo já não mais tão organizado como há horas atrás.

- Aqui, hyung. - Rapidamente o manager deixou a tigela na mesa de canto, abrindo a garrafa d'água e a entregando junto ao remédio para Yeonjun, que tentava se recostar na cabeceira da cama sem derrubar o pano. Se ajeitando entre os travesseiros antes de fazer o remédio descer goela a baixo. - Como você se sente?

- Péssimo. - Mesmo com a voz craquelada, Yeonjun se esforçou para dizer, as sobrancelhas espremidas e a boca presa numa linha reta. A careta fez um sorriso pequeno surgir no rosto de Beomgyu, a lucidez era um bom sinal.

- Você acha que consegue comer? - Acenou, respirando fundo enquanto tentava se ajeitar em uma posição mais confortável. Sem dizer nada, o ator esfregou um dos olhos, abrindo espaço para Beomgyu se sentar ao seu lado. O encarando fixamente conforme saia do estado de sonolência. - O quê? - Beomgyu exibiu um sorriso desconcertado e mínimo, sem saber o que fazer ao perceber a falta de iniciativa para pegar a sopa.

uma dúzia de bilhetes - beomjunOnde histórias criam vida. Descubra agora