You Are In Love

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(Will's version)

Minha cabeça está uma bagunça total. Minha vida costumava ser muito simples, e ela é. Eu acordo cedo, agradeço à luz do sol, e vou para a enfermaria curar machucados de pessoas tolas. Mas não é fácil se concentrar em sua singular utilidade quando a única coisa que se manifesta em sua mente é um maldito garoto gótico, com malditos belos olhos negros e uma maldita insônia.

Eu pensava em Nico todas as horas do meu dia, e queria estar com ele enquanto penso nele. Isso nem faz sentido.

Eu almoçava e jantava com ele no pavilhão todos os dias, o que me causou problemas com meus irmãos, mas eu não me importei, pois eu amo a forma que seus olhos parecem brilhar quando eu me aproximo de sua mesa.

Quando Nico vai treinar, secretamente, eu torcia para que ele se machucasse só um pouquinho para que eu possa vê-lo e ajudar em seus ferimentos. Ok, isso me transforma em uma péssima pessoa. Mas eu não posso evitar!

É claro que eu sabia o que estava acontecendo, mas eu preferia continuar negando a mim mesmo. Eu apenas estive apaixonado uma única vez, por uma antiga amiga do colégio que eu estudava. Mas eu era muito novo, ainda estava no ensino fundamental um.

E eu me lembro de ficar nessa mesma forma quando via ela, me sentir sufocado, querer ela ao meu lado a cada segundo. Porém, com Nico é pior, é mais intenso, mais dolorido.

Caso você esteja se perguntando o que aconteceu com a garota no qual eu era apaixonado, ela assumiu namoro com o garoto mais popular da sala de aula. É eu sei, decepcionante, eu fiquei deprimido por semanas. Daí eu descobri ser um semideus e minha mente apagou-a com o tempo. Não desejo nada de ruim para ela. Mas espero que tenha sido traída.

Naquele dia em específico, eu estava tendo um dia comum da enfermaria, pessoas pouco feridas com os treinos, infelizmente. Eu já estava completamente adaptado em curar ossos quebrados ao fim da tarde, e agora arrumava os remédios da pequena cômoda ao lado das macas porque precisava de algo para ocupar meu tempo.

Ou alguém.

Quanto noto, uma figura descabelada, magra e aparentemente morta (mas extremamente, completamente bela, eu juro) está sentado ao meu lado na maca.

—Nico? Está tudo bem? Está machucado?

Nico apenas deu uma risada fraca. Ele sempre dizia que eu parecia uma “mãe preocupada”. Em minha defesa, não é minha culpa se Nico consegue quebrar 50 ossos e conseguir 100 ferimentos cada vez que decide sair do seu chalé.

—Estou bem. É sério. Apenas fiquei entediado e vim te ajudar na enfermaria.

Tentei ao máximo não corar ao ouvi-lo dizer em voz alta que veio me procurar ao se sentir entediado.

Deuses! Ok, eu já entendi que eu estou completamente e perdidamente apaixonado por ele.

Nico só me ajudou, ou pelo menos tentou, me ajudar aqui na enfermaria uma vez. Mas, para o nosso azar, o paciente que havia aparecido naquela tenda tinha sido uma criança de no máximo nove anos. Em menos de 5 minutos, Nico havia feito o garoto chorar e sair correndo.

—Você não apareceu no pavilhão já faz 3 dias. 3 dias, Nico Di Angelo. Você está sem comer há tanto tempo assim?

—Não — Ele respondeu bufando, quase como um resmungo — Eu comi. Comi sushi, aliás.

Assenti positivamente, contente com sua resposta. Eu já estava quase o parabenizando até que liguei os pontos.

—Nico Di Angelo, você viajou nas sombras!? Três dias seguidos!? Você está maluco!? 

Storys about the Sun and the Moon - Will & NicoOnde histórias criam vida. Descubra agora