Storys about the Sun and the Moon - Will & Nico

I think he knows

(Nico's version)

Ok, tem algo que está preso na minha garganta há muito tempo e eu preciso colocar para fora:

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

Foi isso, muito obrigada.

Nas últimas semanas, Will e eu estávamos muito próximos. Muito tipo, muito mesmo. Eu sempre estava ao seu lado, ajudando-o na enfermaria, e quando eu não queria encarar as pessoas, Solace enchia minha paciência em meu chalé.

Jason me disse que a presença dele me afetou muito, mas do jeito bom. Agora eu acordo mais cedo, me alimento direito e não viajo mais nas sombras com frequência.

Will curava um corte grave de um dos gêmeos de Dionísio, no qual eu não sabia qual era. Eu estava ao seu lado, apenas observando suas mãos trabalharem.

Após o garoto sair da tenda, tirando o curativo assim que saiu da maca, Solace suspirou, cansado.

—Depois do caça bandeira de hoje, isso aqui vai encher. Mas dessa vez, acho que vou participar. E você?

—Prefiro morrer — Digo sem dar muita importância.

Ele apenas deu risada, me olhando com aqueles lindos olhos azuis como o oceano, que pareciam querer me submergir.

Entenda: Sentir tudo isso é muito estranho para mim, eu sequer consigo decifrar o que é. Eu nasci na década de 30, onde pessoas LGBT eram acusadas de sujar o sangue ariano, vistas como aberrações.

O primeiro garoto que eu sei que senti algo diferente por ele foi um antigo amigo meu, da Itália. Seu nome era Carlo, e nós brincávamos no quintal de sua casa após a escola. Mas era um sentimento puro de infância, sem segundas intenções ou total sabedoria do que era amar. E agora ele provavelmente já está morto.

E depois veio ele, o maldito Percy Jackson. Eu sei que tive uma queda enorme por ele quando mais novo. Mas Percy me trouxe uma paixão agoniante e dolorosa. Era quase um sentimento de insuficiência, saber que eu nunca o teria me fazia querer morrer, e estar ao lado dele me fazia querer chorar, querer arrancar meu coração de mim.

Porém, Will é completamente diferente, ele faz eu sentir borboletas no estômago, não pancadas. Quando estou com ele, é tudo mais intenso, timidez, desejos. Eu olho para suas mãos e imploro mentalmente por seu toque. Ele é perfeito, e me faz querer ser perfeito também.

Ugh, tudo isso é tão confuso. Queria estar morto.

Enquanto caminho em direção ao meu chalé, vejo Jason e Percy, já usando as armaduras do caça-bandeira, batendo freneticamente na porta do chalé.

—Pare com isso. O que vocês querem? 

—Onde você estava? —Jason pergunta.

—Na enfermaria. O que vocês querem?

—Ah não! Não me diga que você também está machucado! — Percy perguntou, quase soando como uma lamentação.

—Não estou, apenas estava ajudando Will — Respondo, já irritado com essa situação — O que vocês querem?

—Um dos filhos de Dionísio está machucado e não pode participar do caça bandeira. Está faltando uma pessoa no nosso time…

—Não — Eu respondi rápido, tentando entrar no meu chalé, mas os dois já estavam agarrados em mim.

—Vamos, Nico! Você é o nosso primo preferido. Nosso priminho amado — Disse Jason, com uma voz manhosa.

—Não interessa, e não me importo. Não vou.