— Eu não estou! — Lan Zhan quase gritou. — Pela primeira vez na minha vida, eu não precisei esconder quem sou e o que sinto! Eu amo Wei Ying, é um amor verdadeiro. Não é algo em que fui enganado, é quem eu sou. Não importa o que você faça, meu coração sabe o que quer. E não são mulheres.
— Você não sabe do que está falando — o sorriso de Lan Huan era um aviso pontiagudo para parar de falar. — Eu acho
— Você acha — Lan Zhan retrucou. — Eu sei o que sinto. Isso não é algo que desaparecerá com o tempo.
— Tenho certeza de que parece assim para você.
— Você não está ouvindo! — Lan Zhan gritou.
— Não, Lan Zhan! — A voz de Lan Huan se elevou para combinar com a dele. — Eu estou, o que ouço é um garoto que deixou palavras bonitas distorcerem sua visão da realidade.
— Palavras bonitas? — Lan Zhan questionou. — Você acha que Wei Ying sussurrou doces palavras no meu ouvido até que eu o deixasse me chupar? Que ele usou palavras para me corromper e me fazer querer beijá-lo, abraçá-lo?
— Sim! Você sempre esteve muito envolvido nos seus livros, ele deve ter percebido isso. Ele te mirou, eu sei que você acha que o que vocês têm é especial, mas tenho certeza de que ele fez a mesma coisa com dezenas de outros — Lan Huan retrucou. — Sua escrita te tornou suscetí...
Lan Zhan não conseguiu segurar, sua risada borbulhou entre os lábios. Isso parou as desculpas de seu irmão.
— Você acha que Wei Ying sai por aí seduzindo homens com palavras bonitas? — A cabeça de Lan Zhan inclinou enquanto olhava para o irmão. — Que eu sou apenas o próximo em uma longa fila?
— Essas pessoas são lascivas, conduzidas a corromper os outros — Lan Huan concordou. — Elas não conseguem se controlar. É antinatural
— Eu o beijei primeiro! — A voz de Lan Zhan ecoou pela casa. — Eu o beijei primeiro — ele repetiu. — Eu, não ele. Eu alimentei-o com poesia. Sou eu quem o 'corrompeu' com palavras doces. Eu o toquei primeiro, o fiz gozar primeiro. Wei Ying não me fez assim, eu já era.
Silêncio caiu sobre a casa.
— A-Huan, leve seu irmão para o quarto dele. — Lan Qiren falou pela primeira vez desde a confissão de Lan Zhan. — Ele está claramente doente.
— Eu não sou o primeiro a se sentir assim — Lan Zhan encontrou o olhar de seu tio. — Nem serei o último.— Com a cabeça erguida, ele passou por sua família. A porta de seu quarto se fechou atrás dele com um surdo baque.
Somente então ele se permitiu um momento para permitir que as lágrimas espinhassem em seus olhos. Por que eles não acreditavam nele? Ele deu um suspiro trêmulo enquanto balançava a cabeça. Ele poderia refletir sobre esse sentimento amargo depois. Por enquanto, ele precisava planejar. Ele conquistou a solidão, não podia desperdiçá-la.
Seus ouvidos se destacaram quando ouviu a voz baixa de seu tio. Ele se moveu para o canto mais distante do quarto. Anos ocupando aquele quarto o ensinaram que ele poderia ficar ali e ouvir o que quer que fosse falado ao telefone. Geralmente evitava isso, já que seu tio o lembrava de que escutar atrás das portas não era educado. Agora, o futuro dele e de Wei Ying dependia disso.
Seus olhos se fecharam suavemente quando ouviu seu tio pedir um hospital. Cada ligação, cada descrição de como Lan Zhan estava "doente" doía como um chicote. Tudo o que precisava era um pensamento de como Wei Ying deveria estar se sentindo para suportar. Ele precisava de todas as informações que pudesse obter.
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Louco por esse garoto (FINALIZADA)
RomanceÉ 1954, e a vida de Lan Zhan estaria indo bem se não fosse pelo encantador Wei Ying. Ele disse encantador? Ele quis dizer irritante. Se não fosse por aquele sorriso, Lan Zhan poderia aceitar o futuro planejado para ele: o cargo de Cirurgião-Chefe qu...