Gorgeous

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(Will's version)

Acordei tarde naquela manhã. Ok, talvez ninguém considere as 11 da manhã como um horário medíocre para se acordar, mas eu sim. Minha carga horária na enfermaria foi para à tarde, então, me sinto esquisito.

Vejo meu chalé vazio, já que todos os meus irmãos já acordaram e foram fazer suas respectivas tarefas. Quando abro a porta do chalé, sinto o sol da manhã iluminar-me novamente.

Ao chegar ao pavilhão, estava praticamente vazio, quase todos já foram treinar. Quase. Tinha uma alma, uma pequena alma, comendo de cabeça baixa. Nico Di Angelo. Rapidamente, coloco uma torta de limão e me sento ao lado do garoto, que me olha confuso.

-Acordou tarde - Avisei ele - De novo.

-Fico surpreso que você tenha acordado tarde - Ele responde com desdém, comendo seu iogurte.

Rio baixinho. Eu gostava do humor rude e sarcástico dele, e gostava de conversar com ele. Nico era engraçado, mesmo não querendo soar assim.

-Okay okay, você tem um ponto. Enfim, o que vai fazer assim que sair daqui?

-Me trancar em meu chalé, é claro. Ou até posso treinar, e no fim da tarde aparecer machucado na enfermaria.

-Estou começando a achar que você se machuca de propósito para me ver, Di Angelo - Brinquei com ele.

Nico riu. Eu adorava fazê-lo rir. E disse irônico:
-Ah sim, claro! Como descobriu? Você se acha, Solace.

Provocá-lo era legal, mais que legal, incrível. Na maioria das vezes ele trata minhas provocações com ignorância ou apenas com ironia. Mas Nico as leva para o coração, e isso é adorável e cômico de se ver.

Ao rir, o garoto deixou cair um pouco de iogurte no queixo. Não pensei duas vezes antes de limpar, relando meus dedos perto de seus lábios. Pensei em beijá-lo. Ele era lindo, lindo como uma obra de arte. Seus cabelos bagunçados e seus olhos escuros eram traços que nem os maiores pintores que já existiram conseguiriam criar.

Nico tossiu, e se levantou.
-Hm, vou indo. Tchau.
E então fui deixado sozinho com meus pensamentos.

Após muitas horas, já ao anoitecer, me dirigi novamente ao pavilhão, pensando em jantar desde o fim da tarde. Ainda estava me acostumando em trabalhar na enfermaria durante o período matutino, mas seria um lento processo.

Estava indo direto à mesa onde meus irmãos também estavam, mas de longe, notei uma mesa quase vazia, exceto por um garoto, um belo garoto. Nico sempre jantava sozinho? Por que eu nunca notei isso, sendo que passo muito tempo dos meus dias olhando para ele?

Passei direto por meus irmãos, o que fez Kayla gritar meu nome, estranhando a ação. Ao notar minha presença ao seu lado, senti o olhar do Di Angelo me queimar.

-Você está obcecado por mim? - Perguntou o garoto, com seu humor irônico no qual eu amava.

-Sim - Respondi simplesmente, dando uma garfada esfomeada em minha lasanha.

O observo comendo, uma macarronada que parecia deliciosa. Ri baixinho quando o macarrão escapou do garfo, o fazendo xingar baixinho por ter sujado uma de suas muitas camisetas pretas de molho de tomate.

Como ele conseguia ser tão adorável? Nico falava e fazia coisas mórbidas, e era tão fofo que assustava.

-Pare de rir, seu stronzo.

-O quê? - Pergunto confuso, não sabendo se ele quem estava falando árabe ou eu quem estava surdo.

-Stonzo. É idiota em italiano, seu idiota.

-Você fala como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

Eu não havia ficado ofendido. Talvez eu devesse, já que o garoto conseguiu me xingar em duas línguas diferentes. Mas eu não conseguia, porque Nico falando italiano talvez tenha feito meu corpo desbloquear reações novas.

-Você fala alguma outra língua? - Perguntei, raspando o prato, com saudade da lasanha que acabei de comer.

-Sim, francês. Mas pouco.

Fiquei em silêncio olhando para ele, manifestando com os olhos que eu precisava de uma demonstração.

-Vous êtes beau -Nico disse, parecendo tímido.

Escondi um sorriso. Talvez eu devesse ter contado que eu também sabia o básico de francês.

-Et tu es magnifique, Di Angelo.

Se antes Nico estava tímido, agora suas bochechas estavam levemente rosadas. O que sinceramente apenas o deixava mais bonito e adorável.

-Eu te odeio.

-Eu acho que não - Respondi convencido.

Quando ele me mostrou o dedo médio, foi a certeza que eu precisava para saber que havia sido completamente fisgado.

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Caso alguma frase/palavra em italiano ou francês esteja errada, a culpa é inteiramente do google😫😫

Storys about the Sun and the Moon - Will & NicoOnde histórias criam vida. Descubra agora