When I Saw You - Billie Eilish [hiatus]

Prologue

Fall Stars era uma cidade pequena, afastada de todo o resto dos Estados Unidos. Era como um interior, um mundo em que todos se conheciam e nada de ruim acontecia.

Era a cidade dos sonhos, como um lugar mágico para muitos.

E como o próprio nome diz, era uma cidade a qual as folhas de outono se concretizavam o ano inteiro. O frio e a neblina eram presentes nas noites, às vezes com chuva e, no inverno, neve. As manhãs eram ensolaradas, mas não o bastante para que não precisassem se aquecer.

As noites costumavam ser desertas, mas não para ser perigoso. A verdade era que Alya gostava de andar pelas ruas de Fall Stars, aquela cidade extremamente pequena e aconchegante, enquanto as músicas de Tv Girl tocavam em seus fones.

Perdia o horário algumas vezes, chegando tarde em casa. Sempre alegava que havia lido demais, o que não era mentira.

Apesar de gostar da sua vida e da sua maneira de viver, gostava de imaginar em como seria se vivesse dentro dos livros de fantasia que tanto lia.

Ficava horas lendo os livros e prestando atenção em cada letra, enquanto sentia como se estivesse passando um filme por sua cabeça.

Mas não era o caso daquela noite. Era um domingo, o qual ela poderia muito bem aproveitar com um bom livro e café quente. Mas não.

A prova que teria na manhã seguinte lhe atormentava. Matemática, a matéria que ela considerava ser a pior do mundo.

Alya nunca foi boa com números, lhe dava dor de cabeça e cansaço, mas apesar daquilo ela nunca tirou uma nota abaixo da média que ela sempre colocava em sua cabeça.

Nunca tire menos de 7,0.

Era o que ela repetia para si mesma, todas vezes que estudava para matemática ou para qualquer outra matéria.

Com seus olhos ardendo e com a cabeça doendo, fechou o livro o qual tinha tantos números e abriu a apostila de História. Sentiu um alívio de imediato.

- Pensei que sua prova fosse de matemática - Ouviu a voz de sua madrinha de repente.

- Que susto, Dinda. É de matemática, sim. Eu só estou conferindo algumas coisas. Aliás, você tem remédio de dor de cabeça?

- Tenho, tenho sim - Disse enquanto cruzava os braços - Alya, eu já disse que não adianta você estudar se estiver cansada.

- Essa prova é muito importante, Dinda, não posso tirar nota baixa - Murmurou.

- Descanse, querida - Alisou o cabelo de sua neta - Vim dizer que o jantar está pronto, fiz macarrão e purê de batata - Alya sorriu.

- Eu já estou indo, só vou arrumar a mesa.

Alya morava com sua madrinha desde que se entendia como gente. Ela nunca soube muito sobre seus pais. Era sempre o suficiente sobre sua mãe, a qual Betty, sua madrinha, se enchia de orgulho em falar o mínimo.

Mas nada de seu pai.

Alya nunca entendeu bem o porquê de Betty sempre mudar de assunto quando chegava no assunto de sua figura paterna. Ela já havia desisto de tentar tirar alguma coisa dela.

Ela não precisava saber.

Sua vida era boa, sua madrinha era a pessoa que ela mais amava no mundo, e nada tinha que mudar.

Alya gostava de como sua vida se prosseguia, gostava de seus amigos e gostava do lugar que morava. Apesar de pensar em algumas noites sobre sua mãe, e em como seria se ela estivesse viva, ela nunca tinha deixado aquilo lhe abalar.