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— Hannie, quer achocolatado?

Jisung olhou Minho nos olhos, desviando o olhar e mordendo o lábio inferior, numa resposta clara e positiva, ainda que apreensiva.

Ele só não esperava ver Lino pedir à garota a mamadeira, o potinho do achocolatado e o pequeno frasco de leite dentro da pequena frasqueira.

Aquilo o deixou envergonhado de fato. A iluminação baixa e feita com apenas luzes amarelas ajudava a guardar o pequeno segredo do garoto junto às bochechas rosadas.

Conforme Lino preparava seu precioso leite, Jieun sentia-se culpada por não estar fazendo aquilo, mas levava em conta que ainda estava aprendendo as preferências do garoto, sua rotina e seus segredos.

E como sempre o garotinho deitou a cabeça nas coxas de Lino, aproveitando o estofado fofinho e as jaquetas grossas e macias para se aconchegar ao colo de quem mais confiava, esperando atenciosamente a mamadeira ser deixava em suas mãos para que pudesse esquecer do resto do mundo por mais alguns longos minutos.

Lim ao ver o garoto bem aconchegado, não aguentou com as mãos longe daqueles fios bagunçados que pediam por um aconchego de mãos quentinhas com toque leve.

Ela depois então se afastou um pouco, puxou as pernas de Jisung para cima do banco e cobriu-o com seu casaco. Vê-lo confortável era sua prioridade naquele momento. Podia não saber bem ao certo como o fazer, mas tinha certeza que tentando com as melhores intenções em algum momento acertaria.

As comidas chegaram, os meninos comiam, conversavam e bebiam - aproveitar que o manager quem iria dirigir -, mas Jieun era a mais quieta, sempre checando se Jisung escava bem coberto, a ponto de não ser visto por ninguém além dos que estavam naquela mesa.

— Relaxa, Jieun-ah — Chan a chamou, a olhando de canto, sorrindo internamente ao ver o carinho e empenho da mesma — Lidamos com isso a um bom tempo. Ele não costuma comer ou beber comumente quando regressa... A propósito, quando chegarmos em casa, quero que fique com ele até que adormeça. Ele precisa pegar mais confiança em você... Mas caso precise é só chamar.

Ela sorriu, concordando com cada palavra e voltando a olhar o menino de roupas escuras, segurando a mamadeira mais fofinha e contraditória com ursinhos polares desenhados nela.

— Deve ser aterrorizante... —comentou, voltando seu olhar para o líder — Digo, ter que lidar com tantas coisas sabendo que em algum momento seu corpo vai resolver se acalmar apenas dessa maneira... Ele aguenta muito a cada dia, não?

Bang suspirou pesado, olhando o copo com soju em mãos, brincando com o líquido balançando o copo quando em seguida olhou nos olhos da menina.

— Você não faz ideia... — deu um sorriso sereno a moça, não querendo fazer daquele assunto um alvoroço — Mas sabe, tem coisas que ele me confiou o sigilo. E por mais que eu queira dizer o quanto vejo que certas coisas o afetam por saber seu passado... — dessa vez, os olhos caídos de cansaço olhavam o menino deitado brincando com o zíper de uma das jaquetas que deitava em cima — Não cabe a mim expressá-las a você, Jieun. E caso queira saber, terá que fazê-lo a criança mais feliz possível.

Ela olhou o rapaz crescido, mas sensível, colocando dentro de si que tudo que fizesse daquele momento em diante não seria nada mais nada menos que uma peça de conforto, carinho e paz que encaixaria no coraçãozinho do mesmo.

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Mesmo que às vezes as coisas possam parecer fáceis demais, uma outra visão de mundo pode torná-la a mais complexa de todas. O mesmo valia para o carinho de Jieun para com Jisung. Ambos Ji, da mesma altura, mesma idade e sorrisos tão semelhantes, mas ambos conseguiam ter visões totalmente opostas do mundo que os cercava.

— Hannie, você precisa me soltar para dormir — Minho conversava com o garoto coala grudado em seu corpo como chiclete grudento e rosa.

Mas o chicletinho enfiou o nariz no pescoço cheiroso, sem intenção de soltá-lo tão cedo.

— Então eu e Jieun vamos ficar aqui até você dormir, pode ser? — como resposta imediata, o pequeno soltou os braços apenas para catar seu esquilo e voltar a espremer-se contra o corpo de Minho.

Jieun riu, sentando-se ao lado dos dois na cama, catando um livrinho da história dos três porquinhos para contar ao garoto.

Mas convenhamos, falar sobre o lobo mau logo antes de dormir não era bom para crianças.

Então, do seu jeitinho, Jieun tirou o vilão da história, apenas falando como a casa dos dois primeiros porquinhos havia caído com o vento e chuva que passaram.

Antes mesmo das palavras finais, o garoto tinha a mão ao redor dos dedos da menina, que haviam seguido o caminho como instinto. Ele queria o aconchego daquela voz aveludada tanto quanto gostava dos abraços de Lino. E como consequência aquele que se recusava a pregar os olhos já estava nas nuvens, sonhando com os porquinhos felizes na casa do irmão mais velho.

— Boa noite, gracinha — Minho sorriu, deixando Jisung acomodado na cama.

Jieun fez igual, se despedindo e pronta para sair da porta depois do Lee.

— Nonoiti Eunnie — ele se remexeu, virou para o lado e dormiu de vez, deixando a garota Lim com um sorriso no rosto até o momento que sua mente perdeu a consciência para o sono.

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𝐛𝐚𝐛𝐲 𝐡𝐚𝐧𝐧𝐢𝐞 ♥ 𝐣𝐢𝐬𝐮𝐧𝐠Onde histórias criam vida. Descubra agora