As Férias Na Toca - Ron Weasley - Reescrita

10 • Talvez?

Na manhã seguinte me sinto mais leve, meus olhos se abrem com zero preocupações, o ar parecia estar mais gostoso que o habitual e os pássaros pareciam cantar de maneira mais harmoniosa e bela.

E tudo isso faz sentindo quando sinto os braços fortes de Ron me apertarem mais contra seu peito, meu Ron.

Seus olhos ainda estão fechados e seu peito trás uma respiração pesada, seu sono ainda é profundo e eu agradeço por isso, pois aproveito para admirar seu rosto de perto.

As sardas perfeitamente colocadas, os cílios compridos e delicados, a boca que não apenas é macia como aparenta ser.

Quero poder observar ele todas as manhãs, quero poder sentir seu cheiro e seu toque todos os dias.

Meus olhos se fecham de novo, sonhando com um futuro não tão absurdo assim, onde tudo que me leva a crer que nem distante ele é.

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Ron remexe em baixo de mim então noto que o mesmo acordou, abro os olhos encontrando os dele.

‐ Bom dia. – Sorrio ao ver seu sorrio preguiçoso.

- Bom dia, raio de sol. – Seus olhos observam ao redor e fixam na cortina fechada. – Que horas são?

Um bocejo acompanha sua fala, os nós de seus dedos esfregam de maneira demorada seus olhos, eu quero morar nessa manhã relaxada.

- Não sei direito, umas nove e meia? Nove e quinze? – Minhas manivelas tentam funcionar em meu cérebro, mas parece impossível.

- Hm. – Ele volta a me abraçar, agora um pouco mais forte, logo depois deposita um beijo desleixado na minha cabeça.

E embora nada dessa manhã seja teoricamente normal, sei que esse último gesto com certeza não foi normal, sinto que não deveria perguntar, mas ao mesmo tempo meus instintos suplicam para que eu faça. E eu faço.

- O que foi Ron? – Meus olhos encontram o seu, sei que os meus passam preocupação, mas por que os dele parecem tão culpado? – 'Tá tudo certo?

Vejo sua cabeça pensar antes dele me responder, seu canto da boca mexe, como se ele se segurasse para dizer algo.

- É só, algumas coisas. – Ele sorri e desvia o olhar. – É complicado.

- Não precisa ser. – Apoio minhas mãos em seu peito e o encaro. – O que se passa na sua cabeça?

- Não quero que fique brava. – Ele diz preocupado.

- Não vou. – Assim espero.

- Não quero que saibam ainda... Eu quero que saibam, mas por enquanto, seria melhor deixar as coisas só entre a gente, pra ter certeza, v-você não acha?

Seus olhos me observam preocupados, no momento nem eu sei qual é minha reação, estou tentando manter ela neutra, mas provavelmente não está.

- Tudo bem. – Digo abaixando o olhar, tenho certeza que certa decepção passa pelos meus olhos, mas espero que Ron ignore. – Se você se sentir melhor assim, não vejo problema em ir mais devagar.

- Ok. – Sua mão encontra minha bochecha e faz com que meus olhos encontrem os seus. – Tudo bem mesmo? Não quero te esconder, não mes--

- 'Tá tudo bem. – E está mesmo. – Agora eu preciso dizer, estou sentindo cheiro de ovos e bacon!

Eu rolo para o canto da cama, induzindo que eu vou sim levantar para o café.

Ron sorri, o som da risada dele começa a ser muito mais do que apenas bom, me acalma ao mesmo tempo que me agita por inteira.