Love Story

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(Nico's version)

Essa é a história de como eu morri. Não, na verdade eu nunca estive literalmente morto. Isso só foi uma frase impactante de início para chamar sua atenção.

Essa é a história de como eu me apaixonei pelo garoto mais belo e incandescente dessa galáxia em que vivemos. Não é uma história longa, para ser sincero, algo dentro de mim já sabia de muita coisa desde a primeira vez que meus olhos se encontraram com os dele. Mas isso é muito patético.

O amor em si parece patético, não parece? Você muda suas atitudes, sua mente permanece fixa em um único ponto, seu corpo treme com qualquer mínima interação, seus lábios suplicam em serem tocados… É tudo tão doloroso, tão asfixiante e exaustivo. Mas é belo. Uma beleza rara e encantadora como a de Afrodite.

Todos nós precisamos, e imploramos, em sermos amados. Mas também temos de amar. Em algum momento.

E meu momento foi quando eu estava na enfermaria, em uma quarta feira ensolarada. Mentira, eu não me lembro o dia. Estava acontecendo o caça-bandeira, e eu havia me ferido. Um imbecil filho de Hermes fez um pequeno corte em meu braço esquerdo, perto ao ombro. Após o fim dos jogos, me dirigi à enfermaria, resmungando baixinho pelo corte, pela pequena dor aguda e pelo meu time ter perdido após quatro rodadas seguidas de vitórias.

Um garoto loiro e alto, bem alto, estava arrumando as prateleiras com medicações e curativos. Eu sabia quem era, meio que já conhecia todos os enfermeiros desse acampamento. Will Solace. Obviamente, filho de Apolo.

O garoto notou minha presença logo após eu entrar.

—Oi — Will disse, gentil. Parece que foi imediato, ao notar o ferimento em meu braço, que ele se espantou. — Nossa, precisamos cuidar disso aí, Di Angelo.

Não perguntei a ele como sabia meu nome, já que eu tenho uma considerável e terrível reputação no acampamento. Apenas me sentei na maca, sem dizer nenhuma palavra.

—Por que demorou tanto para vir? O ferimento poderia ter se agravado ou até ficar infeccionado. — Disse ele, enquanto fazia seu trabalho em meu braço, olhando para o corte como se fosse um tumor em metástase a distância.

Revirei meus olhos. Por isso eu odiava médicos.

—Não achei que fosse grave o bastante para ter que interromper o caça-bandeira.

Foi a vez de Will resmungar, exibindo um olhar frustrado.

—Incrível como vocês pensam saber mais que os médicos.

Na hora, não pude evitar de arregalar os olhos minimamente, surpreso com o tom de voz rude dele. Não é sempre que um filho de Apolo te julga como ignorante.

Mas ele estava certo. Quase ninguém levava as ordens médicas a sério, e muito menos eu.

—Ugh, desculpa. Não era minha intenção soar rude ou ser mal educado. — Disse Solace. Ele claramente não estava arrependido, falou aquilo apenas por etiqueta.

—Você não parece muito arrependido da sua falta de educação, Solace.

Will reprimiu os lábios, envergonhado. Ele se sentou ao meu lado na maca, deixando suas mãos no joelho. Suas mãos eram bonitas, pareciam firmes.

—Okay, você tem razão, Di Angelo. Mas é… insuportável dar tudo de si em um trabalho onde as pessoas não levam a sério o que você sabe, entende? Soa insuficiente.

Estranhei completamente o fato dele estar praticamente desabafando comigo sobre algo que eu não perguntei e não demonstrei interesse. Mesmo assim, assenti positivamente com a cabeça e murmurei:

—É foda. 

Will deu risada. Sua risada me fez olhar para ele, confuso e interessado, quase tocado pelo som agradável.

—Desculpe, comecei a falar sem pensar. E dessa vez, são desculpas sinceras. Enfim, não faça muito esforço com esse braço no mínimo por quatro dias. Não quero te ver novamente nessa enfermaria esse mês, Nico.

Quando me dei conta, me peguei sorrindo fraco para ele. Não sei se foi sua piada sem graça, ou a forma que meu nome ficava lindo em sua voz. Por alguma razão, eu nunca havia notado antes como Will era bonito, como seus cachos loiros pareciam brilhar, como seus olhos azuis eram lindos como um profundo e puro oceano.

—Prometo seguir suas ordens médicas estúpidas, Solace.

Ele sorriu. E se aquela metáfora de sinos de casamento realmente fosse real, eles tocariam naquele momento. Seu sorriso era simplesmente belo, e radiante.

Eu saí rapidamente da tenda, sentindo meu ar se fechar, e meu coração errar as batidas. Lembram quando eu disse que a sensação de amar poderia ser agoniante? Então!

E, é claro que no dia seguinte eu voltei a enfermaria, no horário no qual eu sabia que Will estaria lá, porque o meu ferimento havia voltado a sangrar. E após muitos olhares fixos à ele, e suspiros baixos quando suas mãos firmes tocavam minha pele fria, estamos aqui, namorando há meses. E eu posso finalmente afirmar que sou completamente apaixonado por esse garoto, sem mais nenhuma incerteza. E o amor não é mais angustiante, é lindo como ouro, dourado como seus cabelos.

Storys about the Sun and the Moon - Will & NicoOnde histórias criam vida. Descubra agora