2001

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21 de agosto de 2001,14:18,Leipzig.

Pov Tom:

Tenho 12 anos, eu estava andando livremente pela rua. Meu pai tinha ido pagar a pensão minha e de meu irmão,como sempre meus pais discutiram.
Os gritos e palavras de ofensas um para o outro ainda se repetiam na minha cabeça,por que aquilo era tão difícil de se lidar?

Continuo a caminhar pelas ruas,tentando me afastar de tudo aquilo. Paro em uma praça e me sento num banco de ferro meio enferrujado,fico observando tudo em volta,era tão calmo....

— acho que finalmente estou longe de toda aquela merda.– falo comigo mesmo.

Tiro um cigarro do bolso. Eu costumava fumar com meu irmão escondido na escola,mas como não tinha ninguém por perto,não custa nada. Quer dizer,custa meus pulmões mais para frente,porém é a única coisa que me alivia. Pego um isqueiro e acendo,levo o cigarro até meus lábios dando uma tragada enquanto volto a observar tudo em minha volta. Solto a fumaça pela boca e me ajeito no banco,continuo sentado porém agora mais desleixado.

Pego meu celular, tinha mensagens maldosas dos "colegas" da escola,eu fingia não me importar para não preocupar o Bill,mas na real me doía para caralho. Respiro fundo,tentando me acalmar,o por que minha vida era tão difícil? O que fiz para passar por tudo aquilo? Por que cada vez mais eu me afundava naquele poço maldito de solidão? Por que?
Mergulho em meus pensamentos enquanto fumo,eu me preocupo com tantas coisas,as vezes desnecessárias.

Fico ali por uns vinte e cinco minutos,fumando,pensando,observando...Depois desse tempo,jogo a bituca do cigarro no chão e piso em cima. Me levanto e começo a caminhar em passos lentos e despreocupados até em casa.
Ao chegar,abro a porta,minha mãe estava com as mãos apoiadas na bancada e um rolo de dinheiro com um plástico em volta do lado de sua mão.

— aonde você estava?– minha mãe me encara.

— fui esfriar a cabeça.

— Não quero você saindo do nada sem minha permissão,você não é um indigente.

— eu só fui dar uma volta,beleza? Não esquenta com isso,mãe.

— Fala direito comigo,Tom Kaulitz.

— desculpa,mãe.

Minha mãe tira as mãos da bancada,coloca o rolo de dinheiro que provavelmente era a pensão no bolso e se recompõe.

— você está bem,mãe?– olho fixamente.

— ando preocupada com vocês.

— por que?

–— Bill se fechou para o mundo e você também,você está distante,meu filho,você e seu irmão.

Minha mãe parecia chateada,sinceramente,eu também estava. Suas palavras era verdadeiras,eu realmente havia me distanciado sem motivo, eu estava perdido na realidade ou na minha dor?

Não respondo nada,apenas vou para meu quarto,bato a porta e me tranco lá.

Meus IrmãosOnde histórias criam vida. Descubra agora