Cap 6 • Idiota

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Sinto meu corpo acordar, minha cabeça dói e eu me recuso a abrir meus olhos, sinto meu corpo inteiro fraco.

Depois de algum tempo tentando realinhar meus sentidos, decido abrir meus olhos, percebo que estou no quarto de Ron.

Me sento na cama, ao olhar para o lado, observo o garoto no seu vigésimo sono, minha cabeça está latejando e ainda me sinto um pouco zonza.

Passo os dedos pelos cabelos ruivos de Ron que emolduravam seu rosto, as sardas pareciam perfeitamente posicionadas, meu peito pesa lembrando de seus comentários.

Levo minha mão para o meu nariz encostando nele o mais delicadamente possível, sinto que uma tala cobre ele, só começa uma dor incômoda depois que eu encosto no local.

- Olá querida. - Molly entra no quarto segurando uma bandeja com xícaras e um bule, provavelmente um chá. - Que bom que acordou, está melhor?

Molly coloca a bandeja na mesa de cabeceira ao meu lado, as costas de sua mão encontram minha testa e logo depois ela acaricia meu cabelo.

- Estou zonza. - Coloco a mão na minha cabeça. - O que houve Molly?

Meus olhos preocupados e curiosos encontram o da mulher, eles, apesar de estarem com um certo divertimento, passam um ar de preocupação.

- Bom eu não posso te dar detalhes, porque quando cheguei você já estava com o nariz sangrando e desacordada nos braços de Ronald, ele gritava desesperado achando que tinha te matado. - Ela se senta na cama com um sorriso brincalhão, porém tímido. - Vocês crianças ainda me matam do coração.

Minha cabeça divaga imaginando a situação, embora trágica não posso deixar de romantizar o fato de Ron ter me pego em seus braços, mesmo que tenha sido o mínimo.

- Ai! - Meus pensamentos retomam quando sinto a dor da cola sendo puxada do meu nariz junto com a tala.

- Enfim, seu nariz quebrou depois de você ter sido acertada em cheio por um balaço. - Ela analisa meu nariz enquanto continua falando. - Então fiz um feitiço e coloquei uma tala só para ter certeza que ele não entortaria. - Ela sorri e se afasta um pouco. - E me parece que deu certo.

Sinto que respirar se tornou mais fácil depois da retirada da tala, solto uma lufada de ar observando o anoitecer pela janela.

- Que horas são? - Pergunto em seguida alcanço a xícara de chá.

- São 19h50 querida, eu estou terminando de fazer o jantar caso esteja com fome. - No final de sua frase escuto minha barriga grunir, bebo mais um gole do chá com vergonha de tal ação sem controle.

- Muito obrigada Molly, por tudo, eu já desço, só vou acordar o Ronald. - Sorrio ainda segurando a xícara.

- Claro meu amor, no seu tempo. - Ela me dá um beijo na testa e se levanta. - Ron deve estar com fome, ficou aqui a tarde toda. - Ela sorri, a ruiva quase sai do quarto quando se lembra. - E o chá vai ajudar na tontura, okay? Tente beber pelo menos uma xícara.

- Certo Molly, obrigada. - Ela sorri e deixa o quarto.

De repente o silêncio não me conforta, de repente aquele ambiente parece muito pesado para mim.

Olho para Ron remoendo a frase que Molly acabará de dizer: 'Ron deve estar com fome, ficou aqui a tarde toda.'

Por um momento sinto meu corpo ferver, como ele pode ser tão cara de pau, cínico. Primeiro ele diz para Harry que ele estava delirando apenas por imaginar nós dois juntos, depois ele acerta um balaço bem no meio da minha cara e fica a tarde inteira ao meu lado, provavelmente porque quase me matou.

As Férias Na Toca - Ron Weasley - ReescritaOnde histórias criam vida. Descubra agora