não consigo voltar pra casa
todos os meus pedaços estão jogados pela cidade
como confetes em um carnaval fora de época
o movimento dos carros e a velocidade do mundo mantém minha mente como um carrosel em câmera lenta
mas ainda não consigo voltar pra casa
os móveis parados em seus lugares
e o silêncio do fim de tarde
não me deixam em paz
o barulho é alto no meu coração
uma festa mórbida sobre mim
com a intenção de me cortar fundo
jogando sal e limão nas feridas para curar mais rápido
mas no final a dor ainda vai estar lá
um membro fantasma que eu chamo de amor