Storys about the Sun and the Moon - Will & Nico

Sparks Fly

(Will's version)

Após o caça-bandeira, como sempre, a enfermaria lotou de pacientes machucados e mutilados, mesmo com as explícitas regras de Quíron.

Foi um jogo legal, mesmo com a nossa injusta perda. Eu praticamente fiquei responsável por distrair o Nico durante o jogo e executei isso muito bem, se posso dizer.

Ah, e inclusive, Nico me convidou para sair.

Eu posso parecer tranquilo, mas estou surtando por dentro há horas. Durante meu trabalho médico na enfermaria, eu apenas conseguia pensar sobre isso, e sorrir.

Ele me surpreendeu, e muito. Nunca imaginei que ele fosse me convidar para sair, e aquele exato momento onde seus olhos estavam fixos nos meus e ele me chamou para ir ao McDonald’s ao seu lado, a única coisa que eu poderia sentir são borboletas e uma ansiedade crônica. 

Eu sou a fim de Nico desde a batalha de Manhattan, seu jeito maligno e aparentemente cruel me pegou com força e precisão. Mas tudo ficou mais intenso quando me aproximei dele, e conheci quem o garoto realmente é. Nico é uma pessoa sedutora e apaixonável. 

E, caso eu esteja interpretando corretamente os claros sinais que ele me dá, talvez esse sentimento seja recíproco? Eu não sei, prefiro ter esperanças. E a ideia dele gostar de mim romanticamente ultrapassa a ideia do entusiasmo.

Quando cheguei em meu chalé, cansado após tantas horas na enfermaria, me joguei em minha cama e fiz minha própria mente desligar os ruídos. Se fosse em qualquer outra circunstância, eu cancelaria os planos e dormiria até o dia seguinte. Mas não é qualquer plano, é um encontro com Nico Di Angelo. Eu superaria qualquer cansaço ou sono por isso, e por ele.

—Que sorrisinho é esse na cara? Consertou algum osso muito quebrado? — Perguntou minha irmã, Kayla.

—Você achar que eu estou feliz por causa de um osso quebrado diz mais sobre a sua pessoa do que sobre mim.

—Não importa. Por que está sorrindo tanto assim? Nós perdemos e você parece estar morto de cansaço.

Hesito um pouco em responder. Não me leve a mal, meus irmãos são a coisa mais importante da minha vida, mas… falar de certos assuntos com eles traz um enorme desconforto, principalmente pela forma infantil que eles agem. Mas, eu não tenho nada a esconder.

—Nico me chamou para ir no McDonald's com ele essa noite.

Kayla e Austin ficaram em silêncio durante um tempo, até começarem a gritar e cantarolar músicas românticas.

—Meu Deus, você vai em um encontro com ele! Cara, você vai dar uns pegas nele — Disse Austin, chacoalhando meu corpo dolorido. Automaticamente, fico corado.

—O que? Não! Vamos apenas sair. Talvez seja só como amigos.

—Amigos? Me poupe, William! — Gritou Kayla, jogando o travesseiro na minha cara — Praticamente o acampamento inteiro está notando e comentando a forma que vocês se tratam e passam o tempo todo grudados.

Eu não tinha como discordar de minha irmã. Tanto eu quanto Nico já tínhamos ouvido alguns comentários diretos e indiretos, mas nunca tocamos no assunto. Todas as vezes que vinham me perguntar se eu estava namorando o filho de Hades, um sorriso involuntário brilhava em meu rosto, mas minha resposta sempre era negando.

—Ok ok. Mas isso não importa. Eu não sei se ele sente o mesmo. Quer dizer, se ele sente isso por mim. 

—Mas e você? Você está apaixonado por ele? — Perguntou minha irmã, hesitante.