te engulo com vontade
com uma fome sem fim
devoro você e todos os seus anéis prateados
com seus cabelos escuros no meu rosto
devoro suas pernas enroladas nas minhas
como um dia frio
aquecendo meu lado esquerdo
te marco na pele
com amor e palavras
com os dentes afiados
e com a falta de ar
te vejo por dentro
como quem olha em um espelho sem fim
vejo suas ideias e sua risada alta
uma música na ponta da língua
no canto do meu ouvido
um carrosel
rodando pela sua cintura
um poema sem palavras
no seu corpo